domingo, 18 de outubro de 2015

O Mal existe.


Ouvi outro dia, numa análise carinhosa feita pela prima Cynara a propósito de uma situação bem complexa que ando amargando, a seguinte frase: Nil, infelizmente não existe bondade nessa pessoa.
Na hora isso  me soou de uma forma muito estranha, fazia tempo que não escutava uma constatação tão categórica usando a palavra " bondade".
Mais fácil hoje alguém ser chamado de  incompetente,  desonesto, desequilibrado, corrupto, sem foco, depressivo, bipolar do que algo simples, curto e grosso, "essa pessoa é má".
A prima tem razão, existem pessoas sem nenhuma bondade e que única e exclusivamente permanecem  em suas vidas atrás de sonhos e projetos nem sempre pautados pela melhor das intenções e, sem dó nem piedade, chantageiam, oprimem, ameaçam, impondo tristezas e decepções aos pobres mortais que tem a infelicidade de com elas conviver.
E os dias, estranhos e conturbados desse século XXI, acabam, através de montes  de teorias, ideologias e outras sofisticações do pensamento, nos tornando incapazes de reconhecer ou detectar uma realidade pura e cristalina: o mal existe e seu exercício é tão antigo quanto o homem!
Minha reação demonstrou isso, como assim? sem bondade? não, não é possível, a prima está exagerando, a pobre pessoa tem problemas emocionais, tadinha, e isso a torna incapaz de perceber o quanto está magoando todo mundo.
 Errado! A pessoa sabe sim e muito bem como espicaçar os sentimentos alheios, faz o mal e segue seu caminho como se nada houvesse acontecido. A única meta é que tudo saia do seu modo e jeito, o resto? bem, o resto é o resto.
Anos e anos atrás nos  meus dias de pesquisa e estudos ( coisa que adoro até hoje!) em astrologia, ocultismo, religiões e seitas comparadas, rituais, etc, pude encontrar em, praticamente, todos os textos de autores (os mais variados e das mais diferentes orientações nesses temas) esse ponto comum, de fato, o mal existe. No mínimo como contraponto ao bem, como existe a escuridão e  a luz.
Certas pessoinhas, tenho e tive a alegria de conhecer algumas, são iluminadas, boas em essência, generosas,  incapazes de  atitudes que não visem um bem maior e só querem fortalecer as amizades, a harmonia e a solidariedade.
 Essas pessoas feitas de luz estão por todos os lados e são facilmente detectáveis: não conhecem a brutalidade, o egoísmo e nem sofrem com apegos materiais exagerados. Não são avarentas, gananciosas nem mentirosas,  dividem tudo, seu tempo, seu olhar, seu abraço, sua atenção e seu pão.
O exato oposto, ou pelo menos uma espécie de " espelho" ao contrário, são as que  buscam a discórdia, que humilham os que já se encontram em situação vulnerável, cujas línguas são chicotes ou facas afiadas  e criticam pelo puro hábito da maledicência, destruindo os mais belos e sinceros sentimentos. São pessoas más, se alimentam da escuridão emocional e espiritual  e nas trevas circulam com desenvoltura e através de seu egoísmo e falta de compaixão se veem sempre como " vítimas" do mundo e das pessoas quando esses não correspondem às suas vontades.
A prima está certa e lamento muito que nossa formação racional e tão cheia dos sofisticados termos e expressões que fazem o gosto dos cultos e eruditos, nos impeça de perceber com rapidez e segurança, a presença de gente assim que, sem a menor dúvida, vai nos prejudicar na primeira oportunidade.

Tem um ditado antigo que diz assim " o diabo é sábio porque é velho", eu ouso dizer que o tal "cramunhão" é poderoso porque negamos sua existência!
Ele, afinal, não se encaixa nesse tecnológico e pragmático mundo que vivemos, é uma ideia anacrônica, vinculada a religiões, ignorância etc, etc e não fica bem acreditarmos em superstições medievais.
Pois é, damos nomes novos às velhas coisas e através dessa capa de " modernidade" a maldade não encontra limites e assim ficamos vulneráveis e desprotegidos desses ataques.
Não foi fácil para mim chegar ao diagnóstico da " maldade". Sofri bastante e me entristeci também mas sinto, percebo mesmo que lentamente  esse mal todo está perdendo as forças pois começa a encontrar a barreira necessária: discernimento, justeza e bons propósitos.

Para Cynara, que me fez enxergar e me proteger.
Para Lia que me ajuda a criar um escudo!