terça-feira, 10 de novembro de 2009

calar ou falar? eis a questão...





Sempre fico na dúvida sobre o que falar e o que calar. Tem o " quando" também, pois em certas horas o mais bobo dos comentários pode ter a repercussão de uma bomba de Napalm..
Mas estou sempre em dúvida. Até que ponto o silêncio não vai soar como omissão, ou o que falo, como intromissão.
Durante muito tempo me orgulhei de " falar na bucha", nunca me omitir, dar sempre uma opinião quando pedida, hoje tenho muito receio. Já percebi que posso soar meio cruel, como assinalou outro dia minha amiga Nancy. Sei não, mas que esse negócio é complicado, isso é.
A droga é que sempre que " engulo", me finjo de morta ou faço " cara de paisagem", pinta uma dor de estomago fininha, que torce as minhas entranhas e me faz suar frio. É aí que entendo perfeitamente a expressão " engolir sapos"!!! E como é ruim!
Tenho procurado me manter calada, mais ouvindo que falando. Acontece que tem hora que isso é quase como tortura insuportável e acabo tomando colheres e colheres de Mylanta.
Não sei qual o "timing" perfeito, juro que tento, mas nem sempre com muito sucesso.
O interessante é que aqueles que comigo convivem estranham quando permaneço calada, quando fujo de conversas ou perguntas mais afiadas e me perguntam se " estou deprimida ou com algum problema", vai entender...
Em 2007 ganhei de minha filha, como presente de Dia das Mães, ingresso para o show " CÊ" de Caetano Veloso, meu ídolo e paixão eterna. Lá pelas tantas Caetano interrompeu o show e depois de se dirigir à platéia paulista com palavras de carinho e elogios, acabou confessando que sempre está metido em alguma polêmica, justamente por dar sua opinião sobre o que lhe perguntavam e nem sempre ser essa a opinião da maioria. Ou seja, ele pagava muito caro pelo que chamou de " mania de opinar" sobre tudo. Não sou, nem de longe, brilhante como Caetano, mas garanto que devo sofrer da mesma doença!
Agora mesmo, com tantas coisas novas acontecendo, principalmente Laura, minha segunda neta que anda dando baile nos pais de primeira viagem, me pego com coceira na língua e sem querer acabo opinando em assuntos que não me dizem respeito.
O povo estressa, meu filho fica malcriado, agressivo, minha nora me olha meio de lado e eu...eu? tenho certeza de que falei demais!
Estou me propondo uma tarefa, mais exercício, tentar, a qualquer custo não entrar em bola dividida, em adotar uma postura zen em relação a tudo e todos, me manter serena e sutilmente distante e tratar de " fermer la bouche". Por vias das dúvidas renovei meu estoque de Mylanta plus, líquido e comprimidos e de muito sal de fruta para dar garantia!

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