quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Assunto é que não falta!

Assunto é que não falta, faltou mesmo foi tempo para sentar aqui e escrevinhar!
Alguns desses, entretanto, careciam de um blog só para eles, mas vou tentar organizar.

1- Laura, minha neta. Uma coisa fofa e opiniática, tem refluxo, tadinha. Como disse o Ruy sobre seu também recém nascido neto Miguel, essa é uma doença da moda!
Pois é, vendo a correria e o piti dos pais e médicos da Laura fico meio passada, acho que meus filhos devem ter tido isso quando bebês, só que eu não sabia, não se sabia ou não se levava isso muito a sério. O que não foi de todo mal, todos sobreviveram e eu me acostumei aos jatos de leite nos cabelos..rs. Tem certas horas que uma certa ignorância é bem positiva! Não estressei, não deixei de dormir, não se usou medicamentos nos meus bebês e a vida seguiu...

2-Paella e caipirinha- Sábado último tive a " penosa" obrigação de comer uma "Paella marinera" preparada pelo Alberto Palou, amigo querido, marido da Teddy Chu, catalão de origem, mestre na arte de fazer esse prato. Foi chato, gente, ainda mais acompanhada com a também de mestre, caipirinha, feita pelo Novaes, outro amigo, professor de geografia que foi aluno na USP do meu não menos querido Tio Dirceu Lino de Mattos! Dia de sol, paella borbulhante, caipirinha gelada, música de qualidade, companhias idem, nada, portanto, a reclamar!

3- A moça da minissaia- O que é isso, gente? Como podem alunos de uma dita universidade terem uma reação de fazer inveja à Inquisição, ao Tribunal do Santo Ofício???
Isso me lembrou duas historinhas, com h mesmo, dos tempos passados.
Numa, éramos adolescentes, década de 70, Médici e seus asseclas soltos desmandando no país. Essa gente arrumou uma prática simpaticíssima: os milicos cercavam os meninos de longos cabelos e roupas coloridas, hippies e rockeiros, tipos dos mais ameaçadores à então ordem do país(!) e ali mesmo, nas ruas, metiam as tesouras, assassinando as lindas cabeleiras, aos gritos e violência...
Noutra, mesma década, meu primo Fernando Bonnanno fez uma viagem aos Estados Unidos, alugou um carro e saiu "on the road"...Ao tentar entrar no estado do Texas foi barrado graças aos seus lindos e longos cabelos loiros! Resultado, ou cortava ou não entrava...
Corta a cena, quase quarenta anos depois a moça entra na universidade, de saia curta ( que voltou à moda) e quase um conflito se estabelece...Xingamentos, tentativas de agressão, intimidação e ódio, irracional, inexplicável, ainda mais num ambiente que se supõe diferenciado culturalmente. Uma tristeza. Fico pensando, que mecanismos são esses que não só não suportam coisas diferentes como buscam a destruição deles...
Nós que vivemos tantos momentos de falta de liberdade, em todos os níveis, certamente não podemos entender isso.
Roupas, cabelos, acessórios, maquilagens são expressões de cada indivíduo, gostemos ou não, concordemos ou não, de bom gosto ou não. Temos, ou melhor tem, esses ditos universitários, que se preocupar mais com a qualidade do conhecimento que recebem, com a postura e atitudes diante da vida, com os projetos que sonham para o país nas profissões que escolheram. De resto é inquisição, nazismo, truculência, arbitrariedade, preconceito. Aí eu pergunto: que tipo de profissional sairá de um bando desses? Nem quero pensar!

2 comentários:

  1. Muito pertinentes suas observações sobre o caso UNIBAN - Minissaia. Pobre da juventude que, não conseguindo enxergar contra o quê deveria, de fato, lutar, volta-se contra um de seus pares que, provavelmente não usa uma minissaia nem mais nem menos curta ou provocante que as outras garotas de sua idade. E assim, de pouco em pouco, vai-se ressuscitando o nazismo...

    ResponderExcluir
  2. Vou usar suas pertinentes observações em sala de aula, com minhas jovens alunas de Pedagogia. Tenho ficado cada vez mais preocupada com este conservadorismo niilista da atual juventude. Maravilhosa sua recordação dos anos 70. Acho que precisamos reviver estas liçoes sempre, como também assinala a Cecília.

    ResponderExcluir