quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Um conheço, outro não. E todos se casam no final...






Dois fatos ou duas histórias me chamaram a atenção esses dias.

Os casamentos de pessoas queridas.
Uma delas  conheço bem: meu queridíssimo e jovem e talentoso músico e amigo generoso Nell Filho.
Nell entrou na nossa vida como devem entrar todos os popstar e músicos do planeta na vida das pessoas: através de sua música e numa linda apresentação num dia ensolarado no Embu das Artes.
Nos apaixonamos, eu e Gil, por ele e pelas canções cantadas que nos eram, desde sempre, muito caras, Cat Stevens, Jim Croce, Neil Young e acho que até hoje a linda voz do amigo com sua leitura do Summer Breeze de Seals and Crofts ou de Sad Lisa soam no meu coração.
E ficamos amigos e já tivemos festa com ele como " special guest", já tivemos comidinhas divididas, família, risadas e muito papo cabeça e sem cabeça!  E até temos, Nell e nós, uma Sofia, no caso dele uma " Sophia", em nossas vidas!
 E foi que depois desses anos de conhecer mais e mais o trabalho autoral, lindo e consistente desse moço e de alguma forma fazer parte da vida profissional dele surgiu a linda Isabela que ganhou seu coração e que, como linda fada,  devolveu esse amor com um pequeno baby que cresce entre eles, cimentando esse novo projeto.
E estão, esses dois, publicando e compartilhando com a gente, com os amigos, as sutilezas e delicadezas desse " viver junto, estar casado" e nos lindos pratos de salada e frases apaixonadas vivem seu novo casamento e recriam um família tão bela e harmoniosa.
A outra pessoa conheço não, melhor, conheço um pouco, ou só conheço por aqui, no mundo virtual: o José Eduardo Mendonça, que surgiu numa publicação faz tempo, em dias que estava meio doente, nas páginas de queridos meus.
 E mandei pra ele, do nada, uma " flor de vento", para passar aqueles dias chatos com alguma leveza. Sempre e de algum modo me intrigou aquele escrevinhador/jornalista/poeta/pessoa que tinha rompantes do mais puro mau humor, ácido, iracundo e que chicoteava o mundo com suas palavras sempre muito bem alinhavadas e letais...E nem sempre concordava com ele, mas lia e admirava, aliás admiro. Tenho gosto pelos ousados, pelos que, como dizia minha mãe, cospem marimbondos, até me casei com um!
Pois Zé, se me permite colocar assim amigo, também tinha um lado tão poético, lírico quase parnaso-shakespeariano que me encantava. E ele, denso e intenso, se declarava e falava do amor pela linda amada por quem, tal como cavaleiro andante, havia montado num corcel alado e tinha ido, atrás dela, bater os costados num reino muito, muito distante!
E essa moça, linda e que também não conheço mas conheço através das palavras do amado, trouxe às publicações do José palavras que nunca o tinha visto usando: compaixão e humildade. E de novo o amigo surpreendeu e assim, em público nos fez saber que estão correndo os " proclamas" pois vai se casar com a linda Louise.

Esses amigos, um tão próximo de um jeito e outro que aprendi a gostar me maravilham com esse " comprometimento", pois há que se ter isso, comprometimento, para dar um passo desses!
Me maravilham por assumir, assim , de cara e peito escancarados, seus amores e seus desejos!
Eu, embora tenha vindo da geração do " flower power",  nunca acreditei em relações abertas, em " sou de todo mundo e todo mundo é meu também", pode funcionar na canção e como frase de efeito, mas na vida real sem chance de um duradouro sucesso!
Somos assim, humanos, imperfeitos, apegados, possessivos e gregos!
O amor, como sentem os amigos, quando acontece tem dessas coisas: invade, preenche, exige, quer, deseja e busca em si mesmo e no outro e só no outro a sua mais bela e pura realização. E só será feliz assim, pois tem que dividir e compartilhar camas desfeitas, pratos, roupas espalhadas, cabelos despenteados e muitos sonhos e risadas! O tempo todo.
Num mundo tão rápido e superficial onde muitas vezes me sinto meio idiota por cuidar do cardápio e  das camisas do meu companheiro, por sentir falta dele quando vejo algo novo ou bonito e ele não está por perto, por querer comentar ( e muitas vezes discutir e brigar! ) uma notícia de jornal ou novo livro, descobrir que pessoas  ainda se comprometem às outras por amor, me traz um delicada e duradoura esperança de que nem tudo está nem tão ruim, nem tão sem solução assim.
Queridos, queridíssimos Nell e José, Isa e Louise sejam felizes, por favor. Que dure para sempre se for o caso!
Cada momento conta, cada foto, cada projeto, de um filho ao passeio na beira do mar, tudo isso é precioso e inesquecível, cuidem e se cuidem!
Muito grata a vocês por me encantarem de novo com suas escolhas, suas verdades, com esse amor escancarado e de verdade!
O mundo, cinza e sem graça, há de agradecer também!
beijos

Para Nell Filho, Isa, José Eduardo Mendonça e Louise.

Para vocês_ Love- John Lennon  https://www.youtube.com/watch?v=FRyXD9AKeXQ
                    Harvest Moon -Neil Young     https://www.youtube.com/watch?v=n2MtEsrcTTs
                     Bound for Heaven- Nell Filho  https://www.youtube.com/watch?v=uh8mFVh9vhE

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Alinhavando...


Alinhavos,


Li um texto ainda agora que dizia “gosto de reticências”...
Pois eu também! Acho que de todos os símbolos de pontuação esse é o  mais humilde e gentil!
Logo após esses famosos 3 pontinhos fica sempre uma possibilidade para o leitor de concluir (ou não) o pensamento ou a ideia de quem escreveu...( ou adivinhar....)





Família, família : tema " top" na Internet hoje.


Enquanto os legisladores discutem o que é “família” eu, modestamente, espero pelo tempo em que as pessoas, enquanto projetos únicos que são e não se dão conta, se tornem menos doentes de ego e sejam capazes, aí sim, de dar forma aos novos modelos de novas famílias. 
Por hora é só uma questão semântica ou com viés ideológico.

 



Pluvia....

Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo...” Mario Quintana

Chove no Brooklin- SP... ( mas já parou..)..chove no meu coração (não parou).




Aprendizado

Não existem situações ideais, custou a aprender, mas aprendi. Acho.
Revendo as fotos que consegui em Portugal, viagem que fiz por obra e graça de Luiza minha filha, consigo reviver o exato instante da captura dessas imagens: a excitação de ter tido "olhos para ver" a beleza, a peculiaridade e a humanidade desse lugar e pessoas. Mas igualmente lembro que nem tudo foram flores embora minha mente teimosamente e amante das fantasias queira me convencer que sim, que lá fui totalmente feliz !
Momentos de aflição e tristeza cruzaram o Oceano Atlântico e também desembocaram no Tejo e no Douro.



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Com amor,


E foi nesse semana, dia do início da primavera, que meus filhos, primeiros, fizeram aniversário.
Sempre muito feliz por todas as alegrias e experiências que nasceram com eles.
Só acho que cresceram muito rápido e a mim tocou, nesse mesmo ritmo, envelhecer...


Bom final de semana.

Trilha sonora sugerida:  ( JIM CROCE- TIME IN A BOTTLE) https://www.youtube.com/watch?v=I1YxczPEPrs

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Alguns pensamentos..e Lonely...

                                       

                                               Alguns pensamentos esparsos

Toda a vez que Maria, minha prima, apaga uma pequena lembrança de sua frágil memória é como se a menina/adolescente/ moça que fui e viveu nessas imagens também morresse um pouco.


  ( Cris Porto, Maria, minha mãe, Ruy Fernadno Barboza, Mamalia e eu - 1988)

Não sei quem mudou, eu ou o rock.
Não consigo imaginar nada mais careta e pasteurizado que esse tal de Rock in Rio. Começo daí, um evento numa cidade que não fez do rock nem sua primeira opção nem nada muito expressivo.
De verdade, nem tentando, produzindo, investindo muita grana se conseguira chegar ao que foi Woodstock. Outros tempos, outras cabeças e principalmente, outras músicas.
 Quem viu e viveu sabe.



Estou num momento bem interessante da vida, recebi 2 convites de pessoas queridas: para um sarau de poesias e para uma festa infantil.
No fundo os dois lidam com a mesma matéria prima:  fantasias e o imaginário.
Um talvez tenho o nível de decibéis mais suportável que o outro.
Vou nos dois.




"Ah, acho que não queria mesmo nada, de tanto que eu queria só tudo. Uma coisa, a coisa, esta coisa: eu somente queria era - ficar sendo! "( Guimarães Rosa)




Por hoje é isso.
trilha sonora sugerida:https://www.youtube.com/watch?v=35b6OKMPphA ( Lonely Lovin´Spoonful)


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Feliz, pode ser?


Ser ou não ser...feliz?
Tenho reparado que, de uns tempos para cá, pessoas queridas tem compartilhado artigos e matérias ( de publicações/sites nacionais e estrangeiros) tratando do tema "ser feliz".
Alguns especialistas alertam sobre os erros cometidos na educação dos pequenos, justamente por não se permitir que eles se sintam " infelizes" ( tipo da coisa impossível e que logo ali na frente vai acabar gerando um tremendo conflito na cabeça das crianças), noutros textos são tratadas as "cobranças" veladas de todo um " sistema" que tentam vender esse estado quase "divino" de uma felicidade em full HD, geralmente associado aos sucessos de todos os tipos: profissional, amoroso, aparência física, de conta bancária, de status, de possuir coisas e objetos e por aí vai, Ah, parece que alguns ainda associam esse estado sublime ao CEP de onde moram, ou no número de comodos por onde podem desfilar essa tal felicidade ou, pior, acabam pensando que ela está relacionada à quantidade de sacolas "grifadas" que podem abarrotar esses mesmos comodos, sacolas muitas vezes que sequer terão utilizados os seus conteúdos.( roupas, jóias, bens, carros, cirurgias plásticas, etc,etc..).
Resumo dessa ideia: se não tiver nada disso, nada de ser feliz, viu? ( e a fila nos psicoterapeutas cresce..)

Tá bem, concordo, é sempre mais fácil criticar do que apontar alguma resposta ou solução para esse enigma tão velho quanto o homem!
Mas, de verdade? Não sei bem o que é felicidade, ou pelo menos não consigo definir com muita clareza mas, maravilha, sempre a reconheço quando ela me acontece!
Pois pra mim felicidade é sensação. Como intuição que não se explica mas nos deixa alerta, como aquele arrepio que nasce de não sei onde e a gente quer mesmo é ir embora do lugar, pois a felicidade é como uma percepção bem fugaz de que estou plena, completa, tudo está bem e ela faz meu rosto e meus olhos sorrirem sozinhos. Ou chorarem, pois tive instantes que tal era a certeza de que estava num momento iluminado e especial que não tive como não chorar.
Sim, na felicidade os risos e lágrimas tem nascente e destino alheios à nossa vontade, pois não passam nem pelo cérebro nem pelas vergonhas.

E lendo e relendo todos esses textos maravilhosos em seus enfoques, teorias e análises concordo com parte deles: não se pode simplificar um sentimento e emoções humanas, ou seja, neutralizar a raiva, o rancor, o desejo de justiça ou vingança, a tristeza ou a impaciência, caso isso fosse possível ( e não é), para só então e partir daí atingirmos esse " nirvana" e sair pela porta a sorrir pela vida como bobos alegres.
Não dá,não existe. Somos feitos de muitos lados.

Recentemente estive em Portugal numa viagem que, através da generosidade de pessoas amadas, realizou um projeto tão belo e sonhado.
Pois foi que, apesar de estar exatamente onde sonhei, sem as mazelas tão chatas e repetitivas do cotidiano, com um único propósito de mergulhar na beleza dos lugares ainda assim tive alguns momentos de " antifelicidade" e muita aflição e angústia onde, exatamente como faço aqui, corri porta afora, caminhando sem destino, buscando reorganizar minha alma e mente tão entristecidas e preocupadas naquele momento e chorei como disse o poeta Alceu Valença, como chora o arvoredo e, pior, sozinha e num lugar estranho! Portugal, portanto, não conseguiu  me preservar nem vacinar contra a tristeza, pois não há mesmo vacina para isso!
Em contrapartida hoje, numa manhã de malabarismos com lista de compras dentro de um supermercado ( talvez uma das atividades mais chatas nesses dias de crise e dinheiro curto), fui surpreendida por um abraço apertado e  inesperado  ( eu estava de costas) de Sofia, minha neta que, em seu lindo traje negro de ballet e coque enfeitado com strass, parecia uma ninfa  trazendo num afago tão verdadeiro e generoso a mais maravilhosa e total sensação de felicidade! E às gargalhadas giramos, as duas, pelo corredor de frutas!!!
Supermercado também tem potencial, portanto, para encontrar a felicidade!

E esse " ser assim" da gente, meio perplexos e confusos diante da vida e perante nós mesmos, tão multifacetados, multipolares, capazes de muitos e variados sentimentos e sensaçãos (muitas vezes ao mesmo tempo) nos torna capazes de reconhecer e acolher essa tal " felicidade" que vem e chega apesar de todo o resto.
É só abrir os olhos e o coração, tirar da lista de prioridades ou metas, parar de condicionar e enquadrar e deixar livre e solto o correr dos dias, tratando tudo com serenidade e muita gentileza.
 E é tão interessante: muitas vezes esse sonhado estado surge sem aviso, num prosaico abrir de garrafa de bom vinho junto de amigos queridos ou do amado ou, mais simples ainda, no abrir da janela pela manhã e, surpresa, dar de cara com o sabiá laranjeira que mora na árvore da rua, apenas esperando platéia para saudar o dia com sua canção.

Beijo,


canção sugerida:

https://www.youtube.com/watch?v=9ZEURntrQOg ( Turtles- Happy Together)
Para mim estar feliz é resultado de ter sido adolescente nos anos flower power!



domingo, 13 de setembro de 2015

Tempo, tempo, tempo...


Sexta-feira, conto agora, tive um compromisso assumido faz tempo com Nellie Solinetrick, fotógrafa talentosa de pessoas e eventos com muito charme ( iguais a ela, charmosa e muito divertida!).
Nellie desenvolve um projeto pra lá de interessante e que irá construir um mosaico muito particular e instigante: fotografar e documentar 365 mulheres de todos os tipos, cores, segmentos sociais e atividades nascidas em 1955 que, portanto, completam 60 anos esse ano. Me coube o " 1º de setembro". E foi muito estranho estar diante das lentes, minha zona de conforto é justamente atrás delas em busca das lindas e perfeitas paisagens que adoro...
Ser assunto de foto requer uma segurança imensa com sua própria imagem ( atributo das mulheres belas) ou uma irresponsabilidade raiando à cegueira (qualidade da turma dos " selfies"), sou virginiana, não possuo nenhuma das duas! Nellie, gracias por todo!
E minha virginiana nora, Fabi, fez aniversário.
Virginianas costumam ser pessoas meio peculiares, meio difíceis ao paladar geral, mas de modo geral temos bom coração e talentos.
Essa moça que conheci menina e nessas mágicas da vida, retornou um dia e virou a mãe da Sofia, minha linda elfa  (com seu olhar me transformou na mais babona das avós), torna a nossa família ainda mais bacana e interessante!
Dani, meu filho costuma em seus momentos de braveza e raiva dizer que eu e Fabi somos iguais na chatice, nas críticas e nas cobranças! Somos sim e também na lealdade, na capacidade de trabalho e na fortaleza com que lidamos com os problemas! E sabemos que você nos ama!
Fabi, seja sempre muito, muito feliz e encontre a paz e harmonia que sonha.

 O tempo esteve presente nesses dias, o tempo que passou, o que deverá vir e como será, o que aprendi e o quanto ainda quero descobrir através dele.
Ando num diálogo mudo com esse tempo...
E se por vezes o culpo por tantos cansaços, por tantas dores físicas, por tantos desencontros e desacertos, por ter levado escondido em suas longas vestes os que amei e a menina cheia de alegre inconsequência que um dia viveu em mim, noutras vezes lhe dou as mãos e fazemos as pazes...  E ele, com compaixão e sempre compreensivo diante da ansiedade e impaciência humanas, passa a andar um pouco menos rapidamente, permitindo que eu, com meus passos já não tão firmes e seguros, posso o acompanhar.

Bom domingo.
Boa viagem Betty Lago que agora viverá outros tempos.

trilha sonora sugerida:  https://www.youtube.com/watch?v=Xcpf473RJ3E

sábado, 12 de setembro de 2015

Get back...


E assim foi que estou voltando..
Falando disso ou aquilo ( mas falando) e de novo atrás de meus queridos e pacientes interlocutores que andaram me acompanhando desde 2009, época que comecei.
Como sempre, sem compromissos com temas, com assuntos ou viés específicos. Vale tudo, artes e arteirices, ou o que der na telha, o que enxergar acontecendo, o que escutar nas ruas, nas rádios ou ler nos textos ou mesmo nos recados malcriados e vale comentar e receber " puxões de orelha".rsrsrs
Muitas coisas aconteceram nesses meses de silêncio.
Gente linda que se foi, afetos que se encerraram num peito que já não é tão mais juvenil, projetos que deslancharam para o mais profundo esquecimento, livros lidos, filmes vistos e viagens...ah...viagens...a melhor parte, vieram como presentes .Logo conto.
Antes, deixo um "oi", ou " voltei, viu?".
Ótimo final de semana!


Trilha sonora sugerida!
https://www.youtube.com/watch?v=65xTnnfD0HE

para Miriam Yang Kosterlitz e Andrea Caldas.