segunda-feira, 24 de maio de 2010

Paixão bem resolvida!

Paixão é bom demais! Bem resolvida melhor ainda!!!
Não, não falo das nossas paixões cotidianas, possíveis, reais.
Falo de um tipo que paira acima dessas: a de um fã por seu ídolo.
Há exatos 40 anos descobri e me apaixonei por um moço esquisito, albino, meio vesgo, magro, sempre de preto, chapéu texano e com lindos, longos e lisos cabelos sem cor ( é albino!!!).
Quando o vi pela primeira vez ele estava em Woodstock (69) com sua música alucinante, rock-blues fundido em acordes inesquecíveis!



Foi paixão! Fulminante. Pra sempre...
E a busca incessante, nesses 40 anos, por Vinis, depois CD´s, DVD´s, imagens e uma raridade, um vinil, pirata, gravado em meados da década de 70, ele recém saido da reabilitação por dependência de heroína. Meu ídolo quase engrossou a lista de outros tantos que sairam meio sem avisar, da música e da vida.
Um mago na guitarra, um bruxo no visual e no virtuosismo.
Muitos anos se passaram, muita música boa, a paixão sempre alimentada, sempre um sonho, meio distante, de ve-lo num palco, ali, acessível aos olhos e ouvidos.


Sábado, 22 de maio de 2010, 40 anos depois estava ali, mãos frias, coração aos saltos, vi Johnny Winter assim, de perto e ouvi a música que vive em meu coração e me mantém jovem por tanto tempo. Nó na garganta, corpo sacudido pelo ritmo e acordes, como se ainda estivessemos na década de 70!
Bem tiete, bem doida, fiz conchavos com garçons, seguranças e ainda contei com a ajuda de um " anjo-da-guarda", músico, outra pessoa iluminada, que tocou no show de abertura, para conseguir entrar na área restrita. Ali, há uns 20 metros, vi meu ídolo, silencioso e enigmático autografar meu ingresso. Fui uma das 10 pessoas a quem ele concedeu essa honraria.

Descobri que minha paixão está bem resolvida, que está viva e passa bem.
Que podemos, eu e Johnny, ter envelhecido, afinal 40 anos não são 40 dias, mas que o amor ainda existe. Que a mesma mágica acontece quando ele corre seus longos dedos pelo braço da guitarra.
Sua música, parte importante da trilha sonora de minha vida, de minha adolescência, brilha como sempre, como nunca e enche os espaços e faz o milagre que só o rock e o blues conseguem fazer: a certeza de que estamos vivos.
Como o nome de um dos seus mais belos discos: Still Alive and Well.

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