quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ser " zen" ou não ser....





Sempre passo, aos que me conhecem pero no mucho, a idéia de ser meio " zen".
Engraçada, piadista, sim tenho muito senso de humor, mesmo em situações quase trágicas...Sou assim, não curto o clube do choro nem sou pessimista. Tenho fé. E sei esperar.
Agora " zen" é equívoco...
Com disciplina e a marca de velho Mercúrio que me rege duplamente, procuro pensar muito, alinhavar argumentos e herdei dele uma imensa dificuldade em dividir problemas. Ostra. Falo, falo e não falo nada de mim mesma.
Ando com a cabeça quente ( olha o Mercúrio aí, gente!), com dificuldades (umas sérias outras nem tanto) decisões a serem tomadas(bem sérias), vivo " turning points" (em bom português). E me calo, não sei compartilhar. Caminho pela casa, olho nos cantos, acendo velas e rezo. Atrás de luz e inspiração. E espero.
Quem olha não percebe, pois sigo escrevendo aqui, lendo, fazendo meu tricot ou cozinhando, rindo, vendo minhas séries favoritas, recebendo amigos e postando no facebook. Zen, portanto.
Zen? ZEN????
Carrego o Etna na cabeça, sou o Atol de Mururoa durante as experiências nucleares. Uma bomba.
Nunca soube como fazer isso. Para pedir socorro tenho que estar no osso, no fim!
Teve tempo, mais auspicioso financeiramente, que tinha um terapeuta, Dr. Alberto Silva, médico,junguiano e astrólogo que dizia abrir a caixa de ferramentas quando eu chegava para pegar os alicates e puxar alguma coisa. Ok, em 9 anos aprendi a contar para ele um pouco das minhas dores e medos. E foi só e não sem sacrifício.
Não, não é medo de parecer frágil, disso não escapo graças à minha compleição física, sempre passei por frágil mesmo. Também não é orgulho, vaidade nem arrogância.
Só não sei. Perco as palavras, me enrolo na linha de raciocínio e nunca consigo passar o que realmente sinto e estou passando.
Zen não sou, nunca fui. Me trituro por dentro, engulo ácido, desfolho, penso até ter febre. E por fora? Por fora, nada.
Sigo me movimentando do mesmo jeito, com leveza e serenidade. O cabelo, no mesmo lugar e o mesmo tom grave de voz.
E lá dentro uivo e choro, pergunto e respondo, olho, busco, procuro. E encontro...
Não, queridos, não sou zen, talvez uma aparência zen, portanto me perdoem se, às vezes, bem raro, eu desabe...
É que tem momentos que não cabe mais. Tem que sair e correr como a água, como a enxurrada num lindo dia de verão.

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