domingo, 31 de janeiro de 2010
Coisas de Juquehy 2 - Discutindo Relações
Além de "Fazenda Africana", li o " Símbolo Perdido", de Dan Brown e comecei os " Filhos de Húrian" de Tolkien.
Mas nem só de leituras foram feitos meus dias. Teve muito sol, tá bom, chuva também, muita culinária interessante,sorvetes divinos, jogos de buraco, passeios e conversas de horas e horas com as amigas que dividiram a casa e esses dias com a gente.
Sempre fui fascinada por gente e suas coisas, seus pensamentos, idéias, modos de ver a vida! Sou tão interessada que percebo muitas vezes estar fazendo um tipo de " interrogatório", tantas são as perguntas que vou emendando umas nas outras. Sorry, amigas, se se sentiram, em algum momento, assim.
Descobri coisas incríveis com essas duas que formam um casal harmonioso e alegre. Comentei hoje, por e-mail, com uma outra querida amiga que passa momento turbulento em seu casamento ( hetero): não existe, pelo menos entre essas elas nenhum problema ou pudor em " discutirem a relação"! Mal entendidos, mágoas, dúvidas ou mesmo irritações, são " conversados", esclarecidos, cada uma delas coloca sua posição, assim, na boa, tranquilamente e acaba não sobrando espaço para ressentimentos nem caras feias. Elas me contaram que em quase 10 anos de convivência nunca conseguiram dormir sem que alguma coisa ruim ficasse pendente ou sem solução!
Fiquei, confesso, encantada e pude, num desses longos papos noite adentro falar com uma delas e perceber a enorme diferença do que acontece, pelo menos nesse quesito, na maioria dos casamentos heteros. Essa coisa de DR ( discutir relação) já virou motivo de piadas, de muita gozação por parte dos rapazes e em geral desperta no parceiro masculino, quando sua parceira quer conversar, um frio olhar de enfado, de tédio, de total impaciência e em geral ele termina o assunto com o diagnóstico irritante de que " você está procurando problemas onde não tem"!
Ficamos, eu e amiga, apesar do longo tempo gasto tentando compreender essa reação masculina, sem nenhuma resposta satisfatória.
O que sei é que muitas questões sérias seriam evitadas, muitas brigas sequer aconteceriam, decepções idem, se em algum momento, pequeno, sem cerimonia ou pompa, conseguissemos, nós mulheres, sermos ouvidas sem desqualificação ou ironia.
Sempre digo pra a amiga que estou hetero, falo dessa maneira pois tenho vivido assim e nunca tive nenhuma atração por meninas, aliás me casei algumas vezes e namorei outras tantas sempre com rapazes, mas o que tenho sentido é uma enorme dificuldade de comunicação entre os sexos opostos.
Não acompanhei de perto, até hoje, nenhum relacionamento entre homens que tenha durado tanto como o das amigas, mas digo, sem medo de estar errada, as duas dão um show de equilíbrio, de bom senso, de verdadeiro comprometimento com suas vidas enquanto casal. Não há alfinetadas, nem sarcasmos, nem tentativas de se tapar o sol com a peneira.
São companheiras, são justas, são firmes, afetuosas e presentes. São de verdade.
Será que em algum momento, depois de tantas mudanças e revoluções nos papéis macho-fêmea, alguma coisa se perdeu ou ficou embaralhada?
Não sei dizer, apenas percebo,através da minha inesgotável curiosidade e carinho por pessoas, o que me torna uma observadora atenta e interessada, que algo não vai bem, que os silêncios estão se tornando enormes, assustadores e que a linguagem comum anda meio esquecida. Uma pena.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário