terça-feira, 8 de setembro de 2009

Convergência e divergência




Dias de conversas interessantes. Tópicos levantados e que sugerem um certo posicionamento diante do mundo.
Foi aí que disse algo que, sinto, não foi bem entendido. Vamos lá.
Sobre o " voltar para casa", meio na brincadeira, meio sério, Dani me disse que, caso não ficasse casado, voltaria para casa. Aqui, para minha casa. No mesmo tom respondi que não entendia isso, uma vez fora, sempre fora, pois foi assim que sempre fiz.
Do tempo da separação nos meus casamentos anteriores, um com o pai do Dani e Rafa, outro com o pai da Luiza, nunca me passou pela cabeça retornar para a casa de meus pais! Mesmo porquê, em que conte meu enorme amor e carinho por eles, pai e mãe, alguma coisa tinha se modificado e entre elas a certeza de que eu nunca mais me sujeitaria a " dar satisfação" de onde, com quem, como, etc, eu iria, ou faria, ou não faria. E outra, nesse primeiro período das separações, queria ficar só, como bicho ferido lambendo as patinhas no escuro e ninguém merece compartilhar isso.
Pelo olhar de meu filho, senti que ele leu isso como " descaso", desapego ou, pior, falta de amor. E é justamente o contrário: Dani, você já deveria saber que sempre os criei para a independência, para o mundo, para a luta nem sempre gloriosa, para a vida e que sabe-los assim me faz muito feliz. Cada um de vocês, bem ou mal, fez suas escolhas, de escolas, de relacionamentos, de trabalho, de pensamento sobre tudo e não interferi. Concordando ou não, achando ótimo ou não, sabendo, de antemão que muitas vezes iriam se arrepender, mesmo assim os apoiei e apóio. Busco, dentro desse espaço de enorme respeito a cada um, ajudar no que posso, no que me pedem, no que percebo, vocês precisam.
Penso o amor de mãe assim. Feito de respeito, de encorajamento,de um afeto que passa longe de chantagens, de chororos, de cobranças. Amo-os como pessoas, inteiras, complexas e quero que vivam bem como são.
Dani hoje é pai de Sofia, a jóia mais preciosa do mundo! Linda, saudável, brilhante, afetuosa e muito, muito esperta. Ela sabe quem é quem, pois em mim encontra o colo, o amor feito de beijos e abraços sufocantes, a disponibilidade de tempo,mas também encontra o " não" para suas tentativas de birra, de manha...Cuido de Sofia de longe, deixo que descubra os degraus, as portas que se fecham com violência,o andar sem segurar a mão, a água que sai das torneiras.Evidente que não a exponha aos perigos desnecessários, mas ainda assim permito que caminhe só, suba, pule, cheire e toque, para aprender as diferenças.Ela sabe que não há desamor nisso, mas sim a enorme possibilidade de descobrir um mundo cheio de cores, flores, bichos e obstáculos.
Dani,já te disse, a casa aqui é sempre sua, de seus irmãos, de sua filha, sua mulher, dos amigos e de todos que aqui se sentem bem.Só não se esqueça da luta, da vida, do crescimento em todas as situações, mesmo as não tão legais. Sei que estava me testando com essas brincadeiras, sei que tudo está bem, mas tinha que te escrever, ok?
beijo
Mãe

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