quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Certo e errado





Tem o certo. Tem o errado. E tem todo o resto.(Cazuza)

Verdade,
O que é certo? Não matar, não roubar é indiscutivel, mas tirando isso fica a dúvida.
O que é errado?
Será que a gente sabe mesmo a diferença?
Olho para trás e vejo a maneira como fui criada, os valores recebidos, uma grande rigidez em relação a certos conceitos como " respeito" e obediência.
Evidente que achava, quando adolescente, tudo isso muito errado..rs...
Questionava os posicionamentos de meus pais por achar que eram inflexíveis e autoritários demais. "Não" era "não", nunca sim nem talvez. E esses " nãos" vinham com grandes explicações.
Hoje relembrando tudo percebo que eles não tinham " culpas", portanto não precisavam justificar perante filhos, mundo e eles próprios, o que achavam certo ou errado.
Agora, aos 55 anos, acho que meus pais estavam certos...
Minha geração, filha de Woodstock, do flower power e das liberdades, parece que encontrou enorme dificuldade em educar seus filhos.
Calma, fizemos coisas bem legais, temos ótimo diálogo, não existem mentiras nem medos entre nós, os criamos com muita música, arte de todos os tipos e literatura, enfim formamos seres bem bacanas.
Mas em alguns momentos essa " igualdade" como indivíduos que permeou as relações, resvala para a falta de respeito, desconhecimento de hierarquia, e eles acabam acreditando que tudo podem, inclusive serem mal educados e invasivos.
Vejo com muita clareza a imensa dificuldade que tive como mãe, ao impor regras, limites e cobranças. E vejo hoje que nossos filhos também se perdem um pouco com isso.
Vamos deixar algo bem claro, respeito é bom e eu gosto. E isso sei que exemplifiquei o tempo todo, não os invado, não palpito onde não sou chamada e se por acaso decidem algo que sei que vai dar errado, alerto e ponto, sem mais tarde cobrar a minha " sabedoria". Ou seja, os respeito como pessoas e filhos.
E quero a contrapartida.
Sou amiga, sou confidente, apoio, ajudo e participo. Mas tenho meu espaço como ser, como gente, como alguém que vive e pensa e quero ser vista assim.
Uma mãe que viveu a década de 70 como adolescente é, certamente, muito mais maleável, paciente, tolerante e sem preconceitos, mas ainda é mãe, com todas as prerrogativas ( deveres e direitos) do cargo!
Tem o certo, tem o errado e tem todo o resto, disse o poeta Cazuza.
Verdade, vamos apenas esclarecer que nesse " resto" cabem o respeito, a boa educação e muito afeto. Sem abusos nem grossuras.

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