terça-feira, 12 de abril de 2011

Correr


Correr com lágrima, com lágrima, com lágrima nos olhos
Não é definitivamente pra qualquer um... ( Lobão-Bernardo Vilhena)

Não é metáfora, embora também possa ser...
Tenho uma imagem, real, dura, gravada a ferro e fogo em mim, de uma situação dessas.
Queria socorro, ajuda, salvar uma vida que me era muito cara, e corri com lágrimas nos olhos.
Talvez nunca tenha sentido tamanha sensação de impotência como nesse episódio.
Correr, embora seja uma mercuriana regida duplamente por Hermes,o que tem asas nos pés, sempre me foi estranho.
Corro com a cabeça, com as palavras, com as idéias e pensamentos.
Não sei correr com as pernas...
Me atrapalho, troco os passos errados, tropeço e em geral caio.
E tenho medo de cair, como diria Noriel Vilela e Seus cantores de ébano..rs( lembrei da canção " Leva eu"...rs)
Só sei que corri, como nunca correra antes, em pânico, em desespero, atrás de ajuda e de, estranho, poder dividir com alguém a perda iminente.
Nessa corrida não cheguei a lugar algum, não encontrei ninguém que me socorresse, corri e permaneci sozinha.
Ao me deparar com a inexorável solidão, voltei. Correndo. E ali, sozinha, secando as lágrimas, driblei uma crise.
A perda, adiada em horas, não aconteceu, não ali.
Uma coisa essa sensação.
Correr com lágrimas nos olhos, como se por dentro de uma névoa, através dela e o lá, o depois, não se sabe bem o que é.
Concordo com Lobão, não é, definitivamente prá qualquer um, aliás não deveria ser p´ra ninguém.
Não sei bem o que trouxe de volta a esse momento. Talvez Freud explicasse.
Não sei mesmo, apenas compartilho, quem sabe para nunca mais ter que correr assim.



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