quinta-feira, 2 de junho de 2011

No mercy






Pois é...
Dias me separaram desse blog e de vocês.
Ando assim nesses últimos tempos, caraminholando...
E foi então que, como gosta meu amado Jung, as sincronicidades ficaram claras!
Tudo se juntou e consegui ler o desenho.
Uma frase solta, um filme, uma letra de canção, um papo perdido e um vago sentimento de chegar a algum lugar...Tudo se encaixou...

Dores e angústias sempre haverão, como as alegrias.
Medos?
Ok! Desilusões e esperanças, idem, mas ainda, atrás do detrás tudo fica muito claro. E posso ser feliz!
Mas antes, condição " sine qua non", preciso aprender a me perdoar.

Perdôo tudo, de A à Z, os filhos e suas malcriações, seus julgamentos equivocados, visões distorcidas, falta de paciência e ingratidão, os amigos e suas ausências, os não-retornos de ligações, a frieza, distanciamento, incompreensões de todos os tipos, indelicadezas e falta de carinho...Até o mundo, feio, cinza, mau, implacável e grosseiro, posso perdoar.
Mas e a mim? Posso?
Resposta: NÃO.
Minhas falhas enquanto filha, que não percebi a tempo a doença de minha mãe, que me neguei, por puro egoísmo, em resolver seus problemas e a cobrei sem direito, isso não posso.
Minha inconseqüência enquanto mãe, jovem e tola na desesperada busca da felicidade que, de certa maneira, atingiu meus filhos, isso não posso.
Minhas dificuldades financeiras, resultado do meu desejo de fazer todos serem felizes, não poder ajudar mais as netas ou conseguir mandar a filha para o exterior, seu sonho, isso também não posso.
Minha atitude de esposa triste e sem paixão, que apenas quer deitar e dormir, sem olhar para o lado, impossível perdoar...

Todos os " nãos" que tive que falar, por necessidade, por convicção, me eram imperdoáveis...
E assim venho vindo assim, algoz de mim mesma, mergulhada numa noite sem fim, sem alento nem esperança.
Não havia perdão possível, nessa vida, para mim.
Meus erros, minhas ilusões , tudo isso tinha virado carga insuportável.
Até então.
E entrou aquilo tudo que falei no início.
Tenho que aprender a me perdoar. E estou assim.

Fui o melhor que pude, ou pelo menos tentei. Não busquei o mal, nem o prejuízo de quem quer que fosse. Errei? Certamente, mas, quem não errou?
Errei por amor, por meninice, por querer acertar...
E hoje, queridos, re-aprendo, com dificuldades, fique bem claro, a ser mais condescendente comigo mesma...
Tenho amado, com coração, mente, pele e cérebro, todos, todo o tempo, com um sentimento que até dói...
Só isso.
Ok, meus erros não deixam de existir apenas por terem tido o amor como justificativa, apenas acredito que possam ser perdoados.
Como perdôo e assim o farei sempre, com todos que amo e amei.
Peço sua compaixão e perdão, caros.
Me abro, rasgo, enfrento e choro. E encontro, afinal, o perdão...


Beijos







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