quarta-feira, 31 de agosto de 2011

When I´m sixty-four!







When I get older losing my hair,
Many years from now(...)



Will you still need me, will you still feed me,
When i'm sixty-four. ( Lennon-McCartney- When I´m sixty-four)



Quando escutei pela primeira vez essa canção a letra me pareceu algo muito distante, quase surreal!
Teria eu qual idade? Vamos lá, 1967 álbum Sgt´s Peppers: 12 anos! 
Não imaginava, acho que era incapaz, do que seria viver tanto e ter inquietações, retratadas com muito talento e humor na canção, de uma pessoa nessa idade!
E não é que me aproximo, passos largos, a tal casa dos 60??? Amanhã encerro os 56, entro nos 57, portanto...(rsrs).
Pois é, pois é mesmo.
Hoje, jogando conversa fora na hora do almoço com outros 2 cinquentões ( mais novos que eu!), ficamos fazendo um " balanço" do tempo e dos estragos e/ou diferenças que sentimos. Opinião unânime, os 50 foram mais sentidos que os 30 ou 40, mesmo com todas as lendas sobre essas idades.
Sinceramente, além do folclore e literatura sobre as " mulheres de 30" ou a entrada na maturidade das " quarentonas" ( mais a menopausa), não me percebi muito diferente do que sempre fui. 
Agora digo de verdade, ao entrar nos tais 50,a coisa mudou e muito! 
Analisando por partes, como Jack:
 Pele? ressecou, trinca com a mais leve brisa de verão ( Lancôme nela!) e linhas novas surgem todos os dias...
Cabelos? Além do mesmo ressecamento, surgem os tais "brancos" desesperadores ( L´Óreal perde fácil essa luta).
Elasticidade do corpo? Sorry pessoal que curte academia, mas o pescoço de cisne e a graça dos felinos não voltam mais, ficamos no máximo " fortes" com músculos de homem, para mim não dá, prefiro a flacidez a ser confundida com traveco.
Vamos pular a parte médica, que essa é de lascar: colesterol, glicemia, cálcio, uréia, iodo, pressão arterial, etc, etc...A impressão que tenho é que todos esses números subitamente enlouquecem e a gente junto!
Bom, agora entramos na outra parte das mudanças, a complicada no meu pobre entendimento:
O pique? Esse aguenta, no máximo, festas de família que acabam entre 22 e 23horas, a partir daí começam os bocejos, a sonolência e surgem, sem explicação, imagens mentais repetidas da " nossa cama, nosso travesseiro"...
Os sonhos de férias? Sossego, cenários tranquilos, ilhas desertas, sem barulho nem muvuca, nada de locais da moda nem excursões da CVC para Disney! ( aliás excursões em geral não dá mais!)
Programas preferidos? Bistrôs, piano-bar,jantares sossegados, já as baladas e estádios ou parques com shows de música, rock principalmente (e em pé?) esqueçam!
Você acha que estou exagerando? Não, não estou, embora alguns ( menos conformados que eu!) ainda insistam em manter certa " jovialidade" e entrar em programas de moçada.
 Sem sacanagem, o preço a pagar pode ser meio alto: risco de chegar em casa com a coluna "travada" (por semanas e com direito a muitos Dorflex) pelos malabarismos nas pistas de dança, ou de comprar "aquele" vestido ( mini) coladérrimo de estampa de onça, naquela descoladérrima grife da moda e não perceber as risadas das vendedoras diante da imagem ( patética) refletida no espelho do provador, ou pior, ser chamado de " tia ou tio" pelos que pensa serem seus "amigos" ou sua " turma"! Lamentável, não?
É pessoal, envelhecer acontece, basta vivermos bastante, resta mesmo é saber lidar com as diferenças, as sutis e as nem tanto. E tratar de encontrar a nova harmonia com o mundo e com a gente mesmo.
Ás vezes me assusto diante das mudanças que percebo em mim, noutras, a maioria, dou muita risada, fazer o quê?
O fato é que foi bem divertido tudo o que andei fazendo pela vida, como é, agora, essa tranquilidade e paz que tanto busco e gosto. 
E quanto à pergunta da canção, tenho certeza de que meu companheiro vai " need me, feed me" quando tiver 64 anos,  mesmo porquê não é doido e estará bem próximo dessa idade também!.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sóis e girassóis.






Minha mãe não era especialista em arte, mas era em vida.
Ela costumava dizer que Van Gogh, a quem amava de paixão, tinha dado dignidade aos girassóis. Verdade... Se pensarmos bem essas flores, que beiram ao espalhafato e são quase " bregas", nos foram mostradas pelo mestre holandês com tanta luz, tanta beleza e vida que deixam outras, mais nobres e raras, no chinelo!
Minha mãe sempre me deu a sensação de ser parecida com Van Gogh, talvez isso explique, dentre outras tantas coisas, sua enorme fascinação por ele. Conhecia sua vida em detalhes, comprava livros de arte e fascículos e tinha " offsets" de suas obras, principalmente as que retratavam... girassóis...
A instabilidade emocional do artista, sua procura desesperada por expressão, sua extravagância, suas alucinadas paixões também eram características de minha mãe. Para ela não havia um mundo em tons pastéis, nem de silêncios, mas um oceano de cores fortes, brilhantes e festa, música, risadas e movimento.
Qual o mestre, amava essas flores estupendas que ela arranjava em vasos exóticos numa estranha composição, mas que tinham o poder de encantar quem entrasse em sua sala e topasse com eles...Era como se elas, tais flores, falassem, acenassem e enchessem a vida de todas as nuances de um amarelo divino. Havia vida, pulsante, em eterno vai e vem, nos vasos de minha mãe.
E o amarelo de Van Gogh e os girassóis de minha mãe permearam minha infância, tornando o cenário iluminado e inesquecível...E queria tanto ser menina de novo...E sentir, como senti pela primeira vez a invasão do sol, dos sóis, dos girassóis, em minha vida.
O mundo quem o altera são os gênios. Os que do nada, criam tudo. E não precisam explicar muito, apenas nos mostram, sinalizam o caminho, o trajeto em busca do bom e belo.
Aprendi a amar o louco mestre holandês através do olhar inquieto e cheio de beleza e talento de minha mãe.
E saio, quando tudo parece sombrio e sem esperança, atrás de girassóis.
Vou atrás da vida, do dourado e quando, numa encantadora magia, os coloco em vasos, sinto que estou bem e feliz de novo. E imagino o sorriso do artista misturado com o de minha mãe.


Para minha mãe, com imensas saudades.




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Divagações





Hoje estou com muito temas " pulando" na cabeça.
Blog tem disso, dias com nenhum assunto, outros com muita coisa prá falar.
São pensamentos, soltos, só.

Festa de Barretos- Entra ano, sai ano e esse pavor continua! Tristeza as imagens de animais torturados, jogados na arena para deleite da platéia! Uma festa de horror e mau gosto em TODOS os quesitos. Importam-se estilo e valores "countries " dos EUA, aliás, cá entre nós, essa mentalidade de colonizados nos persegue mesmo!
Moças fantasiadas de cowboy, automóveis enfeitados com chifres, "agroboys" ostentando chapéus de milhares de reais, música de péssima qualidade e o cenário dessa coisa medonha está composto. Entendo porque não se proíbe isso: dinheiro. As engrenagens que movem esse espetáculo trágico são bem azeitadas com muito, muito dinheiro. O que isso tudo me lembra? O Circo Romano.
Pergunta: Onde andam as Ongs de Defesa dos animais, a sociedade que se pensa justa e sã, a moçada engajada em cidadania? Acorda, gente!

Final da novela da Globo- Esse tema me divertiu muito semana que passou. Muitos textos, análises, comentários nas mídias todas. O que mais me chamou a atenção foi que a maioria das opiniões " cobrou" coerência e veracidade no desfecho da novela! É de rolar de rir...Seriedade e verossimilhança em novela? Ah, pelo amor de Deus!É novela, besteirol, sem compromisso, nem com a realidade nem com o possível. Parece aquele povo que tenta, com ar de cultura e erudição, argumentar e polemizar quando assisti filme pornô: não dá.
O fato é, novela não é cultura, ok? Apenas um forma, até discutível, de entretenimento e não me parece que os autores pretendam mais do que isso.


Festa com música- Deixei esse assunto para o final, pois é muito, muito agradável.
Tivemos aqui, sábado passado, a comemoração do aniversário do Gil, meu marido. Além da alegria com a presença de amigos queridos e carinhosos, compartilhamos momentos de muita delicadeza e emoção com Nell Filho ( http://nellfilho.com/home.php), um quase garoto que, com talento e graça, tocou e cantou pra gente.
O dia cinzento combinando com o repertório sensível, harmônico, excepcionalmente bem executado, tornaram esses momentos inesquecíveis. Sabe como, não? Daqui alguns anos tais lembranças estarão intactas em nossas memórias e poderemos dizer " fomos felizes e sabíamos"!
Música boa, talento, amizade, presença generosa, tudo isso dá sentido à vida.
Os que não puderam vir, não quiseram ou ignoraram, só resta lamentar. Não é sempre que tanta coisa boa e legal acontece junta!

Boa semana.


ps- escolhi a bela imagem do Nell para o blog.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Programas legais!





Adoro o Facebook! Acho bem divertida essa troca instantânea de informações, arte, opiniões, etc, etc...
E mesmo em dias como o de hoje, que meu humor estava imprestável, o contato com os amigos e/ou conhecidos conseguiu salvar minha vida!
Minha grande e hilária amiga Nancy Mouth publicou, só de sacanagem, a notícia do Estadão sobre os shows de Justin Bieber, confirmados para outubro no Brasil ( Deus nos proteja!!).
Foi então que tive a ideia de fazer uma lista de programas " imperdíveis" para os que moram em SP e que teriam, para os que nisso acreditam, o poder de resgatar " o karma" e purificar a energia através do sacrifício!!

1- Show do Justin Bieber (afinal a ideia veio dele..rs)
2-Assistir a programação de domingo na TV aberta: Gugu, Silvio Santos, Faustão, Fantástico, isso é o caminho certo para uma enorme depressão durante a semana.
3-Festa de Peão em Barretos, pelo amor de Deus, além da cafonice " importada" e das moças prá lá de " trash", tente não se horrorizar com os maus tratos a animais!
4-Ir ao Mercadão Municipal de SP aos sábados, esse é ótimo, equivale a compras na Rua 25 de Março em véspera de Natal! Cuidado com o " rapa" e os arrastões!
5- Fazer meditação no Parque do Ibirapuera num sábado de sol ( de preferência), ao lado de atletas, crianças e mil cães...Se conseguir, pode ter certeza que você atingiu o nirvana!!!
6- Caminhadas no Minhocão, o Elevado Costa e Silva, também aos domingos ( que está fechado para carros) e desfrutar da linda paisagem urbana da região.
7- Tour de " trem" saindo da estação Barra Funda até a Presidente Altino! Gente, conhecer a cidade é tudo de bom!
8- Pegar o sistema Anchieta-Imigrantes em véspera de feriados. Esse programa vai te proporcionar uma revisão completa do que considera " descansar num feriado".
9-Balsa de São Sebastião-Ilhabela e vice-versa. Essa é de irritar monge budista. Calor insuportável, borrachudos, horas de espera e quem sabe você se toca que a Ilha quer somente gente que possua helicópteros e não pobres como você!
10- Réveillon na Praia Grande, de preferência ao lado da estátua do Netuno no Boqueirão, ou se for religioso, da de Iemanjá. Você e mais 10 milhões de pessoas vão curtir a passagem do ano regada à muita Sidra Cereser e atabaques!
11-Romarias aos Santuários religiosos, o mais famoso é o de Aparecida do Norte, funciona melhor se for no dia da padroeira e você for de ônibus fretado por sua paróquia! Ah! reze muito pois a fila para a entrar na igreja deve tomar umas 5,6 horas.
12-Levar a criançada, aos finais de semana, em qualquer um dos shoppings da cidade! Esse é bem legal, pois já começa com filas nos estacionamentos, brigas por vagas e termina com os pequenos aos berros e exaustos, depois de terem corrido pela praça de alimentação derrubando clientes e bandejas.Ah! se tiver estréia de Shrek e afins, o programa tá completo!
13-Parada gay, Réveillon na Paulista e Carnaval no sambódromo também contam muito para seu resgate de karma, afinal você vai sobreviver a assaltos, brigas, assédios, seguranças truculentos e muita, muita chatice, parabéns!
14- Mega shows em estádios, no Morumbi principalmente. Sei que tem quem curta mas, vamos lá: ingressos escorchantes para você assistir seu artista favorito em pé e ser amassado o tempo todo. Para chegar em tempo tem que reservar o dia, mesmo o evento marcado para as 22hs, congestionamentos sem fim, nenhum lugar para estacionar, caso consiga enfrente os flanelinhas e tenha seguro do carro em dia. Cerveja quente, visão péssima, você só vai conseguir assistir pelo telão. Não tem importância, pelo menos você poderá dizer no dia seguinte: eu fui!

Como podem ver nossa cidade e estado oferecem muitos e variados programas para quem quer testar a capacidade de suportar, de sofrer e ainda achar que está se divertindo, não é fantástico?
Prometo continuar a pesquisa e sempre aumentar nossa lista de " imperdíveis"....

Boa semana.







domingo, 14 de agosto de 2011

For Ladies only






Tema é chato, mas não posso deixar passar.
Nos últimos tempos tenho ido a alguns bares, restaurantes, shows e até aeroporto. A saber, lugares públicos.
E como sou meio chata, talvez pelo antigo hábito de ter trabalhado em alguns desses espaços, sempre "checo", como diria meu amigo Major Newton, as facilidades sanitárias.
Num bom restaurante, por exemplo, dá para se ter ideia do nível de higiene da cozinha apenas pelos cuidados dispensados aos banheiros, podem ter certeza disso.
E, para meu espanto e horror, tenho visto, quase de maneira geral, o péssimo comportamento das " moças" que usam o sanitário feminino.
Lugares de nível bom, supostamente bem frequentados, onde as pobres funcionárias de manutenção e limpeza tentam, sem sucesso, manter o " ladies room" em ordem, tem esses espaços transformados em quase aterros sanitários!
Papéis usados jogados fora dos cestos, em geral pelo chão ou dentro do vaso, bancadas ensopadas, pisos encharcados, lenços sujos de maquiagem entupindo pias, sem falar daquele pavor de falta de educação e higiene que muitas senhoras praticam com seus " acessórios" de uso mensal!!!
Ninguém merece!
Ontem, no The Orléans, bar arquibacana pelo décor, pelo charme e música, foi a gota d´àgua, pois encontrei no toilette copos (de vidro) espalhados pela bancada! Ou seja, educadas damas que foram usar o banheiro não só levaram seus copos de drinks ( argh! sem comentários), como os deixaram por lá!
Não dá, meninas, para entender nem muito menos, suportar um comportamento vergonhoso desses!
O que houve com a educação que nos ensina, no mínimo, deixarmos as coisas como as encontramos? Onde os ensinamentos recebidos de nossas mães sobre higiene, sobre cuidados?
É assustador!
Será que a mulherada pensa que a tal " igualdade" entre sexos é também se comportar como vândalos, imaginando, de maneira equivocada, que os rapazes agem assim?
Doce engano, o "men room" ( já falei que sou chata e gosto de checar) é um primor de asseio perto do banheiro das ladies!
Desmazelo, desleixo, falta de educação, folga, isso tudo e mais as bebedeiras, patéticas, que as moças andam tomando nos bares da vida, é triste de ver!
Minha mãe era extremamente exigente em relação ao meu comportamento e atitudes. Dizia ela que moças/mulheres/senhoras tinham que ser prestimosas, fazer as coisas com capricho e que deveríamos evitar, sempre que possível, agir com estupidez, com grossura, pois justamente a delicadeza e boa educação eram atributos da nossa essência!
Sei não, às vezes penso que estou " demodê", que o mundo mudou mesmo.
Ok, posso até me acostumar, não sem esforço, com a " nova mulher" que encontro pelos eventos, bares, etc...Garotas que caçam, impiedosamente, os moços, outras que se debruçam nos balcões para pegar suas bebidas ( deixando à mostra a marca de sua lingerie!), que se movimentam esses bares com a mesma " feminilidade e graça " de um John Wayne no saloon, que gargalham alto e bom som depois de cruzarem o nível etílico seguro, ok, posso tentar me acostumar.
Agora, o que acontece no " ladies room" não vou me habituar jamais!
Não adianta ser bem sucedida profissionalmente, comprar roupas de grife, esfregar seus cartões de crédito platinum plus na cara do mundo, nem ter conquistado o direito de entrar e sair com quem bem quiser das noites. Estão sendo, na verdade, mal educadas, grossas, sem compostura, vulgares e pior, sem noção.
Gostaria muito que um dos rapazes, desses que as meninas tentam com tanta insistência chamar a atenção, entrasse num banheiro feminino, justamente depois que um bando delas acabou de usar!
O pobre iria sair correndo dali, em pânico, sem olhar para trás.
Pronto, falei!
Registrei meu protesto, meu espanto e horror.
Lamentável isso, meninas!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O mundo mudou e ninguém me avisou....







Deve ser isso mesmo, o mundo mudou e ninguém me avisou.
Cada dia, situação, episódio que vivo me traz cada vez mais essa certeza.
Principalmente no quesito " criar filhos" e todas as questões relacionadas ao tema.
Fui mãe aos 19 anos, saída direto e sem escalas, do colégio e da Rua Augusta, para descobrir essa nobre tarefa! Tanto que o rock rolava solto ao lado dos berços dos meus bebês adormecidos. Sim, caro leitor, tirei a sorte grande e tive gêmeos, logo eu que nunca tinha chegado a menos de 2m de qualquer um desses seres...
Às vezes penso que o rock e a extrema juventude me salvaram!rsrs
Tive mãe, sogra, tias, cunhadas, amigas, enfim, toda a " entourage" feminina perto de mim, mas nunca tive, fora a babá, ninguém que assumisse minhas tarefas!
Ou seja, recebia essas visitas que " quebravam galho", seja passando fraldas ( sim, diletos, não existia, naqueles dias, essa maravilha de fralda descartável, era no muque mesmo!), seja revezando em dar as 24 mamadeiras/dia para eu que fosse ao banheiro!
Não me lembro de, nem mãe nem as sogras ( tive 2 a quem dei netos), que amo até hoje, terem sindo solicitadas para " segurarem minha barra"...
E depois da ajuda todo mundo ia embora e ali, uma quase menina, eu, e a babá cuidávamos do resto, que era praticamente tudo.
E era tranquilo, meus meninos quase nunca adoeciam, embora até hoje não saiba se isso era por conta de não estressarmos com eles pois viviam soltos, ou se não percebia que tinham alguma coisa anormal com minha doce ignorância... E dava certo.
Cozinhava, aliás aprendi nesse momento, recebia amigos, fazíamos música, víamos filmes e ríamos muito...E criávamos os filhos. Meio hippies, meio zen.
Depois que me separei, mais uma filha de outro casamento ( sim, a esperança venceu o bom senso!! rs), criei essa meninada junto com cachorros ( de grande porte) que, quase num exercício político, socializam petiscos, comidas, camas e beijos. Nunca ninguém adoeceu por conta disso! Tenho 3 filhos que amam animais até hoje!

Penso agora, olhando para mim e para algumas amigas que enfrentam as mesmas situações, que essa meninada não entendeu como foram criados.
Explico, nossos filhos viraram seres dependentes, assustados, apavorados e qualquer alteração em seus filhos, nossos netos, surtam, entram em pânico, pedem ajuda e não sabem lidar com essa coisa maravilhosa e incrível que são " crianças"!
Crianças caem, se machucam, se cortam, tossem, resfriam, param de comer, voltam a comer, dormem pouco, ou muito, tem febres estratosféricas e 10 minutos depois não tem mais nada, vomitam, tem diarreia, riem e choram, tudo em questão de horas!
E vejo a neura se instalar...
Alopatas, homeopatas, dietas, cuidados absurdos, assepsia ao extremo, isso pode, isso não pode, cada hora uma coisa, cada dia uma filosofia diferente...
Resultado? Pais desequilibrados, brigando entre si e nenhuma, nenhuma tranquilidade e confiança para passar para as pobres crianças...Triste isso.
E nós, avós e avôs, vamos sendo solicitados no meio da madrugada, dos finais de semana, da nossa conquistada tranquilidade, para servirmos de " bombeiros" e apagar incêndios provocados pela insegurança e falta de objetividade dos pais, nossos filhos...
Estranho isso...e, interessante, mesmo que nossos/as filhos/as precisem de nós, nossos métodos, aqueles antigos que descrevi, são questionados...Ou seja, devemos nos comportar apenas como " executores" dos equívocos deles, que vemos e percebemos à milhas de distância...
Complicado isso.
Por outro lado talvez, digo talvez pois não sou dona da verdade, explique o imenso amor e segurança que minhas netas sentem por mim e quando aqui estão.
Aqui podem ser o que são: crianças...Podem molhar os pés e depois tomar uma colher de mel para garantir...Podem comer o que quiserem, de boa qualidade, doces ou salgados ou frutas, pouco importa a ordem..Podem ligar o som, ouvir e ver música...Podem passar as mãos nos cães de rua e tem, principalmente, o direito de me pedir os horrendos sapos de gesso para enfeitar o jardim.E tomar banho com direito a cantoria, shampoo cheiroso e risadas na imensa cama da avó, ao se trocar.
É, o mundo mudou, esse pessoal não sabe se virar sozinho como fizemos, não sabem relaxar, não sabem " ler" as nuances de um pequeno ser e ainda assim se acham no direito, doido, de estabelecer regras e assim nortear suas vidas...
Fazer o quê?


Para minhas netas, Sofia, Laura e Helena, minhas netas, para que ensinem " juízo" aos seus pais!
Para Cecília Puccini, minha grande amiga!

Como se faz?




Como se faz?
Explico a pergunta.
Passei a vida toda, quer por configuração astrológica, quer por formação, evitando situações constrangedoras, confrontos ( detesto) ou maneiras bruscas.
Odeio grosserias, falta de educação, frases cortantes, " duras e broncas", etc, etc...
Não sei, sem sofrimento, ser assim. Até faço em última instância, mas me dói, me corrói, me violenta. Fico mal, doente e infeliz...
Meu " não" é raro, precioso, por ser muito dolorido.
Hoje analisando minha vida e trajetória imagino que o corpo diplomático seria meu terreno mais fácil e interessante, não descobri antes, azar o meu..rs
O que acontece então?
Simples, vou suportando, suportando e tem dia que acordo e, pronto, basta!
E esse " basta" é inegociável, não tem volta, não tem acerto algum possível...
Ok erro meu, de achar que as pessoas, todas elas, tem um " desconfiômetro" em perfeitas condições de uso e funcionamento. Tem nada!
O povo encosta, se acomoda, usa e abusa, faz e não contente, refaz...
E nessas vou eu observando, engolindo, suportando, respirando fundo, contando até 10.
Tem dias que não sei mais contar.
Enlouqueço, endoido, desatino, chuto não só o pau, como a barraca e seus ocupantes juntos!
Erro meu, pois aí é a devastação total, estrago sem precedentes!
Teriam vocês, meus queridos leitores, noção do que uma reação dessas, vinda de alguém tão " pacífico, tolerante e de bom humor" como eu, provoca?
Pois então...Napalm puro, queima sem ter como ser apagado...
Sei, preciso, devo aprender a me posicionar " all the time", em doses homeopáticas.
Assim, quem sabe, o povo pare, um segundo antes, de atravessar minha barreira do som...
Alguém sabe me dar alguma dica de como se faz isso?rsrs...






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Justa ou não???





Pois é, meio bordão geral isso: " a vida não é justa"...Será?
Antes seria legal definir "justa", né não?
Certo, Eike Batista perde não sei quantos bilhões numa rodada de negócios ou bolsa de valores e diz que " não perdeu nada" e a gente se esfalfa prá pagar a prestação do carro...mil, lógico, desses beeeeeeeeeeemmm populares...
Todo mês pagar aluguel é um guai e aqui na minha esquina, lançam um prédio de apartamentos, altíssimo luxo, mais de 2 milhões de reais (na planta) e tem fila para comprar...
Ficamos fazendo conta para o chopinho de final de semana, para os 5 dias por ano na praia e a escolha do livro que quero muito, pois os 32 que queria ler não vai dar para comprar...
Filhota trabalha desde os 16 anos e mal e mal consegue fazer suas coisas, enquanto tem gente levando até babá para passar o verão na Europa para não se preocupar com a prole durante a viagem...
Poderíamos citar muitos, mil, milhões de exemplos, gritantes, de " tratamento diferenciado" dado pela vida. Então, é justa ou não?
Existe em mim certo conforto, por conta das coisas que acredito, reencarnação, etc, etc que explica esse mundo " sortido" onde uns tem muito, outros nada e a maioria mais ou menos..rs.
Fácil não é, meio indigesto, meio triste, mas é assim e ponto.
E nesse monte de viagens, livros, passeios, sossego e tranquilidade que almejo e nem sempre tenho, descubro outras tantas coisas bem legais que a vida me proporciona.
Quer ver? Meu chopinho no Embú nesse último sábado de sol, com amigos queridos em meio a muitas risadas e mesmo papo sério, foi inesquecível...Boa música, que sei apreciar, momentos de amizade e cumplicidade, coisa rara nos dias de hoje, e o geladinho da bebida sob o calor, não são sensações que o dinheiro compra. O entorno a grana compra mas a percepção, não.
O perfume da " pasta" quente na travessa ontem, almoço de domingo, com tantos queridos rindo e passando os pratos, idem, idem. A casa cheia é sinal de afeto, de família, de estar junto nos bons e maus momentos.
Resolvo então deixar de lado essa questão da vida ser justa ou não.
Prefiro achar que está aí, para ser vivida, para ser percebida, para ser, principalmente, compartilhada.

Boa semana!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Carta para Julieta





Ontem
assisti delícia de filme " Cartas para Julieta"e me descobri eterna romântica.
Nâo tem jeito, nem Laranja Mecânica, nem Drink no Inferno me curam disso, embora ame igualmente esses filmes.
E, estranho, hoje cedo, bem cedo, frio insuportável, sentei na sala com caneca de café e fiquei pensando no filme e no que sou e no que tenho visto aí pelas andanças no mundo.
Por mais me me esforce essa moda de " ficar" com alguém, coisa usual com a meninada, isso continua sendo, para mim, enigma dos mais complicados, como diria Djavan melhor seria aprender japonês em braille...rs
Penso ser moderna, aliás, certas modernices vivi, de forma efetiva, na minha vida, casei, descasei, recasei, descasei de novo, namorei, tive affairs, etc etc...Mas " ficar" não fiquei não, nem sei bem que é isso.
E ainda me choca, não moralmente, cada qual faz mesmo o que bem entender, e me assusta o " descompromisso" não só com o outro ou com o fato em si de transar, mas consigo mesmo.
Parece, usando minha linguagem ( provavelmente antiquada) e códigos ( que devem ser do tempo do Hamurábi) que não se valorizam mais os afetos, os sentimentos, os próprios sentidos.
Fico e pronto. Resolvo questão meramente fisiológica ou como muleta emocional do momento e estamos conversados.
Pergunto: o que sobra, no quesito romance, mistério, sedução, para se estabelecer relacionamento mais duradouro e consistente com alguém?
Ok, alguns vão dizer, mas seus métodos também não foram garantia alguma de sucesso, vide insucessos em relacionamentos...Verdade, mas havia desejo, vontade, de que tudo desse certo, havia aposta nas escolhas, de estar com o melhor e mais legal.Claro que os insucessos nesse caso doem demais, pois me jogava inteira, sem barreiras ou rede de proteção. Mas sempre havia, junto a essa dor, a sensação de que tudo fora vivido de maneira plena, inteira, sem meias verdades ou soluções...
Será medo disso, dessa dor, justamente, que criou essa estranha forma de se relacionar? A de " ficar" apenas?
Será que na vida tão agitada e agendas tão conturbadas dessa moçada não cabe nenhum relação mais séria ou estável?
Tudo é rápido, a comida virou fast food, as distâncias sumiram pela web, os contatos estão na velocidade da luz, as redes se interligam em milionésimos de segundos, se compartilha tudo com todos todo o tempo, que pouco sobrou para se criar, construir, com vagar, com delicadeza, com paciência, os amores?
Sou uma tola mesmo, pois apenas esboço esses pensamentos e rapidamente sou aconselhada a me calar, a não palpitar no que não sei nem entendo, a largar de ser " careta".
Não posso, como comparação, dizer quem, entre o pessoal de hoje e nós, mais velhos, tem ou teve mais chances de ser feliz. Não tenho dados suficientes nem, talvez uma definição comum do que seja" ser feliz".
Vejo apenas um certo vazio, solidão, uma busca incessante que não está chegando a lugar algum, uma insatisfação irremediável, mas vai que isso não torne ninguém infeliz...rs...
São assim e ponto.
No meu caso sei que não tenho jeito mesmo..rs... Ainda sou à moda antiga, ainda me emociono com cenas românticas, encontros do destino, amores que enfrentam tudo.Creio nesse amor, que tudo pode e tudo vence e isso me faz bem.
Para todos os efeitos sigo a sugestão dos mais jovens: me calo, não tento entender. Ligo meu DVD e tasco, de novo, Cartas Para Julieta e mergulho no meu mundo ideal..

Bom final de semana.


Cartas para Julieta
Diretor: Gary Winick
Elenco: Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave, Christopher Egan, Daniel Baldock, Ashley Lilley, Franco Nero, Anna Kuchma.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bolo


Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão.. ( Milton Nascimento- Bola de Meia, Bola de Gude)

E tem momentos assim difíceis, onde a esperança parece ter sumido ou voado pela janela.
E fico com um frio insuportável, o corpo dói, a cabeça explode e o coração aperta.
Não consigo ver saída, portas se fecham com estrondo.
Mesmo sob as cobertas quentes, ainda faz frio.
E acho, com sinceridade, que não vou resistir.

E então a mágica acontece!
Jogo as cobertas para longe de mim, desço as escadas e saio para o sol que brilha, mesmo nessa fria tarde de agosto...
E reencontro, bem devagar, como o calor tímido do sol, a vontade de tudo.
Em minha cozinha tudo cria vida!
Minhas panelas brilham, acenam, a colher de pau gira, com elegância, dentro do pote onde dorme e ouço sons, engraçados, saindo dos livros de receita.
E no começo, com vagar e paciência, primeiro quebrando ovos, depois, velocidade aumentada, picando frutas, molho as mãos nos sucos dos limões e espalho farinha leve e impalpável pela chão...
Agora o ritmo é frenético, tudo se move junto comigo, o fogo, azul e vermelho, enfeita o forno, a tigela desliza para dentro dele. E rio da bagunça, da sujeira, das cascas espalhadas pela pia e das marcas dos meus pés feitas pela farinha no piso.
E é festa, logo o cheiro se espalha, toma tudo, enche de perfume quente, quando ao mesmo tempo a água fervente cai sobre o pó de café e mistura todos os aromas, mil aromas, bons, de casa, de infância, de ser feliz...
E assim, de pijamas, sem pentear os cabelos, corto o bolo recém assado, enfeito de açúcar e debruço meu nariz na xícara de café forte.
E estou sorrindo de novo...
E sou menina de novo, sentindo o gosto bom da manteiga e leite e ovos e tudo, derretendo em minha boca.
E penso, ah..a vida é boa, tão boa...E tão simples...como um pedaço de bolo com café num dia de inverno...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Moda reflete ou reflexões sobre moda.









Pode parecer bobagem, mas não é.
Moda, além de criar e manter uma enorme indústria desde o fio ao produto final, tem a função de " adornar" um tempo, um momento histórico e mesmo um estado de espírito.
Claro que, com todo o " glitter", frufrus, muita frescura e aparente superficialidade fica meio difícil enxergar sua relevância.
Senão vejamos, para se chegar a alguma peça, da C&A ao mais elaborado traje de "haute couture", existe um exército enorme de pessoas, de profissionais: desde o pequeno produtor de algodão na Índia, tinturista, estilista até a senhorinha que prega os botões e passa a roupa antes de colocá-la num cabide é gente que não acaba mais...Moda movimenta dinheiro, criação e muita vaidade..rs.
Porque pensei nesse tema? Muito simples, fui arrumar meu armário dia desses.
E descobri, tirando as roupas do lugar, que mais que me enfeitar ali estava um retrato sutil de quem fui e sou.
As batas indianas de puro algodão (as da Ventura são o máximo!), as saias de retalhos com mil pedacinhos de veludo estampado e os coloridos colares de âmbar e contas são da Nil da década de 70! Nesses dias eu usava maquilagem pesada, olhos negros, cheirava à patchouli e ouvia Hendrix no último volume...Lembro que em 1970 estava em Londres e comprei sapatos de boneca de salto alto, roxos, pinks e azuis royal! Um escândalo!
Depois encontrei com estampas florais, meio inglesas, meus vestidos camponesas, do tempo que criava meus meninos...Passava tardes no Ibirapuera e cheirava à jasmim...Ouvia Carole King e Tom Jobim...
Encontrei então, entre os cabides, o que chamo dos " anos negros"..Não, não imaginem coisas bizarras ou trágicas, mas foram anos de roupa preta, meio existencialista, muitas transparências ao meio-dia..rs..rendas, camisas alvíssimas de babados para deixar o visual ainda mais dramático e o perfume era Opium, aliás isso mantenho até hoje! Tempos de Coltrane, de bares mal iluminados, de B52´s...
Encontrei os saltos altíssimos que usava para trabalhar ( com moda, lógico) e me espanto em pensar como conseguia usar aquilo, 10, 12hs ao dia sem me estabacar no chão!
Aí vieram os anos jeans, bags, semibags horrendos, depois os lavados, os super lavados, os skinnies que me deixavam mais esquelética que sou e até chegar aos normais, bom e velho jeans, que amo até hoje. E uso e usarei pra sempre!
Sapatos altos, coloridos, Chanéis, rasteirinhas, Keds, Havaianas, botas de moicano, de montaria e chinelos de estampa de onça, com strass. Tá tudo lá, retratando a trajetória visual que refletia e reflete quem fui naquele exato momento.
É, moda é coisa séria. Acompanha o tempo externo e interno.
Hoje, nesse momento, aos 56 anos, com netas e não tão ativa, penso muito em quem sou.
Tenho dúvidas.
Adoro a sobriedade dos tons cinzas, os casaquinhos de tricô bem de velhinha, os colares de pérolas, o jeans na cintura, sem abusos de nenhuma espécie, os sapatos sem salto. Mas igualmente acordo, às vezes, querendo ser Viva Maria ( filme de Malle, com Bardot) e coloco minhas camisas de renda de ombros caídos, com saias rodadas e sapatilhas de lona amarradas nos tornozelos. Outra hora me encanta um paletó quase masculino, azul marinho por cima da Hering branca. Ou os echarpes de tigre, zebra, onça, os lenços palestinos e muito dourado nos pés!
E cada vez que me visto penso na enormidade de símbolos que estou colocando, de uma ou outra era, para sinalizar o que sou naquele instante.
Não consegui definir estilo fechado, nunca conseguirei, sei disso.
Uso tudo, evidente que ajustado às limitações impostas pela passagem dos anos: tangas, biquínis, barrigas de fora e mini saias nem pensar, já usei isso tudo, com charme e graça, mas passou!
Mas ainda uso a moda como forma de expressão, de mensagem, divertida e emblemática e me permito brincar com tudo isso, ora de forma engraçada, ora transpirando seriedade.
Tenho uma filha, Luiza, que tem estilo definido e isso me encanta, acho que nasceu sabendo quem é, suas roupas são a cara dela e posso identificá-la em cada escolha.
Ela, que acompanhou de perto todos os meus anos trabalhando nessa indústria, escreveu outro dia, no seu blog, sobre o tema. Com acerto e bom senso. Não é uma " vítima da moda", mas um ser consciente, ligado e que entendeu que atrás disso tudo está sempre uma pessoa, um ser em busca de identidade e que merece respeito e informação.


Fig 1- Estilo Hippie
Fig 2- Clássico dos clássicos: Escarpin Chanel
Fig 3-Eterno masculino de Yves Saint Laurent
Fig 4- Vestido Emilio Pucci



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Inferno astral






Muito bom, estudei astrologia com o querido e saudoso Prof. Hélio Amorim por muitos anos.
Era numa casinha fofa como ele ( e seu sorriso sagitariano) em Pinheiros, hoje virou prédio como quase todo bairro onde nasci.
Foram tempos muito bons, estava ligada em ocultismo, astrologia, tai chi e buscava, desesperadamente, me entender e aprender a lidar com o mundo e as pessoas. Ah! Fazia terapia Junguiana também..rs.
Divorciada, com filhos, amores estranhos, busca de profissão, voltava a um período meio adolescente, que fora truncado pelo fato de ter me casado aos 17 anos.
Prof. Hélio invariavelmente usava dois signos para exemplificar os erros de conceito de muitos que estudavam astrologia: Virgo, o meu e Escorpião. Vilões do Zodíaco, por engano...rs, dizia ele.
Escorpião, quase sempre associado ao mal, à traição, manipulação, etc, etc...e o meu, coitado, às manias de ordem, de organização, crítica, de detalhes em excesso.
Fui aprendendo com ele que não é possível " rotular" nenhum signo, mesmo porque são inúmeras variáveis, tais com ascendente, lua, posições de todos os planetas, casas, etc, etc, ao se analisar um mapa astral.
Ele, com humor delicioso, sempre me perguntava diante dos novos alunos, se era " ordeira" e ríamos muito diante dos meus relatos de bagunceira, desorganizada e sempre começando coisas novas sem terminar as anteriormente iniciadas...Gêmeos, dizia ele, no ascendente e Lua em Aquário...Ou seja, era Virgo sim, pois adorava pensar, era minuciosa em executar coisas, habilidosa, mas também era todos os outros signos que compunham meu mapa...
Certo, sou maníaca sim, em certas coisas: organizo discos e livros por ordem alfabética, roupas por cor, cabides virados sempre para o mesmo lado, quadros em simetria, sapatos por modelo e tento, sem sucesso, fazer isso com minha cabeça...
Leio 3 livros ao mesmo tempo, faço crochê e tricô idem e não sou " psíca" com limpeza.
Mas sou de Virgo sim, com imenso orgulho. Sou amiga fiel dos meus amigos, guardo segredos como ninguém, coloco ordem na casa das amigas quando elas precisam e penso muito sem nenhum esforço. Claro, com os anos todas essas manias se exacerbam um pouco, mas tenho todo o resto que me foi dado pelas estrelas para compensar.
Hoje, exatos 30 dias de meu aniversário, entro no que se costumou chamar de " inferno astral", ou seja, o nível mais baixo de energia emitida por meu signo solar. Bateria baixa, em alerta amarelo..rs.
Desde aqueles tempos das aulas, fico esperta nessa época. Faço mais besteiras que o normal, troco os pés pelas mãos, me torno mais sensível e vulnerável e já sofri alguns pequenos acidentes nesse período, portanto...
Esse blog é uma pequeníssima homenagem ao Prof Hélio que hoje mora nas estrelas que tanto amou. Ele me ensinou a olhar para elas com olhar amoroso e gentil, com compreensão e como consequência, a olhar para mim mesma sem tanta crítica e com mais generosidade.
Vai passar logo esse inferno...sempre passa...rs...E aí embarco em outro ano, mais um, dessa vida meio virginiana e meio tudo de bom do Zodíaco.


Ps- Para quem gosta do tema e quer conhecer mais sobre ele e a obra do Prof. Hélio Amorim, sugiro esse link:http://www.astrologie.com.br/bibliografia.htm