sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Coisas diferentes...




Hoje, meio a confusão que se estabelece nesses dias finais(!) do ano, coisas bem interessantes aconteceram...
Primeira delas a crise, medonha, de coluna, lombar, que me meti após tombo no início do mês...
Tá bom não foi, como diria dileto amigo Major Newton Nazaro, um tombo "monumental de Nuñez", mas estrago causou, ainda mais na minha pobre " ossatura".
Foi dano similar ao causado a um reles vampiro ( viva! estão na moda com a saga arqui cafona Crepúsculo e afins!!) que viram de pó sob a luz, no meu caso, quedas..rs
Pois é, acupunturista na parada ( o mesmo do Lula, sorry, ex-presidente, descobri Dr Gu primeiro que você e ele não me cobra o mesmo cachê em nome da antiguidade...rs), agulhas nos pontos de orelha para aguentar os dias de feriado, enfim, valha-me Deus...
Hóspedes chegando em casa e a cara, prá lá de mau humorada do marido, tento enfrentar, com alguma dignidade, o último, TG ( thanks God) feriado do ano...
Confesso...Tô cansada. Minha lombar e ciático doem como nunca, uso meus recursos aprendidos na meditação, zen budismo e desapego para fingir que estou ótima! Incrível: todos acreditam....
Se não fui a melhor das discípulas da arte de bem viver sou, pelo menos, a melhor atriz...The Oscar goes to.....
Tudo dói, incrível, from hair to the toes...tudo dói...Mas...vamos em frente.
Depois a segunda parte, é a melhor, pois meu blog não é só sobre dor...
Nâo é que nessa noite tive visita arqui, tri, X, plus, legal, quase melhor que morfina: dois amigos Guillermo " Willy" e Gisele.
E papo vai, papo vem, confesso que sob algumas biritas a dor melhora muito, falamos sobre coisas bem legais...e diferentes: sionismo, Freud, Chet Baker, Miles Davies, etc,etc...
Numa dessas conversas contei que descobri Cortázar e Ridley Scott e seu Blade Runner, ao mesmo tempo...
O tal do conto dos coelhos e esse filme, que me marcaram de forma indelével, me chegaram num mesmo período da vida...
Que coisa doida...e linda...
Ok, papo de doido, de analgésico pra dor na coluna pensarão vocês, mas não...
Hoje, mesmo com essa aflição fisica e outras tantas e antigas, peças se encaixam...fazem sentido...pelo menos para mim. E prá nós, amigos de tantos anos...

Sugiro, nesses dias de férias se vocês puderem ler ou assistir essas duas obras.
Um ou os dois. Mesmo que de novo.
Sem expectativas..Apenas pelo belo e insólito,
Sei, sinto, que irão entender e estaremos juntos...
Beijos e Feliz Ano Novo!

Julio Cortázar- Carta a una señorita en Paris http://www.ciudadseva.com/textos/cuentos/esp/cortazar/cartapar.htm

Blade Runner- Ridley Scott.


Para Willy Ezquerra, Gisele Bugno, com afeto.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Partidas e partidas!


Estou sem título para esse blog. Blog tem que ter título, sabia?
Pois tem, já tentei publicar sem, não dá certo!
Vou escrever e lá pelo final hei de ter uma ideia, brilhante, única, genial e modesta sobre isso! rs

Não pretendo falar de Natal, não porque não goste, pois adoro de paixão.
Penso que perda recente de pessoa próxima e querida influenciou essa vontade de "não festar", não comemorar, não criar as lindas mesas que sempre curto fazer...Perdas, de todos os tipos, ainda mais as reais, de fato, que envolvem morte, etc, são fatores "empanadores" de brilho...
E nesse momento ressurgiu na minha mente, firme e forte, aquela percepção tão trabalhada em momentos de tranquilidade e estudos esotéricos e/ou espirituais, da " impermanência" de todas as coisas. Nada fica. Nada. Tudo, mesmo sem que a gente perceba, muda.
Muda o mundo, mudamos nós e em alguns casos, essas mudanças bruscas, tiram o chão, o norte e a alegria, pelos menos por algum tempo.
E no caso dessa morte, perda indiscutível, as sensações que me chegaram foram bem interessantes.
Vi o desespero e dor tomarem conta daqueles que não entenderam que " o prá sempre, sempre acaba" (né, poeta?)e, infelizmente, acabaram não colocando as relações, os sentimentos e até as declarações bem comuns tipo " eu adoro você" em dia.
Por outro lado outros que, com sabedoria e delicadeza, viveram todos os dias como se fossem os últimos daquela pessoa, estavam tristes mas, de alguma forma, serenos e confortados.
E a maior de todas as sensações: da proximidade da morte, que passou quase esbarrando em meu braço, trazendo um sopro meio frio demais num dia de verão...
E pensei muito, muito mesmo, no que ando fazendo comigo e com minha vida!
Está valendo a pena? Tenho buscado ser feliz, mesmo que seja em doses homeopáticas? Meu tempo, caro e precioso, pois não sei precisar quanto ainda tenho, tem sido bem aproveitado em coisas bacanas e belas?
Tenho optado pelo riso, pela leveza, pela harmonia, pelo bom humor e otimismo?
Já me libertei das cargas extras e excessivas de velhas mágoas, rancores, desaforos, raiva e impaciência?
Não sei dizer. Sei que minha ficha caiu e continua caindo. Não quero ser infeliz, nem triste, nem sem esperança.
Foi então que me lembrei de minha linda mãe, que partiu anos atrás, logo depois de um Natal e Ano Novo. Foi embora quietinha, perto de mim, adormeceu comigo ao seu lado.
E tínhamos, nos lindos anos que vivemos juntas, falado todas as palavras ( boas e nem tanto..rs.) Demos todas as risadas possíveis ( inclusive em velórios e missas de sétimo dia, eventos que ela achava hilários), assistimos todos os nossos filmes ( Zorba, o Grego e Ben-Hur vimos mais de 20 vezes..rs), escutado todas as nossas músicas ( de Gigli e Callas aos Beatles e Caetano)! Viajamos,compramos nossos amados sapatos, inventamos pratos novos, plantamos, fizemos crochê e caminhadas. Rimos com a chegada dos netos ( meus filhos) e enterramos, com enorme dignidade, nossos mortos amados. Um privilégio tivemos juntas! Uma vida vivida com muito amor e cumplicidade.
Da nossa despedida me restaram as saudades, a memória boa, a lembrança do que aprendi com ela e do que ela amava em mim. Sem lacunas, sem remorsos, sem a terrível sensação de que " faltou algo". Se algo faltou foi mais " tempo" isso sim, para muitas e sonoras risadas!
E concluo que quero partir assim, de bem com a vida e com a minha trajetória. De malas prontas,sem medos nem arrependimentos.
Pois é isso, viver é lindo, rico e leve. Cada dia é quase uma eternidade para se procurar e encontrar a felicidade e alegria.
Transformar o dia a dia em pêso, dor, baixo astral, pessimismo, grossura, falta de consideração e mau humor ( ô coisa mais chata!) é perda de tempo e, me perdoem o termo, burrice!
E já vou me contradizendo lá do começo ( quando disse que não estava no pique de " festar"): vou começar agora mesmo a procurar minha linda louça, toalhas, taças e velas para montar uma incrível mesa de Natal e encher minha casa e vida de risos!
Beijo grande e ótima semana!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Em Technicolor!



Pois é, seria bom se fosse assim: nosso mundo em technicolor ( nem sei se é assim que se escreve, tal a antiguidade do termo!!).
O mundo, entretanto, não é, sinto lembrar.
Vou, como nos mosaicos, juntando pedacinhos de coisas legais, momentos bons, encontros fortuitos, e-mails delicados, telefonemas esperados e, como cenas de filmes editadas por bom profissional para garantir um final mais ou menos feliz, a película fica pronta.
Mas não é em technicolor, nem em panavision, muito menos em 3D nem com James Cameron criando estratosféricos efeitos especiais com seres azulados...
Nem Nárnia, nem As Terras Médias nem Pandora são os cenários...
É o aqui mesmo, trânsito, cidade caótica, ruído, etc, etc..,
E mais a neura instalada de final de ano e todas as implicações de sempre...( ai, que ano mais chato, mais improdutivo, cansaço, sensação de "pela metade"...etc, etc..)..
Aliás, dia desses fiquei pensando nisso, nas " lamentações" de dezembro e acabei rindo sozinha!
Por que será que achei que um dia, no caso o último do ano, que vem logo após os pantagruélicos banquetes de Natal, teria o poder de " zerar", apagar ou melhor ainda, em bom português " resetar" toda uma vida e seus intrincados processos que podem e devem estar se arrastando por dias, semanas, meses e até mesmo anos?
Será mesmo que acredito nisso?
Será que plasmei em minha mente e no fundo do meu tolo coração os lindos musicais da época de ouro da Metro, onde depois de muitos perrengues, obstáculos, desencontros e sustos, nossos heróis, ele e ela, afinal se beijavam sob iluminação maravilhosa, fundo musical impecável e até piscinas que pegavam fogo???Ou seja, uma crença incrível em " finais felizes" ???
Não é possível, dirão vocês, mas é para mim!
De todos os possíveis enredos e diretores de cinema, com seus multifacetados estilos, escolhi logo os adocicados, os heroicos, os cheios de apreço à fantasia e encanto...
Preciso tanto de Lady Rowena ( em Ivanhoé), de Isabeau ( em Feitiço de Aquila), de Dorothy ( no Mágico de Oz), de Julieta, de Ofélia ( No Labirinto do fauno) de Blanca, de Alba e Clara ( na Casa dos Espíritos), da Princesa Lea ( em Star Wars) e até da heroina Na´vi de Avatar...
Pois é...tudo me leva a concluir que sinto e penso em technicolor.
E das duas umas, ou alimento isso tudo bem quietinha enquanto escrevo, pinto, sonho e mergulho nesses lindos filmes e trato de enxergar o " outro mundo", esse real, cotidiano, repetitivo e sem grande charme, sem maiores dramas ou expectativas ou...ou...a outra alternativa...humm....não sei..rs...
Sei apenas que quando a coisa aperta, a vida está triste, o cenário fica denso, chato, pesado, mergulho nas tintas, nas plantas, nas formas e nas letras e frases...
Mergulho em Tolkien, em Homero, em C S Lewis, nos 12 trabalhos de Hércules de Monteiro Lobato, em George Lucas e Ridley Scott...
E meu mundo fica muito, mas muito mais feliz! E em technicolor!!