quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Twitterway

Lula em seu momento Hamlet (ser ou não ser) no affair Battisti: no caso, "despacho ou seguro" o homem por aqui?

Battisti em seu momento " The Clash": "Should I stay or should I go"...

Tarso Genro em seu momento " meu passado me condena" justificando a permanência de Battisti: "fundado temor de perseguição política", uau!

Ministros do STF ( Grau, Carmen, Ayres Brito, Barbosa, Mello) em seu momento " Mutley", lembram dele? O cão do Dick Vigarista?: "Lula, como chefe de estado teria o direito de escolher se envia ou não Battisti para a Itália". Fofos demais!!!

Palmeiras em seu momento "ditados populares": em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão...No caso falta time.

São Paulo FC, para conseguir o título do Brasileirão tem que, horror dos horrores, torcer para a vitória do Corinthians sobre o Flamengo. Todo sãopaulino estranhamente virou " simpatizante". Esses amores de ocasião são a cara da turma do Morumbi.

Os dois jogadores do Palmeiras expulsos ontem durante o jogo, Maurício e Obina, em seu momento Moe e Larry, os melhores dos 3 Patetas!


Momento de imaginação: FHC lança o filme " FHC, o Príncipe dos Sociólogos, filho da Sorbonne", ainda na presidência ( claro que com parte de verbas oficiais). Dá para imaginar a reação da turma?


Momento bacaninha: na exibição do longa " Lula, filho do Brasil", na abertura do festival de cinema de Brasilia, um profissional traduzia para 110 convidados surdo-mudos os diálogos do filme. Barreto, o diretor da película, reclamou da luz necessária para que o tradutor fosse visto.

Dilma Roussef, a delicada e sempre bem penteada pré-candidata à presidência, já ganhou novo apelido: " A Mãe do Apagão".

Momento da madrugada: perdi o sono, entrei no Youtube e encontrei um video incrivel: Burt Bacharach e Jamie Cullum cantando Make Easy on Yourself. Imperdível.

Momento de comemorar: Andréa, amiga querida, 40 anos é muuuuiittoooo bom!Felicidade tem sua cara!

beijos

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Luz e escuridão ( para Luiza)





Recebi de Luiza, minha filha, um texto maravilhoso do não menos maravilhoso Jabor, sobre o "Apagão"...( quem quiser ler me avise que mando por e-mail).
Mas quero falar aqui prá Luiza que, com sua sensibilidade e delicadeza, compartilhou comigo as palavras de um mestre.


Apagão, Lu, não é só o da luz, da energia, das turbinas de Itaipú ou de linhas de transmissão vencidas pelos ventos...É também o fim da luz de pessoas, de sentimentos, de promessas e sonhos..e p´ra esses, filha, não tem engenheiros nem outros técnicos que dêem jeito.
Para o primeiro, acendemos nossas velas, até as perfumadas que guardo aqui nas gavetas das comodas que eram de sua iluminada avó e conseguimos, mesmo sem TV, Internet, música ou microondas, criar um clima interessante, diferente, quase cálido..Sentamos todos num mesmo comodo para não desperdiçar nossas "luzinhas" e ficamos no papo, sobre um tudo, desde falta que a luz nos faz até assuntos que, numa claridade maior, passariam sem que notássemos...Para o segundo tipo, fica a decepção, a sensação aterradora da escuridão de alma, de treva mesmo, a dor do engano de quem supunhámos melhor, ou pelo menos mais parecido com a gente, com as coisas nossas do coração e afeto...
Descobrimos, nesses últimos dias, as duas formas de "apagão" e em ambas descobrimos a beleza e importância da luz.
Luz concreta e metafórica, luz que alumia o escuro da noite, dos caminhos, que traz calor, vida e energia, e luz que aquece a alma, que enfeita a vida do espírito, que cria sonhos e projetos, que nos torna, a partir dela, filhos do Altíssimo.
Somos seres de luz, feito de e para a luz. Nem todos. Há os que se desviam da essência, que tentam novos caminhos feitos de atalhos e rotas oblíquas, que fogem da grandiosidade de seus destinos. Optam pela escuridão, talvez mantendo equilíbrio que sempre sustenta o universo.
Tivemos um semana de " apagões". Não há de ser nada. Com isso descobrimos ou reafirmamos, mais uma vez, quem somos. Iluminados, vivos, inteiros, capazes de muitas coisas além de nós mesmos. Não nos atrai a tristeza nem a escuridão. Só luz. Muita. Sempre. Sem fim.

beijo

Mãe

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

saudades





Sinto falta de minha mãe...
Nas flores que arrumo num vaso, no café fresco e perfumado do final do dia, no Chanel n.5 que coloco, na tulipa de cervejinha gelada, nos livros e filmes do Cult...
Já escrevi inúmeras vezes que a marca dela em minha vida é tão grande que nunca sei o que é meu e o que veio dela.
Aprendi a amar a literatura,o cinema e a música com ela.
Nesses dias de grande inquietação com um dos meus filhos que paga pela inexperiência de ser pai pela primeira vez, sinto muita falta dos seus conselhos.
Minha mãe sempre acreditou no instinto, na independência, no direito de cada um cometer seus próprios erros e nunca, que me lembre, interferiu nas burradas e acertos que andei cometendo pela vida.
Tive, eu mesma, um espírito independente, aí que digo vir a minha dúvida, não sei de isso vem de mim mesma ou do modo como ela me formou e orientou.
O fato é que sinto a falta dela e fico imaginando, com os dados da memória, o que ela faria se estivesse aqui ou em meu lugar. Estaria 24hs por dia disponível, ajudando nas decisões, colocando sua opinião ou mantendo uma certa distância, dando ao neto a oportunidade de crescer, de fazer suas escolhas, mesmo com dor e angústia?
Muitas e muitas vezes vi minha mãe ser acusada de omissão e egoísmo, mas de verdade não era nada disso. Sei que havia um enorme sacrifício dela em se manter assim, em permitir que eu, tão avoada e cheia de ilusões, entrasse em caminhos dolorosos e pouco felizes...Em seu olhar leonino, cheio de força e severidade, estava a certeza de que eu não estava certa, mas havia com a mesma força a certeza de que ela estaria ali, no retorno da maré...E quantos retornos aconteceram...
Uma descoberta, não existem somente pais de primeira viagem, mas avós de primeira viagem. Com Sofia fui pouco exigida, era o básico, o normal de uma criança saudável e harmoniosa. Com Laura a coisa mudou.Ela tem algumas dificuldades que, acredito, sejam bobas, corriqueiras nos manuais de pediatria, mas vem junto um pai, meu filho, agoniado, em pânico, sem paz e serenidade para lidar com a situação.
Confesso, estou meio sem saber como agir.
Páro, respiro, busco o silêncio e a concentração atrás de respostas. Nessa hora sinto falta de minha mãe. Sua fé, suas certezas, seu amor pela vida independente, seu respeito a si mesma.
Compartilho, como homenagem, um video de uma canção que aprendi a amar com Nildona.

http://www.youtube.com/watch?v=h649I7ETaHI

terça-feira, 10 de novembro de 2009

calar ou falar? eis a questão...





Sempre fico na dúvida sobre o que falar e o que calar. Tem o " quando" também, pois em certas horas o mais bobo dos comentários pode ter a repercussão de uma bomba de Napalm..
Mas estou sempre em dúvida. Até que ponto o silêncio não vai soar como omissão, ou o que falo, como intromissão.
Durante muito tempo me orgulhei de " falar na bucha", nunca me omitir, dar sempre uma opinião quando pedida, hoje tenho muito receio. Já percebi que posso soar meio cruel, como assinalou outro dia minha amiga Nancy. Sei não, mas que esse negócio é complicado, isso é.
A droga é que sempre que " engulo", me finjo de morta ou faço " cara de paisagem", pinta uma dor de estomago fininha, que torce as minhas entranhas e me faz suar frio. É aí que entendo perfeitamente a expressão " engolir sapos"!!! E como é ruim!
Tenho procurado me manter calada, mais ouvindo que falando. Acontece que tem hora que isso é quase como tortura insuportável e acabo tomando colheres e colheres de Mylanta.
Não sei qual o "timing" perfeito, juro que tento, mas nem sempre com muito sucesso.
O interessante é que aqueles que comigo convivem estranham quando permaneço calada, quando fujo de conversas ou perguntas mais afiadas e me perguntam se " estou deprimida ou com algum problema", vai entender...
Em 2007 ganhei de minha filha, como presente de Dia das Mães, ingresso para o show " CÊ" de Caetano Veloso, meu ídolo e paixão eterna. Lá pelas tantas Caetano interrompeu o show e depois de se dirigir à platéia paulista com palavras de carinho e elogios, acabou confessando que sempre está metido em alguma polêmica, justamente por dar sua opinião sobre o que lhe perguntavam e nem sempre ser essa a opinião da maioria. Ou seja, ele pagava muito caro pelo que chamou de " mania de opinar" sobre tudo. Não sou, nem de longe, brilhante como Caetano, mas garanto que devo sofrer da mesma doença!
Agora mesmo, com tantas coisas novas acontecendo, principalmente Laura, minha segunda neta que anda dando baile nos pais de primeira viagem, me pego com coceira na língua e sem querer acabo opinando em assuntos que não me dizem respeito.
O povo estressa, meu filho fica malcriado, agressivo, minha nora me olha meio de lado e eu...eu? tenho certeza de que falei demais!
Estou me propondo uma tarefa, mais exercício, tentar, a qualquer custo não entrar em bola dividida, em adotar uma postura zen em relação a tudo e todos, me manter serena e sutilmente distante e tratar de " fermer la bouche". Por vias das dúvidas renovei meu estoque de Mylanta plus, líquido e comprimidos e de muito sal de fruta para dar garantia!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Crime e Castigo



Não são fáceis as relações humanas.
Tudo bem que envolvem identidades diferentes, formação, pensamento, filosofias, traumas, expectativas, tudo bastante personalizado e único.
Fazer, em bom português, "um link" disso tudo é meio trabalho de Penélope, meio coisa sem fim.
Tem também uma questão anterior a essa de tentar se comunicar e estabelecer laços com pessoas: o que realmente quero? quem sou? quais seriam os meus métodos, meios, medos, sonhos e necessidades? Algumas vezes não tenho resposta alguma a essas perguntas...
Não sei o está acontecendo, talvez os anos vividos estejam consolidando alguns traços do que sou ou penso ser e sinto, inúmeras vezes, quase como se falasse idioma desconhecido.
O tempo agora está me parecendo ser o de priorizar necessidades outras que não as minhas. As dores do instante de cada um, seus experimentos no terreno afetivo-emocional, a urgência em expressar cada novidade, cada sensação, cada desafio acabam atropelando tudo o mais que está em volta, coisas e pessoas. Eu, inclusive.
Daí vem antigo conflito, "e eu? como é que fico?"
Minha história de vida, dores, cansaço, limitações físicas, sim caros leitores, tenho algumas e são bastante dolorosas, meu tempo, tudo passa a não ter qualidade ou importância, como se apenas o outro ou outros estivessem devidamente credenciados a exercerem suas vidas e escolhas. Eu não. Sou apenas acessório, ferramenta, meio, ponte. No instante em que, crime, ouso me posicionar,incrível não? eu ter uma opinião, uma urgência, uma vontade, surgem as acusações, as cobranças, até mesmo um absurdo questionamento do que andei fazendo com a minha vida, como se, castigo, agora fosse eu, por conta do como vivi nesses 54 anos, obrigada a ser ou fazer o que de mim esperam!
Ok,já sei, já entendi, anos na terapia com o querido Dr. Alberto " junguiano" Silva, me fizeram enxergar que limites quem pode e deve dar sou eu. Estou começando a fazer isso, mas asseguro, não é nada fácil, cansa, desgasta, entedia e pior, cria um distanciamento horrível de pessoas a quem sempre tive enorme amor e carinho.
Não são fáceis as relações humanas e mesmo sabendo disso, fico meio "passada", perplexa, com cara de paisagem.
Atravesso esse momento como alguém que está cruzando enorme deserto. De idéias, de valores, de entendimentos, feito de silêncios e inquietação.
Se passei a vida toda me perguntando " quem sou", agora pergunto " quem é o outro"...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Assunto é que não falta!

Assunto é que não falta, faltou mesmo foi tempo para sentar aqui e escrevinhar!
Alguns desses, entretanto, careciam de um blog só para eles, mas vou tentar organizar.

1- Laura, minha neta. Uma coisa fofa e opiniática, tem refluxo, tadinha. Como disse o Ruy sobre seu também recém nascido neto Miguel, essa é uma doença da moda!
Pois é, vendo a correria e o piti dos pais e médicos da Laura fico meio passada, acho que meus filhos devem ter tido isso quando bebês, só que eu não sabia, não se sabia ou não se levava isso muito a sério. O que não foi de todo mal, todos sobreviveram e eu me acostumei aos jatos de leite nos cabelos..rs. Tem certas horas que uma certa ignorância é bem positiva! Não estressei, não deixei de dormir, não se usou medicamentos nos meus bebês e a vida seguiu...

2-Paella e caipirinha- Sábado último tive a " penosa" obrigação de comer uma "Paella marinera" preparada pelo Alberto Palou, amigo querido, marido da Teddy Chu, catalão de origem, mestre na arte de fazer esse prato. Foi chato, gente, ainda mais acompanhada com a também de mestre, caipirinha, feita pelo Novaes, outro amigo, professor de geografia que foi aluno na USP do meu não menos querido Tio Dirceu Lino de Mattos! Dia de sol, paella borbulhante, caipirinha gelada, música de qualidade, companhias idem, nada, portanto, a reclamar!

3- A moça da minissaia- O que é isso, gente? Como podem alunos de uma dita universidade terem uma reação de fazer inveja à Inquisição, ao Tribunal do Santo Ofício???
Isso me lembrou duas historinhas, com h mesmo, dos tempos passados.
Numa, éramos adolescentes, década de 70, Médici e seus asseclas soltos desmandando no país. Essa gente arrumou uma prática simpaticíssima: os milicos cercavam os meninos de longos cabelos e roupas coloridas, hippies e rockeiros, tipos dos mais ameaçadores à então ordem do país(!) e ali mesmo, nas ruas, metiam as tesouras, assassinando as lindas cabeleiras, aos gritos e violência...
Noutra, mesma década, meu primo Fernando Bonnanno fez uma viagem aos Estados Unidos, alugou um carro e saiu "on the road"...Ao tentar entrar no estado do Texas foi barrado graças aos seus lindos e longos cabelos loiros! Resultado, ou cortava ou não entrava...
Corta a cena, quase quarenta anos depois a moça entra na universidade, de saia curta ( que voltou à moda) e quase um conflito se estabelece...Xingamentos, tentativas de agressão, intimidação e ódio, irracional, inexplicável, ainda mais num ambiente que se supõe diferenciado culturalmente. Uma tristeza. Fico pensando, que mecanismos são esses que não só não suportam coisas diferentes como buscam a destruição deles...
Nós que vivemos tantos momentos de falta de liberdade, em todos os níveis, certamente não podemos entender isso.
Roupas, cabelos, acessórios, maquilagens são expressões de cada indivíduo, gostemos ou não, concordemos ou não, de bom gosto ou não. Temos, ou melhor tem, esses ditos universitários, que se preocupar mais com a qualidade do conhecimento que recebem, com a postura e atitudes diante da vida, com os projetos que sonham para o país nas profissões que escolheram. De resto é inquisição, nazismo, truculência, arbitrariedade, preconceito. Aí eu pergunto: que tipo de profissional sairá de um bando desses? Nem quero pensar!