segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mais uma neta!





Encostei meu rosto no vidro do berçário e a enfermeira, talvez percebendo minha cara de " pidona", trouxe o pequeno berço transparente para bem perto...
Ali, uma criatura mimosa, feita de tons rosados e de pérola, dorme sossegada...
Que coisa mais linda essa minha nova neta!
Horas antes, diante de uma outra janela de vidro vi essa criaturinha nascer, sair do corpo quente e cansado de sua corajosa e guerreira mãe, para um mundo tão estranho que a espera.
Ali, quando a vi pela primeira vez, Sofia estava em meu colo, rodeando meu pescoço com seus bracinhos, tentando arrancar meus brincos e colares. De um lado, Laura, a neta nascida, recém, chorando, respirando sozinha, criando seu mapa astrológico..Do outro Sofia, essa neta já uma menininha me enchendo de beijos e balbuciando seus sons engraçados. Eu? Coração aos pulos e completamente agradecido por ter tais jóias em minha vida...
Como é bom ser avó, gente! Um amor louco, descompensado, sem as amarras das obrigações, é como ser mãe de novo sem os encargos ou dores, só festa, só riso, só brincadeiras...
Laura, minha pequena ninfa, contraponto exato da colorida e morena Sofia, parece feita de algodão doce, tão clara, tão loira nessa família de morenos...É quase uma princesa de contos de fada...
Do vidro fiquei muito tempo vendo Laura dormir, agora seu sono de "pessoinha", serena, sem sobressaltos, sem choro.
Me perdoem todos, mas minhas netas são as meninas mais lindas do mundo e para cada uma delas sonho um sonho cheio de alegrias, esperanças, conquistas e felicidade.
Filhas dos meus meninos, dos meus filhos e noras, filhas minhas de coração, amor eterno, pactuado pela alma e pelos sentimentos.
Ah! gente, como é bom ser avó. De Sofia. E agora da suave e delicada Laura...

Com amor, da sua babona avó.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu sou assim....






Nunca fui exemplo nem modelo, prá ninguém. Até se pensar bem, deveria ter sido, pelo menos para os meus 3 filhos, mínimo que se espera de quem se aventura nessa empreitada de " educar" gente...Mas não fui.
Hoje estava pensando, não fui de todo má, mas um tanto confusa e meio mutante.
Algumas coisas, entretanto, não abri nem abro mão nessa vida.

Gentileza: com todo mundo,ricos, pobres, pedintes, amigos, amores, conhecidos,totais desconhecidos e até inimigos! O outro sempre tem algo importante a me dizer, me ensinar e um minuto ou olhar de atenção pode fazer toda a diferença.
Todos que nos servem são pessoas com sonhos, com medos e tem nome. Grossuras, ar de superioridade, pedantismo são insuportáveis.
Lembro de um episódio vivido por Luiza, minha filha: ela, belo dia, recebeu o convite de um rapaz, rico, quíssimo, poderoso, para jantar. O moço em questão veio pegá-la pontualmente com seu magnífico carro importado, presente do papai e levou-a ao Antiquarius, restaurante caro e culinária maravilhosa. Ao entregar o carro ao manobrista, ele, com ar de mafioso, praticamente ameaçou o pobre funcionário falando sobre os cuidados e valor do tal veiculo! Depois outra grossura com o garçon. Resultado: Luiza chegou em casa chorando pela humilhação que viu ser inflingida aos pobres funcionários e nunca mais atendeu a nenhum telefonema do dito milionário.

Tolerância- Sou meio mestra nisso. Todo mundo tem problemas, seus momentos de chatice, inconveniência, mau humor, tristeza, pileque. Eu, inclusive. Não dá para fechar questão e criar caso se alguma coisa acontece num dia ruim das pessoas. Tentar entender, perdoar e passar por cima garante a manutenção de grandes amizades e amores. Conviver com defeitos é tarefa, exige fígado, estomago, mas se a pessoa em questão vale a pena, que tal " deletar" o enguiço?


Entrega- Aos amigos, aos filhos, aos amores...Tem que ser inteiro, incondicional, de corpo, alma, mente e espírito. Vestir a camisa, torcer junto, rir e chorar e beber e comer, comemorar, enterrar os mortos, sempre junto. Acreditar, estimular, comprar os sonhos, ajudar nos projetos e catar os cacos, se for preciso. E cuidado com as críticas...


Outros: presentear sem datas, receber pessoas, improvisar comidinhas legais, comentar um bom filme ou livro com todo mundo, falar mal de políticos, planejar viagens e me presentear com pequenas bobagens...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Muito, muito pessoal, se me permitem





Hoje estou mais pessoal do que nunca..rs, se me permitem...
Quero registrar aqui, para os meus possíveis " acompanhadores" do blog, o aniversário de duas pessoas muito, muito interessantes e próximas demais do meu coração: Rafa e Daniel, meus filhos..
Nossa, meninos, vocês já tem 35 anos???!!! Que coisa! Como passa o tempo? Sei que vão rir, pois, com o espírito gozador que possuem vão me lembrar que apenas 19 anos nos separam! Certo, já não mais menina...rs.
Não mais a menina que os gerou e colocou no mundo, sem saber exatamente o que poderia significar "colocar filhos no mundo"...
Meu mundo daquele tempo tinha muita música, bandas de rock, muita vivência e muito Summerhill e suas teorias revolucionárias de como educar crianças! Tudo menos autoridade, disciplina, afinal era proibido proibir.
E vocês, já nasceram tão bons, de genes e de espírito, que não deram para bandidos, marginais ou perdidos na vida sem limites! Mérito de vocês, pois de mim mesma só veio muita brincadeira, muitas tardes no Ibira com a cachorra, muita farra e pouca, pouca estabilidade...
Sua irmã deu mais sorte, eu estava mais velha e preocupada e assim, bem ao contrário do que fiz com vocês dois, implantei o método " Colégio Vértice" de ser! Coitada.
Agora, 35 anos depois, vendo vocês como pais, Dani de Sofia e Rafa da Laura que vai nascer a qualquer momento, sei que sou feliz! Por tê-los, por tê-los tido, por me ajudarem a crescer com vocês...Ambos serão, com certeza, pais melhores que eu, como mãe, fui.
O fio condutor de tudo? O imenso, imenso amor que tenho por vocês, lindos meninos, agora homens, que me mantém e sustenta nos dias de dor e tristeza.
Com afeto, carinho e desejo de toda a felicidade do mundo,
Mãe

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Medo pela primeira vez





Em 1983, ano em me terminei meu primeiro casamento, sai do apartamento dos Jardins, seguro e enorme, para um casinha no Brooklin, Rua Guararapes, quase Berrini.
Foi um Deus nos acuda!O povo achou que eu havia enlouquecido, onde já se viu uma mulher sozinha, com dois meninos pequenos e uma cachorra numa casa, portão baixo??!!!
Foi nesse ano que finquei minhas raízes nesse bairro que amo e com duas interrupções pequenas, nos anos amargos que tive que morar em apartamentos ( e quase, aí sim, enlouqueci!, só morei em casas. Todas grandes, todas sem nenhum aparato tecnológico de segurança.
Para falar a verdade nunca tive medo, as crianças cresceram e fiquei, muitas e muitas vezes, finais de semana inteiros, sozinha, sem problemas.
Contei isso para deixar claro que nunca fui uma pessoa apavorada. Até ontem.
Tive que ir até o centro, mais precisamente em dois lugares próximos à Praça da Sé.
Quando saí do metro, ali na estação Sé, já senti a adrenalina à mil, bem na saída um grupo de sem teto, mendigos, garotos visivelmente drogados, abordavam as pessoas.
Encontrei uma PM feminina e ao pedir informação sobre a rua que precisava ir, recebi, após a orientação bastante gentil, o aviso de não cruzar pela praça e sim contorná-la!
Olha, um conselho desses vindo justamente de uma autoridade policial, é de apavorar qualquer um! Sei que caminhei completamente em pânico, olhando para trás, paranóica e com o coração aos pulos!
Frequentei anos e anos seguidos, por conta das minhas costuras, aquela região toda mas, pela primeira vez senti um medo enorme!
A pobre praça mais parece um acampamento de refugiados, todo o tipo de sujeira, carroças, montes de roupas, tralhas,mendigos, drogados trombadinhas! São, nitidamente, os donos do pedaço, sob os olhares distantes do policiamente, enorme e sem ação que circula por lá.
Fiquei muito chateada, sempre me considerei uma paulistana que nunca temeu a cidade em que vive. Acabou.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um adeus...






Tenho que sair correndo, mas antes resolvi postar aqui.
Li na UOL a notícia da morte, aos 57 anos, do ator Patrick Swayze. Morte após 20 meses de luta contra um câncer de pâncreas.
A notícia me emociona por dois motivos.
Patrick, ao lado da bela Demi Moore, protagonizou uma das cenas mais sensuais e delicadas do cinema americano. Em Ghost, a cena de amor entre eles, ao som de Unchained Melody é inesquecível.
Ok, podem achar o filme brega, como também essa canção, um hit dos anos 50/60, mas tem certas coisas que, justamente, por serem bregas é que são legais.
A outra é que sei como age essa doença terrível no pâncreas!
Ao ler a declaração da esposa e família, falando dos ultimos momentos do ator, voltou toda a dor e sofrimento que nós, que amávamos e amamos tanto a nossa Nildona, minha mãe, sentimos naqueles dias terríveis...
Cruel, doloroso, destruidor, o segundo tipo de câncer mais letal e devastador que se conhece, posso lhes garantir que nada se aproxima tanto do inferno...
Não vou entrar em detalhes cruéis, não vale a pena. Quisera poder esquecer, apagar de minha memória essa parte da minha vida e história.
Deixo aqui, como homenagem a minha mãe, Patrick e tantos que sofrem, meu carinho e pedido de muita luz e paz.

http://www.youtube.com/watch?v=t8lbc9lv5Lw
http://www.youtube.com/watch?v=ZsukB39t6eA

sábado, 12 de setembro de 2009

Medo do branco!!





Medo do branco!

Não, não se assustem, pelo menos antes da hora! Essa não é uma declaração racista!
O tal "branco" que falo é a praga que insiste em acompanhar todos aqueles que gostam de escrever.
Um dia li, em alguma entrevista, um famoso escritor ( olha aí, me deu o "branco", pois não me lembro quem foi!!) dizer que escrever tinha que ser um ato de disciplina, algo meio parecido com o trabalho formal, com hora pra começar e para terminar. Ele dizia se sentar todos os dias, determinada hora, em frente ao computador e lá permanecer como se cumprisse " um expediente" de trabalho num escritório qualquer, mesmo que não saísse uma linha sequer...
Bem que tentei fazer isso, mas não consigo...
E é sempre assim, fico dias, semanas, meses, com alguma idéia germinando na cabeça, durmo e acordo com ela, ajeito, conserto, aumento ou diminuo, até que belo dia vem a erupção! No caso de textos mais curtos, ótimo, sento e escrevo, sai de bate-pronto e me dá pouco trabalho, fica somente rever a gramática, erros de acentuação, diagramar...
Mas se, por acaso, é um projeto meio grande como o que estou metida agora, aí vem a complicação!
O começo é mais ou menos fácil, afinal é a viga mestra de tudo, a idéia central. Flui sem grandes dramas...Na medida que vai crescendo, que tenho que fazer algum tipo de pesquisa, começa a enrolar...
No exato momento pesquiso sobre mitologia, lendas, costumes, etc..Ou seja, vou " baixando" textos e mais textos encontrados no Dr. Google, procurando nos meus livros, lendo, entendendo, buscando adequação ao meu próprio texto e de repente quem surge? O branco!!!!!
Desesperador! Do projeto inicial, tão bem alinhavado, percebo que quero alterar tudo, o capítulo 1 vira o 3, a introdução vai para o meio, já não sei por onde começar e terror dos terrores, me vejo parada diante da tela em branco do WORD, todo o sistema esperando meu comando e....e....Nada!!!!
Como é isso? Como pode? Parece que meus neurônios entraram em curto-circuito!!! E pior, as idéias continuam lá, entrando e saindo, flutuando como fantasmas sem formas, como bebês querendo nascer num atormentado trabalho de parto, doloroso, sem fim...
Nessa horas penso em desistir de escrever. Não tenho talento, não sei fazer isso, não é a minha praia e nem tenho a tal disciplina do escritor famoso!
Seria fácil se conseguisse, mas a verdade é que o texto, uma vez iniciado, já tem vida e essa não admite recuos nem abandonos...
Estou assim, nesse momento de " branco" terrível, sofrido, me sentindo sob efeito de enorme obsessão..
Tem algumas saídas: páro de ler, páro de pesquisar, fecho o Word, jogo Tetris e Farmville e venho aqui desabafar!
Fico pensando nos autores de grandes obras, grandes nos dois sentidos: escrever Os Irmãos Karamazov, Guerra e Paz, Os Lusíadas, a Divina Comédia, O Senhor dos Anéis, não é tarefa pouca...Será que eles também tiveram seus " brancos"????

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Copacabana...





O mar visto pela enorme janela do apartamento de Copacabana, início dos anos 60, era indescritível...Ainda mais para uma menina de 6 anos...
Ela, sem saber racionalmente, mesmo assim pressentia que aquele era um tempo para ser guardado com carinho. Isso lhe causava uma certa tristeza, incompatível com alguém tão jovem, como se soubesse que esses primeiros anos, dourados no país e em sua vida, nunca mais voltariam e desde já sentia enormes saudades.
A janela do apartamento ia até o chão e ela, mesmo com sua pouca altura, tinha a sensação de estar pairando sobre o mar. A única coisa que existia entre o prédio e o mar era uma ainda estreita avenida Atlantica, quase Praça do Lido.
As gaivotas, naquele final de tarde, faziam coreografia delicada, as ondas, como flocos brancos estouravam, escorrendo pela areia brilhante...
Fora uma manhã de sol, das muitas manhãs de sol da menina amada, mimada, cercada pelo cuidado exagerado de um pai já velho e poderoso...
Foi ali, pela primeira vez, que ela descobriu um paradoxo: ser muito feliz era estranhamento doloroso...Sim, o sentimento era tão bom, tão poderosamente devastador que a simples idéia de não senti-lo todo o tempo lhe parecia insuportável.
No toca-discos, vitrola naqueles dias, um disco girava e era constantemente colocado para tocar por sua mãe.
A menina ainda não sabia que muito da melancolia que sentia vinha da música, da voz grave e cheia de entonações de Sergio Endrigo em sua " Aria di neve"...
Nenhuma palavra da letra, em italiano, fazia sentido, na verdade nem parecia que ela prestasse atenção à canção, mas ainda assim seus efeitos eram sentidos...
O verão, naquele ano, foi lindo, cheio de sol e luz, o mar morno e convidativo, a visão disso tudo ficou para sempre marcada na menina.
Como tinha pressentido, nunca mais houveram verões assim, nunca mais a janela sobre o mar, as gaivotas, o Rio...
Hoje, ela uma quase velha, além da memória, existe Endrigo cantando sua " Aria di Neve" e até hoje ela ainda se sente meio melancólica ao escutar...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Amor via e-mail




Foi um caso de amor vivido através de e-mails..
Não, não era totalmente virtual, os dois se conheciam, aliás, fazia tempo. Pessoas em comum, festas e viagens idem, eram bem amigos.
Um dia a coisa evoluiu, ou involuiu, até hoje não sabem.
Com o pouco tempo de ambos, que trabalham em empresas e tinham carreiras diferentes, acabava sempre restando o espaço roubado nas horas de trabalho para trocarem e-mails.
Isso durou bem uns 5 anos, com direito a somente 3 romanticos encontros cheios de paixão e desejo(sem a "entourage" familiar e de conhecidos por perto)...
Um dia terminou. Assim, sem brigas, sem gritos, sem choro nem vela. Acabou. As caixas postais foram ficando vazias e com aquele aviso " nenhum e-mail novo"...
Se dor houve, e deve ter havido, ela passou sem que ninguém em volta percebesse.
Os meses foram passando, a antiga amizade retomou o seu lugar depois do amor.
Uma noite, o sono sumido, ela acabou abrindo a tal caixa postal. Ali, por ordem cronológica, estava contada toda a estória desse amor.
No início meio tímida, palavras cuidadosas, começam geralmente assim: "Querida"...Passaram para "Linda", depois " Meu amor, amada"...Em mais de 300 e-mails estava todo um livro pronto! Relatos de um suave sentimento, desejos, paixão, medos, angústias, sonhos e projetos...
A mulher trabalhava no mercado editorial e por um momento pensou em organizar tudo aquilo e publicar! Sucesso na certa. Depois pensou melhor e chegou à conclusão de que certas palavras devem ficar, para sempre, guardadas em e-mails...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Convergência e divergência




Dias de conversas interessantes. Tópicos levantados e que sugerem um certo posicionamento diante do mundo.
Foi aí que disse algo que, sinto, não foi bem entendido. Vamos lá.
Sobre o " voltar para casa", meio na brincadeira, meio sério, Dani me disse que, caso não ficasse casado, voltaria para casa. Aqui, para minha casa. No mesmo tom respondi que não entendia isso, uma vez fora, sempre fora, pois foi assim que sempre fiz.
Do tempo da separação nos meus casamentos anteriores, um com o pai do Dani e Rafa, outro com o pai da Luiza, nunca me passou pela cabeça retornar para a casa de meus pais! Mesmo porquê, em que conte meu enorme amor e carinho por eles, pai e mãe, alguma coisa tinha se modificado e entre elas a certeza de que eu nunca mais me sujeitaria a " dar satisfação" de onde, com quem, como, etc, eu iria, ou faria, ou não faria. E outra, nesse primeiro período das separações, queria ficar só, como bicho ferido lambendo as patinhas no escuro e ninguém merece compartilhar isso.
Pelo olhar de meu filho, senti que ele leu isso como " descaso", desapego ou, pior, falta de amor. E é justamente o contrário: Dani, você já deveria saber que sempre os criei para a independência, para o mundo, para a luta nem sempre gloriosa, para a vida e que sabe-los assim me faz muito feliz. Cada um de vocês, bem ou mal, fez suas escolhas, de escolas, de relacionamentos, de trabalho, de pensamento sobre tudo e não interferi. Concordando ou não, achando ótimo ou não, sabendo, de antemão que muitas vezes iriam se arrepender, mesmo assim os apoiei e apóio. Busco, dentro desse espaço de enorme respeito a cada um, ajudar no que posso, no que me pedem, no que percebo, vocês precisam.
Penso o amor de mãe assim. Feito de respeito, de encorajamento,de um afeto que passa longe de chantagens, de chororos, de cobranças. Amo-os como pessoas, inteiras, complexas e quero que vivam bem como são.
Dani hoje é pai de Sofia, a jóia mais preciosa do mundo! Linda, saudável, brilhante, afetuosa e muito, muito esperta. Ela sabe quem é quem, pois em mim encontra o colo, o amor feito de beijos e abraços sufocantes, a disponibilidade de tempo,mas também encontra o " não" para suas tentativas de birra, de manha...Cuido de Sofia de longe, deixo que descubra os degraus, as portas que se fecham com violência,o andar sem segurar a mão, a água que sai das torneiras.Evidente que não a exponha aos perigos desnecessários, mas ainda assim permito que caminhe só, suba, pule, cheire e toque, para aprender as diferenças.Ela sabe que não há desamor nisso, mas sim a enorme possibilidade de descobrir um mundo cheio de cores, flores, bichos e obstáculos.
Dani,já te disse, a casa aqui é sempre sua, de seus irmãos, de sua filha, sua mulher, dos amigos e de todos que aqui se sentem bem.Só não se esqueça da luta, da vida, do crescimento em todas as situações, mesmo as não tão legais. Sei que estava me testando com essas brincadeiras, sei que tudo está bem, mas tinha que te escrever, ok?
beijo
Mãe

sábado, 5 de setembro de 2009

Reconquistas!





Não, não vou falar do momento histórico...isso é coisa para o Gil, meu marido, historiador competente...
Vou falar do simples direito de sermos o que somos, apesar do tempo, do mundo, das mudanças ( e de todas essas mesmas coisas que nos alteram tanto...)
Reconquistar pessoas que supunhamos perdidas, que pareciam não entender nossa língua nem nossas opções, pois é, um pouco de generosidade e amor pode trazer de volta antigos afetos...
Reconquistas dos nossos corpos, não mais ágeis, elásticos e belos, agora re-encontrados com ajuda externa, pouco importa se cabelos lisos,cachos, loções mágicas, próteses, muletas, óculos...pouco importa, já que o que os anima é a " anima", a alma, o espírito, a vontade e desejo!
Reconquistas de nosso talento, nosso sonho, nosso projeto, nosso caminho...ok, erramos, atiramos em alvos errados, mas tudo ainda está aí, esperando nosso novo tiro, com nova e mais certeira mira...
Estou aqui, agora, sentada diante do micro, pensando e engendrando novas conquistas, novos desafios e lhes digo, não parei, não desisti, não perdi a esperança. Vou atrás, necessito e muito me saber feliz, me saber viva, me saber ainda merecedora de tantos afetos que andei cultivando por essa vida...


( Para Walter Puccini e Cynara Mattos- eles sabem porquê!)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Presente de aniversário!





Minha querida Bia Puccini, bela e inteligente, me mandou o texto abaixo...
E o recebo como um lindo presente de aniversário...
É bom ter vivido para receber e merecer, de uma quase menina, tão linda, perspicaz, sensível e generosa, essa beleza.
Bia, obrigada por conhecer tão bem os caminhos por onde anda meu coração...

Venho pensando em ti por toda a semana
Por que o nosso aniversário dura um dia?
Poderia ser uma hora, um minuto
um momento, um mês, uma festa.
Ah, em tua casa estava tão radiante com Sofia!
E transbordava de orgulho com Laura a caminho,
e de alegria da linda família reunida.

A tristeza só nos olhos, como um choro íntimo,
algo a preocupa verdadeiramente.
Não, não era algo como inferno astral...
E, desde então, venho numa intimidade a distância
Desejando e pedindo por ti.
Espero que não seja grave a razão de sua dor,
e que passe logo e que peça ajuda.

O Fê manda lembranças e eu te desejo luz,
muitas flores, e frutos e carinhos,
discos e livros e suas presenças e ausências incríveis.
Netas correndo pela casa e amigos ao pé da lareira
saúde e paz e dinheiro e almoços de domingo
Praia no verão, navegar, o mar.
Um floral e "toooodo o amor que houver nessa vida..."

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

enfim os 54!





Pois é, acabei chegando aos 54 anos e o orkut, sempre ágil, trocou minha idade, escancaradamente pelo mundo virtual! Esse último ano foi complicado, portanto chegar até aqui fica com gosto de conquista!
Estava no banho e fui listando mentalmente o que gosto e que não gosto mais:

Gosto:

Música- de MPB à ópera
Gente- inteligente, bem humorada, ágil e sem preconceito
E-mails- do povo descrito acima
Cozinhar- aprendi a amar e descobri que se estou com algum problema, as horas lidando com temperos são melhores que terapia!
Ler- meu jornal pela manhã é sagrado, livros e revistas idem.
Ser avó- É bom demais! Ô amor descarado, incondicional, capaz de me tornar menina de novo!
Amigos- coisa boa, ajuda, suporta, apoia, instiga, move, acrescenta.
Juquehy- ah! isso é uma paixão!

Não gosto mais:

Festas com muita gente- um stress, cansa muito, não rende bons papos
25 de março- adorava, me divertia no meio da confusão, hoje sé de pensar me sinto mal!
Papo cabeça- Isso é chato demais! Incluem-se nisso discussões políticas e afins, muito, muito chato
Shoppings- Coisa horrorosa, sem ar, sem luz, cheiro e cenário pasteurizado, não dá.
Dirigir- não curto mais, me irrita, cansa, o trânsito é de enlouquecer qualquer um!

Até que não foi difícil listar isso e com certeza não mudei tanto quanto imaginava, mas relendo vejo que estou mais tranquila, mais estável e precisando cada vez menos de agitação e barulho. Me parece sábio, o que acham?