terça-feira, 21 de junho de 2011

Ética....?!


A palavra ética vem do latim ethĭcus e este do grego θικός ou transcrito em nosso alfabeto, "Ética". É necessário diferenciar o "ethos", que significa "caráter" do "ethos", que significa "costume" como "ética", conclui-se nesse sentido, e isso não é Ignorar essa diferença, leva à confusão de "ética" e "moral", já que esta vem do latim "mos", que significa costume, que é o mesmo que "ethos". Enquanto alguns defendem a equivalência das duas doutrinas quanto ao seu objeto, é fundamental saber que são baseados em conceitos muito diferentes.A éticaé um ramo da filosofia que engloba o estudo da moralidade , da virtude , o dever , a felicidade e boa vida. Ética examina o que é moral, como justificar racionalmente um sistema moral, e como ela é, então, aplicada a vários campos da vida social e pessoal. Na vida cotidiana é uma reflexão sobre o fato moral, a justificativa para o uso de um sistema moral ou de outro.

Pois é, usando a definição do Wikipedia ( ok, podem torcer o nariz), está a minha dificuldade.

Dia de vida normal, acontece um fato, duro, triste, complicado, que me coloca perante mim mesma e minhas convicções...

Rôo as unhas, sinto cabelos caindo, pois o que me foi relatado é algo terrível, inacreditável e execrável para meu pessoal código ético-moral...

Primeiro movimento-pensamento é o de revolta, de dor, de quase nojo. Preciso denunciar, alto e bom som, tamanha injustiça e maldade. Ok, perfeito, penso eu lembrando todos os textos lidos, de Platão à Gandhi, passando por muitos outros, de Cristo à Martin Luther King...Estou em boa companhia e me sinto mais segura e preparada para abrir a artilharia, pesada e implacável contra o agressor.

Não é fácil, logo percebo, pois o relato, permeado por medo e insegurança, me dá, num segundo momento menos inflamado, a noção de que, caso o denuncie, vou, possivelmente, acarretar mais dor à vítima.

Passo o dia assim, pesando, pensando, imaginando um meio de sustar essa quase violência, pois é surda, subliminar e sutil, sem aumentar o ônus a quem me contou...

Não encontro resposta. Não há. Estou aqui, apenas eu, agora conhecedora de uma atitude moral e eticamente abaixo da crítica e as conseqüências que virão para quem já sofre, caso a denuncie. O que fazer?

Tudo bem, não é problema meu, diretamente, nada disso vai afetar, minimamente minha vida e seus desdobramentos. Por outro lado minha consciência dói, me aperta, sufoca, exige, diante de tudo que creio e luto, que me posicione!

O que vale mais nesse momento? Alguém que sofre e se cala por saber-se sem voz ou ter quem o defenda? Ou alguém que sabe desse sofrimento e é compelido a se calar para evitar mal maior? O que?

Minha ética, nesse momento único que me vejo, suportará meu silêncio, agora cúmplice do carrasco, em nome de algo mais básico que a sobrevivência imediata da vítima? Sinceramente não sei responder.

Sei apenas que longa e interminável noite me espera. Noite de reflexão. Tudo o que sei, ou acho que sei, ou acredito, minha ética e moral, se contrapondo a valores tão ou mais altos.

Se pudesse não gostaria de ter sido a depositária de uma confissão como a que ouvi e descubro, aterrorizada, que coisas desse tipo estariam acontecendo nesse mundo.

Momento estranho, garanto a vocês. E divido, como quem divide um pesado fardo, uma angústia, a um amigo.

Estou entre o dever e o poder, poder não no sentido de autoridade, mas possibilidade de fazer algo...

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