sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Carta para Julieta





Ontem
assisti delícia de filme " Cartas para Julieta"e me descobri eterna romântica.
Nâo tem jeito, nem Laranja Mecânica, nem Drink no Inferno me curam disso, embora ame igualmente esses filmes.
E, estranho, hoje cedo, bem cedo, frio insuportável, sentei na sala com caneca de café e fiquei pensando no filme e no que sou e no que tenho visto aí pelas andanças no mundo.
Por mais me me esforce essa moda de " ficar" com alguém, coisa usual com a meninada, isso continua sendo, para mim, enigma dos mais complicados, como diria Djavan melhor seria aprender japonês em braille...rs
Penso ser moderna, aliás, certas modernices vivi, de forma efetiva, na minha vida, casei, descasei, recasei, descasei de novo, namorei, tive affairs, etc etc...Mas " ficar" não fiquei não, nem sei bem que é isso.
E ainda me choca, não moralmente, cada qual faz mesmo o que bem entender, e me assusta o " descompromisso" não só com o outro ou com o fato em si de transar, mas consigo mesmo.
Parece, usando minha linguagem ( provavelmente antiquada) e códigos ( que devem ser do tempo do Hamurábi) que não se valorizam mais os afetos, os sentimentos, os próprios sentidos.
Fico e pronto. Resolvo questão meramente fisiológica ou como muleta emocional do momento e estamos conversados.
Pergunto: o que sobra, no quesito romance, mistério, sedução, para se estabelecer relacionamento mais duradouro e consistente com alguém?
Ok, alguns vão dizer, mas seus métodos também não foram garantia alguma de sucesso, vide insucessos em relacionamentos...Verdade, mas havia desejo, vontade, de que tudo desse certo, havia aposta nas escolhas, de estar com o melhor e mais legal.Claro que os insucessos nesse caso doem demais, pois me jogava inteira, sem barreiras ou rede de proteção. Mas sempre havia, junto a essa dor, a sensação de que tudo fora vivido de maneira plena, inteira, sem meias verdades ou soluções...
Será medo disso, dessa dor, justamente, que criou essa estranha forma de se relacionar? A de " ficar" apenas?
Será que na vida tão agitada e agendas tão conturbadas dessa moçada não cabe nenhum relação mais séria ou estável?
Tudo é rápido, a comida virou fast food, as distâncias sumiram pela web, os contatos estão na velocidade da luz, as redes se interligam em milionésimos de segundos, se compartilha tudo com todos todo o tempo, que pouco sobrou para se criar, construir, com vagar, com delicadeza, com paciência, os amores?
Sou uma tola mesmo, pois apenas esboço esses pensamentos e rapidamente sou aconselhada a me calar, a não palpitar no que não sei nem entendo, a largar de ser " careta".
Não posso, como comparação, dizer quem, entre o pessoal de hoje e nós, mais velhos, tem ou teve mais chances de ser feliz. Não tenho dados suficientes nem, talvez uma definição comum do que seja" ser feliz".
Vejo apenas um certo vazio, solidão, uma busca incessante que não está chegando a lugar algum, uma insatisfação irremediável, mas vai que isso não torne ninguém infeliz...rs...
São assim e ponto.
No meu caso sei que não tenho jeito mesmo..rs... Ainda sou à moda antiga, ainda me emociono com cenas românticas, encontros do destino, amores que enfrentam tudo.Creio nesse amor, que tudo pode e tudo vence e isso me faz bem.
Para todos os efeitos sigo a sugestão dos mais jovens: me calo, não tento entender. Ligo meu DVD e tasco, de novo, Cartas Para Julieta e mergulho no meu mundo ideal..

Bom final de semana.


Cartas para Julieta
Diretor: Gary Winick
Elenco: Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave, Christopher Egan, Daniel Baldock, Ashley Lilley, Franco Nero, Anna Kuchma.


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