terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Partidas e partidas!


Estou sem título para esse blog. Blog tem que ter título, sabia?
Pois tem, já tentei publicar sem, não dá certo!
Vou escrever e lá pelo final hei de ter uma ideia, brilhante, única, genial e modesta sobre isso! rs

Não pretendo falar de Natal, não porque não goste, pois adoro de paixão.
Penso que perda recente de pessoa próxima e querida influenciou essa vontade de "não festar", não comemorar, não criar as lindas mesas que sempre curto fazer...Perdas, de todos os tipos, ainda mais as reais, de fato, que envolvem morte, etc, são fatores "empanadores" de brilho...
E nesse momento ressurgiu na minha mente, firme e forte, aquela percepção tão trabalhada em momentos de tranquilidade e estudos esotéricos e/ou espirituais, da " impermanência" de todas as coisas. Nada fica. Nada. Tudo, mesmo sem que a gente perceba, muda.
Muda o mundo, mudamos nós e em alguns casos, essas mudanças bruscas, tiram o chão, o norte e a alegria, pelos menos por algum tempo.
E no caso dessa morte, perda indiscutível, as sensações que me chegaram foram bem interessantes.
Vi o desespero e dor tomarem conta daqueles que não entenderam que " o prá sempre, sempre acaba" (né, poeta?)e, infelizmente, acabaram não colocando as relações, os sentimentos e até as declarações bem comuns tipo " eu adoro você" em dia.
Por outro lado outros que, com sabedoria e delicadeza, viveram todos os dias como se fossem os últimos daquela pessoa, estavam tristes mas, de alguma forma, serenos e confortados.
E a maior de todas as sensações: da proximidade da morte, que passou quase esbarrando em meu braço, trazendo um sopro meio frio demais num dia de verão...
E pensei muito, muito mesmo, no que ando fazendo comigo e com minha vida!
Está valendo a pena? Tenho buscado ser feliz, mesmo que seja em doses homeopáticas? Meu tempo, caro e precioso, pois não sei precisar quanto ainda tenho, tem sido bem aproveitado em coisas bacanas e belas?
Tenho optado pelo riso, pela leveza, pela harmonia, pelo bom humor e otimismo?
Já me libertei das cargas extras e excessivas de velhas mágoas, rancores, desaforos, raiva e impaciência?
Não sei dizer. Sei que minha ficha caiu e continua caindo. Não quero ser infeliz, nem triste, nem sem esperança.
Foi então que me lembrei de minha linda mãe, que partiu anos atrás, logo depois de um Natal e Ano Novo. Foi embora quietinha, perto de mim, adormeceu comigo ao seu lado.
E tínhamos, nos lindos anos que vivemos juntas, falado todas as palavras ( boas e nem tanto..rs.) Demos todas as risadas possíveis ( inclusive em velórios e missas de sétimo dia, eventos que ela achava hilários), assistimos todos os nossos filmes ( Zorba, o Grego e Ben-Hur vimos mais de 20 vezes..rs), escutado todas as nossas músicas ( de Gigli e Callas aos Beatles e Caetano)! Viajamos,compramos nossos amados sapatos, inventamos pratos novos, plantamos, fizemos crochê e caminhadas. Rimos com a chegada dos netos ( meus filhos) e enterramos, com enorme dignidade, nossos mortos amados. Um privilégio tivemos juntas! Uma vida vivida com muito amor e cumplicidade.
Da nossa despedida me restaram as saudades, a memória boa, a lembrança do que aprendi com ela e do que ela amava em mim. Sem lacunas, sem remorsos, sem a terrível sensação de que " faltou algo". Se algo faltou foi mais " tempo" isso sim, para muitas e sonoras risadas!
E concluo que quero partir assim, de bem com a vida e com a minha trajetória. De malas prontas,sem medos nem arrependimentos.
Pois é isso, viver é lindo, rico e leve. Cada dia é quase uma eternidade para se procurar e encontrar a felicidade e alegria.
Transformar o dia a dia em pêso, dor, baixo astral, pessimismo, grossura, falta de consideração e mau humor ( ô coisa mais chata!) é perda de tempo e, me perdoem o termo, burrice!
E já vou me contradizendo lá do começo ( quando disse que não estava no pique de " festar"): vou começar agora mesmo a procurar minha linda louça, toalhas, taças e velas para montar uma incrível mesa de Natal e encher minha casa e vida de risos!
Beijo grande e ótima semana!

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