sábado, 6 de fevereiro de 2010

Perdão também cansa...


É que os momentos felizes tinham deixado raízes no seu penar, depois perdeu a esperança, pois o perdão também cansa de perdoar ( Toquinho/Vinícius- Regra 3).


Está aí um ponto crucial. O momento, nem antes, nem depois, que o perdão cansa...
Sintomas hão de ter, ou ter tido mas, a palavra, que não poderia ter sido articulada, o olhar que não veio, ou se veio, veio carregado de distancias e desinteresse,o silêncio que durou segundos a mais, ou seja, a ùltima gota, isso é impossível se prever. Mesmo porque outros fatores, externos ou internos, podem interferir.
Vamos ver, a coisa já não anda boa mas, usando a frase do poeta " os momentos felizes tinham deixado raízes", ainda não de todo degringolada, eis que, numa conversa informal, com amigos de sempre, sem grandes compromissos, uma crítica, ácida, feroz, em geral apontando um ponto fraco do outro, transforma o tal momento bobo no último ato de uma ópera. Não tem volta, pois, de novo, como disse o poeta, o " perdão também cansa de perdoar"...
Não dá prá saber, nem da parte de quem vai atirar a pedra fatal e nem do alvo da pedrada.
Em geral, e pude perceber isso olhando para trás ou revendo meus " finais de caso, casamentos, etc, etc", o motivo final é insignificante, tolo mesmo, diante da enormidade que vinha sendo acumulada, em mágoas, ressentimentos, solidão e desamor, que permeava essas relações terminais meses e meses antes desse desfecho patético.
Os amigos ficam com cara de paisagem, sem entender nada e em geral criticam bastante aquele que deu o basta, o chega, por conta do que, sem saber, consideram uma besteira, uma bobagem!
O que quero dizer? Que não temos uma medida, ou melhor, um " medidor" confiável, que nos sinalize que estamos para entrar em rota de colisão! Que o próximo movimento, brusco ou não, se vier, vai detonar, de maneira impiedosa, um relacionamento aparentemente duradouro e feliz ( para os outros, lógico!).
Podemos passar anos e anos suportando tudo, traições, mentiras, frieza, desprezo, distanciamentos, desilusões varidas, mas um dia não suportamos que o outro nos diga que, por exemplo, não suporta mais Caetano Veloso. Pronto! A casa cai!
Foi culpa de Caetano, mesmo sendo ele próprio um artista polêmico e instigante? Com certeza não, mas por baixo dessa reação, aparentemente tão desproporcional deve haver um enorme "iceberg" de insatifações e, sorry, saco cheio!
Complicado viver à dois. Complicado saber até onde se pode ou não pode ir.
Acho que, no final das contas, tudo é questão de amor e desamor.
Como disse São Paulo em sua famosa Epístola aos Coríntios, " o amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
Se acabar, acabou-se o que era doce.

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