quarta-feira, 31 de agosto de 2011

When I´m sixty-four!







When I get older losing my hair,
Many years from now(...)



Will you still need me, will you still feed me,
When i'm sixty-four. ( Lennon-McCartney- When I´m sixty-four)



Quando escutei pela primeira vez essa canção a letra me pareceu algo muito distante, quase surreal!
Teria eu qual idade? Vamos lá, 1967 álbum Sgt´s Peppers: 12 anos! 
Não imaginava, acho que era incapaz, do que seria viver tanto e ter inquietações, retratadas com muito talento e humor na canção, de uma pessoa nessa idade!
E não é que me aproximo, passos largos, a tal casa dos 60??? Amanhã encerro os 56, entro nos 57, portanto...(rsrs).
Pois é, pois é mesmo.
Hoje, jogando conversa fora na hora do almoço com outros 2 cinquentões ( mais novos que eu!), ficamos fazendo um " balanço" do tempo e dos estragos e/ou diferenças que sentimos. Opinião unânime, os 50 foram mais sentidos que os 30 ou 40, mesmo com todas as lendas sobre essas idades.
Sinceramente, além do folclore e literatura sobre as " mulheres de 30" ou a entrada na maturidade das " quarentonas" ( mais a menopausa), não me percebi muito diferente do que sempre fui. 
Agora digo de verdade, ao entrar nos tais 50,a coisa mudou e muito! 
Analisando por partes, como Jack:
 Pele? ressecou, trinca com a mais leve brisa de verão ( Lancôme nela!) e linhas novas surgem todos os dias...
Cabelos? Além do mesmo ressecamento, surgem os tais "brancos" desesperadores ( L´Óreal perde fácil essa luta).
Elasticidade do corpo? Sorry pessoal que curte academia, mas o pescoço de cisne e a graça dos felinos não voltam mais, ficamos no máximo " fortes" com músculos de homem, para mim não dá, prefiro a flacidez a ser confundida com traveco.
Vamos pular a parte médica, que essa é de lascar: colesterol, glicemia, cálcio, uréia, iodo, pressão arterial, etc, etc...A impressão que tenho é que todos esses números subitamente enlouquecem e a gente junto!
Bom, agora entramos na outra parte das mudanças, a complicada no meu pobre entendimento:
O pique? Esse aguenta, no máximo, festas de família que acabam entre 22 e 23horas, a partir daí começam os bocejos, a sonolência e surgem, sem explicação, imagens mentais repetidas da " nossa cama, nosso travesseiro"...
Os sonhos de férias? Sossego, cenários tranquilos, ilhas desertas, sem barulho nem muvuca, nada de locais da moda nem excursões da CVC para Disney! ( aliás excursões em geral não dá mais!)
Programas preferidos? Bistrôs, piano-bar,jantares sossegados, já as baladas e estádios ou parques com shows de música, rock principalmente (e em pé?) esqueçam!
Você acha que estou exagerando? Não, não estou, embora alguns ( menos conformados que eu!) ainda insistam em manter certa " jovialidade" e entrar em programas de moçada.
 Sem sacanagem, o preço a pagar pode ser meio alto: risco de chegar em casa com a coluna "travada" (por semanas e com direito a muitos Dorflex) pelos malabarismos nas pistas de dança, ou de comprar "aquele" vestido ( mini) coladérrimo de estampa de onça, naquela descoladérrima grife da moda e não perceber as risadas das vendedoras diante da imagem ( patética) refletida no espelho do provador, ou pior, ser chamado de " tia ou tio" pelos que pensa serem seus "amigos" ou sua " turma"! Lamentável, não?
É pessoal, envelhecer acontece, basta vivermos bastante, resta mesmo é saber lidar com as diferenças, as sutis e as nem tanto. E tratar de encontrar a nova harmonia com o mundo e com a gente mesmo.
Ás vezes me assusto diante das mudanças que percebo em mim, noutras, a maioria, dou muita risada, fazer o quê?
O fato é que foi bem divertido tudo o que andei fazendo pela vida, como é, agora, essa tranquilidade e paz que tanto busco e gosto. 
E quanto à pergunta da canção, tenho certeza de que meu companheiro vai " need me, feed me" quando tiver 64 anos,  mesmo porquê não é doido e estará bem próximo dessa idade também!.

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