
Luiza, minha filha, escreveu " e se o amor tiver prazo de validade"...
Pois é, fiquei pensando...
Prazos de validade, assunto bom, legal, interessante...
E se tudo o que acontece hoje, vésperas de segundo turno, tiver prazo de validade? Promessas, juras, documentos assinados, posturas e declarações de fé?
Isso, certamente, terá mesmo.
Hoje pessoas são contra ou a favor do aborto, contra ou a favor das privatizações, da educação com cotas, da sustentabilidade, do mundo e das pessoas...
Virou um vale tudo.
Gente conservadora vira liberal e vice-versa. O que querem aqueles que propoem tais perguntas? Seu voto, seu aval.
Daí pra frente vale o ema, ema, ema. Cada um com seus problemas.
Estou fora, aliás faz tempo.
Me recuso a um papel patético e coadjuvante nesse amontoado de mentiras, promessas e comprometimentos...
Aprendi, a duras penas, que revoluções são individuais e dolorosas, como partos. Por favor, NÃO existem soluções coletivas para a existência humana, cada um é deus e carrasco de seu próprio destino.
E posso dizer sem ser de orelhada, pois pari meus filhos e meus sonhos e medos e projetos na raça, sem cirurgias anestesiadas com data marcada.
Ninguém vai nos trazer o paraíso em terra, ninguém.
A luta é nossa, instransferível, diária, exaustiva. O resto é conversa, discurso, balela, bullshit, como dizem os norte-americanos.
A cada dia que nasce, somos, sou e sempre serei, responsável pela minha vida, escolhas, de discos, livros, amigos e caminhos. Não dou a nenhum outra pessoa o poder de me dizer o que me é de melhor ou pior. Isso é meu e eu que use com a melhor sabedoria.
Vivi muito, 55 anos não são 55 dias. Ou são.
E nunca vi, desde os anos dourados que tive o prazer de nascer, passando por todas as crises e mudanças( !) desse país, alguém me trazer alguma resposta ou solução que não estivesse em mim, dentro de mim, arrancada muitas vezes, à ferro e fogo e sob muita dor.
Não suporto mais os e-mails que recebo, de uns e outros, contra ou favor, desse ou daquele caminho.
Fico cada dia mais triste ao perceber, sorry, que isso tudo é um enorme paliativo, distração de momento e tempo, que acaba tirando pessoas, algumas até legais, do grande sentido, da grande pergunta de se estar vivo: quem sou eu?
Fica muito mais fácil entrar embaixo de uma bandeira, time, partido ou pessoa e ressoar como uníssono, do que ouvir a própria voz, nem sempre agradável...
Devo estar ficando velha mesmo...
Mas mesmo assim nunca quis, não é meu e pelo jeito nunca vai ser, pensar em bando, raciocionar com muitos, gente que nem sei quem é...
Não dou esse direito ou poder a quem quer que seja.
Hoje sou uma mulher pobre, sem bens, sem grana alguma, mas me resta o cérebro e coração e disso não há como abrir mão.
Meus erros, acertos, o bom e ruim, os escolhi sozinha. Arco com isso.
E mesmo com tantos anos para trás não me desvio dessa meta, desse único e pessoal projeto: descobrir quem sou eu, como sou, o que quero e sonho, pro que der e vier. Com todos os ônus e os bônus.
Cito Caetano, sempre tão amado.
" Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é "...
Ps- esse blog é para todos que mandam e-mails bomba, denúncia, dados, estatísticas, leis e outros, sobre seus " candidatos" e acreditam que serão felizes com suas escolhas.
ps2- a imagem desse blog é a ' Velhinha de Taubaté"...( que sempre acreditava em tudo.)
Nossa!!
ResponderExcluirQue verdade hein?
Mas acho que as pessoas estão um pouco perdidas, na verdade não sabem direito pra que lado devem caminhar.
Tudo é uma incógnita. E o medo governa!!
O que vc escreveu, como sempre, lindo!
O negócio é ser o que somos e seguir o coração... e ser feliz!
Simples assim!
bjs e continue escrevendo