terça-feira, 17 de novembro de 2009

Luz e escuridão ( para Luiza)





Recebi de Luiza, minha filha, um texto maravilhoso do não menos maravilhoso Jabor, sobre o "Apagão"...( quem quiser ler me avise que mando por e-mail).
Mas quero falar aqui prá Luiza que, com sua sensibilidade e delicadeza, compartilhou comigo as palavras de um mestre.


Apagão, Lu, não é só o da luz, da energia, das turbinas de Itaipú ou de linhas de transmissão vencidas pelos ventos...É também o fim da luz de pessoas, de sentimentos, de promessas e sonhos..e p´ra esses, filha, não tem engenheiros nem outros técnicos que dêem jeito.
Para o primeiro, acendemos nossas velas, até as perfumadas que guardo aqui nas gavetas das comodas que eram de sua iluminada avó e conseguimos, mesmo sem TV, Internet, música ou microondas, criar um clima interessante, diferente, quase cálido..Sentamos todos num mesmo comodo para não desperdiçar nossas "luzinhas" e ficamos no papo, sobre um tudo, desde falta que a luz nos faz até assuntos que, numa claridade maior, passariam sem que notássemos...Para o segundo tipo, fica a decepção, a sensação aterradora da escuridão de alma, de treva mesmo, a dor do engano de quem supunhámos melhor, ou pelo menos mais parecido com a gente, com as coisas nossas do coração e afeto...
Descobrimos, nesses últimos dias, as duas formas de "apagão" e em ambas descobrimos a beleza e importância da luz.
Luz concreta e metafórica, luz que alumia o escuro da noite, dos caminhos, que traz calor, vida e energia, e luz que aquece a alma, que enfeita a vida do espírito, que cria sonhos e projetos, que nos torna, a partir dela, filhos do Altíssimo.
Somos seres de luz, feito de e para a luz. Nem todos. Há os que se desviam da essência, que tentam novos caminhos feitos de atalhos e rotas oblíquas, que fogem da grandiosidade de seus destinos. Optam pela escuridão, talvez mantendo equilíbrio que sempre sustenta o universo.
Tivemos um semana de " apagões". Não há de ser nada. Com isso descobrimos ou reafirmamos, mais uma vez, quem somos. Iluminados, vivos, inteiros, capazes de muitas coisas além de nós mesmos. Não nos atrai a tristeza nem a escuridão. Só luz. Muita. Sempre. Sem fim.

beijo

Mãe

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