segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Everybody lies...






Meu personagem favorito das séries de TV é House.
Dr. Gregory House, médico do Plainsboro Princeton Hospital, é um especialista em diagnósticos.
Irascível, drogrado, amoral, completamente norteado por um código pessoal no mínimo questionável, com uma ética e comportamento singulares, ele usa duas frases, quase que todo o tempo, que me fizeram pensar:
" People don´t change ", numa tradução livre, Pessoas não mudam. E, " Everybody lies", todo mundo mente.
Apesar do aparente cinismo e descrença dessas duas frases, tenho que concordar que House está certo na maioria das vezes.
É realmente muito difícil as pessoas " mudarem", em geral fica-se só na vontade, no desejo, esse sim até genuíno mas, infelizmente não dura muito. Como se fosse um " hábito", acabamos cometendo quase sempre os mesmos erros, tomando as mesmas decisões, escolhendo as mesmas coisas...Como um cacoete, imperceptível e sem controle.
É sempre forte a tendência em se fazer o conhecido, responder da mesma forma aos estímulos, mesmo quando isso nos torna miseravelmente infelizes.
Tive amigos que sempre acabavam se envolvendo com " pessoas erradas", nisso se inclui tudo, de pessoas comprometidas com outras às deformações terríveis de caráter. Parecia, me diziam as " vítimas", que tinham " dedo podre", pois acabam sempre caindo em situações de muita dor e problemas. Com o tempo comecei a ver que os amigos não eram pobres vítimas, apenas buscavam, sim buscavam, esses relacionamentos, pois de alguma maneira o papel de coitados lhes caia bem! Mudar, nem pensar...
E aí entra a segunda frase de House, todos mentem. Ou para os outros, ou para si mesmos.
Quantas e quantas vezes edulcoramos nossa imagem, falando de qualidades que não possuimos, de idéias que nunca tivemos ou até mesmo convencemos o outro que fechamos com o " sonho dele "?
Interessante isso. O mais interessante ainda é ver que todo esse dircurso no qual está estruturada a personalidade do personagem House o torna, para quem assiste, um ser imoral, desprezível, competente sim, mas totalmente pirado!
Será mesmo? Ou será que ele nos revela uma faceta que não queremos ver, que não gostamos, trazendo à tona a nossa sombra, nosso lado negro tão pouco agradável.
É isso, mais uma vez o incrível e charmoso médico acertou em seu diagnóstico.

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