quinta-feira, 9 de julho de 2009

O revolucionário



Hoje, acordei muito cedo para despedir de minha filha Luiza que saiu em viagem de férias e nessa nostalgia (de ver filho crescer e sair sozinho), lembrei de meu pai num distante 9 de julho.
Escrevi, tempos atrás, num outro blog, sobre o lado revolucionário dele.
Não vou me repetir, nem falar sobre esse momento da história de nós, paulistas, afinal tem gente muito mais bem preparada e documentada para tratar do assunto (não é, Major Newton e Gilberto?).
O que hoje, 9 de Julho, me traz de volta é a figura íntegra e forte de papai, suas convicções inabaláveis, sua retidão de comportamento, seu amor à família, à terra, à São Paulo. Do corajoso revolucionário, que terminou sua participação nesse episódio de revolução com a patente de tenente-coronel, tenho a imagem do velhinho frágil, andar lento e delicado, que amava morar a dois quarteirões da Avenida Paulista para poder ali caminhar e sentir, como ele mesmo dizia, a força e grandiosidade de São Paulo!
Já disse antes, a maior herança que dele recebi foram seu amor, os estudos, a informação e sua biblioteca que até hoje, como um colo, me protege e anima nos dias de tristeza e agonia. E também o orgulho e paixão por essa cidade, por esse estado!
Em algumas partes desse país tão complicado e multifacetado, somos, os paulistas, vistos de maneira equivocada: predadores, egoístas, chatos, viciados em trabalho, deselegantes e pouco criativos.
Somos mais que isso: temos um crença infinita que é possível melhorar sempre, que a excelência só pode vir do trabalho bem feito, que cada dia, mesmo que anonimamente, podemos deixar nossa cidade mais bela, seja plantando um pequeno jardim, colocando um vasinho de flor numa varanda ou apoiando uma causa ambiental maior.
Somos índios, portugueses, bandeirantes, revolucionários, mestiços, negros, orientais, árabes e judeus, muçulmanos, católicos, ateus e umbandistas, somos tudo e somos nada, com mil rostos e um rosto só.
Criei meus filhos assim, com orgulho de serem paulistas (de sangue misturado, bem ao gosto daqui!).
De papai, idealista e revolucionário, veio esse amor, e também a linda bandeira, de São Paulo, que enfeita minha sala.
E as saudades e ausência que se tornam, a cada dia, maiores e mais doloridas.

( para meu pai, um homem de verdade!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário