sábado, 12 de setembro de 2009

Medo do branco!!





Medo do branco!

Não, não se assustem, pelo menos antes da hora! Essa não é uma declaração racista!
O tal "branco" que falo é a praga que insiste em acompanhar todos aqueles que gostam de escrever.
Um dia li, em alguma entrevista, um famoso escritor ( olha aí, me deu o "branco", pois não me lembro quem foi!!) dizer que escrever tinha que ser um ato de disciplina, algo meio parecido com o trabalho formal, com hora pra começar e para terminar. Ele dizia se sentar todos os dias, determinada hora, em frente ao computador e lá permanecer como se cumprisse " um expediente" de trabalho num escritório qualquer, mesmo que não saísse uma linha sequer...
Bem que tentei fazer isso, mas não consigo...
E é sempre assim, fico dias, semanas, meses, com alguma idéia germinando na cabeça, durmo e acordo com ela, ajeito, conserto, aumento ou diminuo, até que belo dia vem a erupção! No caso de textos mais curtos, ótimo, sento e escrevo, sai de bate-pronto e me dá pouco trabalho, fica somente rever a gramática, erros de acentuação, diagramar...
Mas se, por acaso, é um projeto meio grande como o que estou metida agora, aí vem a complicação!
O começo é mais ou menos fácil, afinal é a viga mestra de tudo, a idéia central. Flui sem grandes dramas...Na medida que vai crescendo, que tenho que fazer algum tipo de pesquisa, começa a enrolar...
No exato momento pesquiso sobre mitologia, lendas, costumes, etc..Ou seja, vou " baixando" textos e mais textos encontrados no Dr. Google, procurando nos meus livros, lendo, entendendo, buscando adequação ao meu próprio texto e de repente quem surge? O branco!!!!!
Desesperador! Do projeto inicial, tão bem alinhavado, percebo que quero alterar tudo, o capítulo 1 vira o 3, a introdução vai para o meio, já não sei por onde começar e terror dos terrores, me vejo parada diante da tela em branco do WORD, todo o sistema esperando meu comando e....e....Nada!!!!
Como é isso? Como pode? Parece que meus neurônios entraram em curto-circuito!!! E pior, as idéias continuam lá, entrando e saindo, flutuando como fantasmas sem formas, como bebês querendo nascer num atormentado trabalho de parto, doloroso, sem fim...
Nessa horas penso em desistir de escrever. Não tenho talento, não sei fazer isso, não é a minha praia e nem tenho a tal disciplina do escritor famoso!
Seria fácil se conseguisse, mas a verdade é que o texto, uma vez iniciado, já tem vida e essa não admite recuos nem abandonos...
Estou assim, nesse momento de " branco" terrível, sofrido, me sentindo sob efeito de enorme obsessão..
Tem algumas saídas: páro de ler, páro de pesquisar, fecho o Word, jogo Tetris e Farmville e venho aqui desabafar!
Fico pensando nos autores de grandes obras, grandes nos dois sentidos: escrever Os Irmãos Karamazov, Guerra e Paz, Os Lusíadas, a Divina Comédia, O Senhor dos Anéis, não é tarefa pouca...Será que eles também tiveram seus " brancos"????

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