quarta-feira, 11 de julho de 2012

Invisível!

Faz tempo que não publico nada, estava como o cachorro do filme publicitário " sem assunto"... De fato assunto tem, mas ânimo andava em falta. Esse tempo quieta e quase " invisível" me trouxe o assunto de hoje, exatamente o que faltava para que eu escrevesse: in-vi-si-bi-li-da-de. É doido isso, se pensar muito decolo sem volta, mas vou tentar permanecer no aqui e agora. Lentamente, se a gente bobear, vai ficando invisível e isso, muito claro pra mim, vem do " não olhar" do outro...Como se existisse um mecanismo entrelaçado, um vai e vem que não deve ser rompido. Nesses meses de mudança e pós mudança de casa fiquei, sem escolhas outras, dentro de casa, ajeitando, arrumando, marcando com minha marca (!) meu novo território. Tinha que voltar a me sentir " em casa", criar meu canto, seguro e conhecido. Tarefa árdua, quem mudou sabe. Fiquei, portanto, quieta na rotina inexorável das pequenas coisas, sem valor aparente ou relevância. "Indoor"... Aos poucos fui percebendo que estava me tornando " invisível" e, pior, comecei a acreditar nisso, quase me movendo com cuidado e delicadeza próprios dos fantasmas e almas penadas... Não havia mais desejo, nem vontade, nem buscas nem qualquer outro sentimento que me conectasse. Fazia e pronto. E não havia mais ninguém, nem dentro de casa, que parasse um segundo sequer, para perguntar o que eu queria, sentia ou esperava. Funções eram exigidas e cumpridas. As horas viraram dias, que viraram semanas e meses! E tal como os fantasmas, passei a viver do passado, do que tinha ficado para trás, dos sonhos não concluídos e senti, como eles, a enorme tristeza de ser invisível para aqueles que amo tanto...E fantasmas, creiam, são alimentados por tristeza e saudades. Um dia, tempos atrás, percebi que não era ainda chegado esse tempo, havia vida a ser vivida, aos trancos e barrancos, mas vida. E com algumas suaves " marteladas", ás vezes não tão suaves, exigi meu direito indiscutível e intransferível ao mundo visível. Cortei os cabelos, em cada mecha meu pálido fantasma particular ia se diluindo... Abri o armário e coloquei meu amado chapéu de côco meio inglês, meio Chaplin e com todo o estrondo possível re-entrei (?) no mundo quase novo que me cercava. E aprendi,mesmo com o descaso ou cansaço dos olhos que me olham e por estarem acostumados não me enxergam com nitidez, que não sou invisível. E pretendo continuar assim por muitos e muitos anos! Boa semana!

Nenhum comentário:

Postar um comentário