quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não há mal que sempre dure...






Não há mal que sempre dure, dizia minha mãe.
Coisa incrível, poderia ser a maior das crises e lá vinha ela com esse ditado. Não há mal que sempre dure.
Espero mesmo. Aliás essa frase está sendo mais importante que toda a filosofia, dos pré-socráticos até os dias de hoje, em minha vida.
A vida é interessante, muitas fases vão e vem, dias de tempos amenos e tranquilos alternando com os de enormes tempestades...
Nunca me preocupo muito em filosofar durante o tempo bom. Vivo, aproveito e estou bem, mas sempre penso, isso sim, que ao contrário de quando mais jovem, sou feliz e estou sabendo. Mas não filosofo, não fico buscando explicações, fórmulas e entendimento para momentos agradáveis.
Já quando começa o terremoto, toco a maquinar, a colocar o cérebro em alerta, para buscar um por que, e quase nunca tem, para tanta desarmonia e confusão...
Os filósofos não me respondem. A fé, cega e irracional, me sustenta, mas sem respostas racionais.
Cada dia é novo desafio, passar da manhã à tarde, depois a noite e as madrugadas insones razoavelmente ilesa é uma tarefa enorme, titânica, me segurando aqui e ali, lendo algo que me encante quando consigo , recebendo um recado afetuoso ou um olhar amigo. Tudo isso faz a diferença. Parece um tão pouco e é tanto, pois consegue me manter viva.
Acabei de crer que não tenho vocação para depressão, no máximo uma melancolia, leve, delicada, mas deprê mesmo tive uma vez, anos a anos atrás e tratei de espantar bem rápido ( deve ter durado umas 2 semanas).
Mas confesso, tenho, nessas horas de tempestade, uma enorme vontade de não sair da cama, de ficar o dia todo em silêncio, em não ver ninguém. Só que não consigo, dura pouco essa pensamento e quando vejo já estou blogando, postando, entrando e saindo, correndo atrás de soluções.
E nesse corre-corre lembro da angular frase de minha mãe, não há mal que sempre dure.
E assim trato de escovar os cabelos, tascar um perfume e correr atrás da vida, das decisões, das pessoas e das coisas.
Estranho isso, certa teimosia, certa obstinação em estar viva e fazer parte de tudo.
Hoje mesmo, sem dormir mais que 2hs, dramas familiares acontecendo, medos, incertezas, pendências, contas e sei lá mais o que, o dia prometia ser uma bomba...Não, negativo, tratei de arrumar a casa e cara, pois tenho amigos para jantar.
Vou cozinhar, ajeitar, temperar e ouvir outras histórias que não são as minhas.
E assim vou, acreditando em minha sábia mãe, que tinha certeza de que nada é para sempre.

2 comentários:

  1. Nil,

    Adoro ler seus artigos, suas palavras, sentir a emoção que vem de vc.
    Sei que as palavras são parte de sua vida, de seus pensamentos... e talvez por isso, se tornem ainda mais interessantes.

    Adoro ler vc.

    bjs
    Telma

    ResponderExcluir