sábado, 29 de agosto de 2009

Cinema





Tem uma matéria hoje, sábado, veiculada no site do UOL, sobre os 10 filmes mais polêmicos de todos os tempos.
Lembro de alguns: O Último tango em Paris, Laranja Mecânica, Exorcista, Império dos Sentidos, Saló- os 120 dias de Sodoma, Paixão de Cristo, de Mel Gibson...
Em todos situações extremadas, muita violência, muito tudo...Todos, lógico, com coisas legais, alguns com bons diretores, outros com atores ou trilhas sonoras inesquecíveis. A gente saia do cinema meio " passado", meio perturbado, mas se eu pensar os filmes que mais me marcaram e são para sempre eles não constam dessa tal lista:

-O céu que nos protege ( Sheltering Sky- de Bertolucci-1990) Assisti umas 100 vezes, comprei em VHS e em DVD duas vezes!( tinha esquecido que havia comprado!). Uma fábula terrível sobre um casal tentando reconstruir suas vidas vazias, o amor acabado, numa viagem sem volta pelo deserto. Ali tem uma cena que me emociona muito: estão ambos ( Debra Winger e John Malkovich, lindos!) em pleno deserto, olhando a amplidão e num relato deseperado acabam fazendo amor, ali mesmo...


- O Labirinto do Fauno ( El Laberinto del Fauno- Gullermo Del Toro-2006)- Uma fábula sombria, escura e cheia de metáforas e alegorias sobre a Espanha franquista. Num universo de sonhos e pesadelos, a estória de Ofélia, uma menina de 10 anos, que transita entre o real e imaginário quase surrealista todo o tempo. O filme é assustador e o final, sem ser piegas, é emocionante. Devo ter assistido umas 20 vezes!


-Othello-(Othello- Oliver Parker- 1995)- A famosa tragédia shakesperiana sob a direção de Parker, trata da inveja, ciúme e insegurança. Laurence Fishburne no papel do general mouro transmite o paradoxo força/fragilidade com enorme talento. Filme lindo, elenco talentoso e mesmo sabendo o final fico sempre torcendo pela bela e injustiçada Desdêmona. Também assisti muitas vezes, tenho em VHS e o poster promocional do filme enfeita o meu salão de festas.


O Paciente Inglês- (The English Patient- Anthony Minghella- 1996)- sob a cenário do final da segunda guerra, o amor, correspondido entre uma mulher casada, a linda Kristin Scott-Thomas e um desconhecido paciente ( Ralph Fiennes), lembrado e contado a uma jovem enfermeira ( Juliete Binoche, linda, linda). Para os românticos como eu, filmão! Adoro e também tenho.


O Incrível Exército de Brancaleone (Incredible Armata Brancaleone- Mario Monicelli- 1965)- O melhor do humor, com ótima pesquisa histórica, cenas inesquecíveis e o igualmente incrível Vittorio Gassmann. Não há mau humor e tristeza que resista a essa estória passada na Idade Média. Seu personagem é, ao mesmo tempo, engraçado, patético e emocionado. Tenho em DVD e sua sequência, Brancaleone nas Cruzadas.


O Poderoso Chefão- ( Godfather- Francis Coppola-1972
)- Adaptação do ótimo livro de Mario Puzo. Sem comentários, vale por tudo, enredo, música, direção e Marlon Brando! Para mim um clássico com cinema, tenho de tudo que é jeito, VHS, DVD, DVD edição especial, toda a trilogia, amo!


Pois é, lembrei de alguns filmes que adoro, teria mais uns 500 nessa lista, mas o espaço é curto.
Nunca me preocupei muito com " grifes" de filmes, aliás essa mania do povo assistir (e gostar, o que duvido um pouco) de cinema húngaro com legendas em sâncrito me espanta um pouco. Na minha lista tem alguns, considerados " cult": Roma e Amarcord de Fellini, O Leopardo de Visconti, Zabriskie Point de Antonioni, mas o que me mantém presa mesmo não passa nem por nomes de diretores, nem de atores..É o que bate na alma. E nisso, o cinema, como a música, é um dos maiores fazedores dessa mágica!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O fim de uma era.








Não deu para escrever antes, mas fiquei muito chateada com a morte do Senador Ted Kennedy..Tá bom, sei que sou meio ingênua, ou pelo menos assim pareço.
Ok, pessoal, não se irritem, sei quem foram os Kennedys, nenhum deles era flor que se cheirasse, mas sinto que morre, com o senador Ted, toda uma era.
Um mundo que não existe mais, onde a elegância, os bons modos, o carisma e charme contavam pontos.
Revejo fotos dessa época e os Estados Unidos, com todo seu imperialismo e arrogância ainda assim pareciam mais bonitos e interessantes que agora.
O presidente John, altivo, elegante, Jackie Bouvier Kennedy, tão personalíssima que criou um estilo na moda com seus tailleurs bem cortados, seus vestidos de festa impecáveis, sua cultura e bom gosto, sua dignidade ao lado dos dois filhos pequenos diante do caixão do marido...Robert Kennedy, com seu sorriso deslavado e o então jovem senador Ted, marcado pela tragédia pessoal do acidente onde morreu sua secretária...
Falem o que quiserem, mas esse povo era chique, alinhado, classudo, poderoso.
Meu querido primo Ruy disse outro dia, não a propósito disso, que o mundo estava mudado e não era para melhor. Uso o frase dele e concordo...
Os Kennedys eram mafiosos? E quem não é ( pelo menos por aqui)? Usavam o poder? Mesmo? E por esses lados? Envolvidos em escândalos? Sério? Mas que coisa surpreendente, aqui quase não se ouve falar disso...
Vamos comparar as "famílias" poderosas: Os Sarney, os Collor de Mello,os Malta, os Magalhães, os Jucás ...Por favor...Um povo feio, grosseiro, sem cultura, que não tem compostura e não fica devendo nada em matéria de uso e abuso de poder...
O mundo seria muito melhor sem safadezas, lógico, mas a safadeza associada à deselegância e a cara de pau é de doer!
Lamentei a morte do senador. Uma perda, a última imagem de um tempo que já se foi, onde mesmo os bandidos tinham um certo pudor de se mostrarem como tal.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E-mails...e-mails?....e-mails...





Todos nós, conectados à Internet, recebemos diariamente e-mails, e aos montes.
Como fiquei meio doente esse final de semana e, portanto, não sai de casa, acabei passando mais tempo "online" e pude observar e classificar minha caixa postal:

1-E-mails simpáticos: são mandados por aqueles que nos conhecem e tratam de assuntos que são do nosso interesse. No meu caso: animais- campanhas de defesa e preservação dos mesmos, videos engraçados e surpreendentes, adoção, gracinhas, etc. Ou ainda sobre o que gostamos: podem ser sobre viagens, desfiles de modas, livros, exposições, lançamentos, recitais de poesias, shows. Em geral vem com um recadinho muito amável de quem nos mandou.

2-E-mails óbvios: no momento tratam de 2 assuntos principais: a tal gripe suína: como se precaver, o que tomar, o que não tomar, quem está por trás, teorias de conspiração, avisos, etc ( aliás cabe aqui uma pergunta: onde se compra o tal alcoól em gel??? não encontro nem com reza brava!).
O outro assunto: Sarney- listas para assinar pedindo a cabeça do cabra, petições, dados sobre escandalos, dados sobre a família do famigerado, conluios, armações, etc. Esses e-mails são muito chatos, se repetem "ad aeternum" e infelizmente não surtem o menor efeito. Nem com a gripe, nem com os Sarney!

3-E-mails insuportáveis: esse tipo é, sem dúvida, responsável por 80% do lixo em nossas caixas postais: correntes de orações, Budas milagrosos, Mandalas, geralmente propõem dinheiro e saúde, ou pragas imensas para quem não os passar a diante! Ok, já cai nessa e acabei também encaminhando, mas cheguei a conclusão que não dá mais e que esse tipo de milagre passa longe do cyberspace!

4-E-mails do coração: cada vez mais raros, são aqueles que as pessoas não " encaminham" nada, elas escrevem mesmo! Falam de carinho, de saudades, de amizade, contam o que anda acontecendo em suas vidas e querem saber de você. Te enviam suas músicas e videos favoritos, sempre acompanhados de uma referência muito querida do passado e do convívio. Uma delícia! esses e-mails tem o enorme poder de mudar o nosso dia e nosso coração.


5-E-mails ultra pessoais: esses são ainda mais raros...Vem daquelas pessoas que fazem a diferença em nossas vidas, por afeto, por segredos...São quase confissões, desabafos, declarações e propostas que não podem, jamais, vir à público...São do tipo que a gente lê, o coração salta e em seguida " deletamos"...por las dudas...


Pois é, nossa caixa postal é um assunto sem fim! Claro que quem nos envia algo quer ser agradável, estar presente, mas isso nem sempre acontece, mas quando acontece é bom demais!
Quando tinha 14, 15 anos, todas nós, alunas do Colégio Meira ( lembram, meninas?), tivemos que ler o Guia de Boas Maneiras do Marcelino de Carvalho. Havia um capítulo inteiro sobre etiqueta e bom tom com " cartas" ( era o que se usava naqueles tempos)...
Seria ótimo uma coisa dessas sobre a correspondência na Internet, pena que Mestre Marcelino já morreu...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O bom e velho rock and roll!!!!!






Estive no show do Chuck Berry na última quarta!
Sabe que sai de lá meio envergonhada? Eu vinha de uma semana meio " down", meio me sentindo quase velha, desanimada. Que vergonha!
O mestre do rock and roll, aos 82 anos, deixou mais de 3.000 pessoas doidas para dançar pelo local na mais pura coreografia do velho e bom rock!
Existe uma magia nesse genero que mantém e nos mantém sempre jovens, elétricos, alegres e cheios de pique.
Os " chansonniers" envelhecem: Sinatra, Bennett, Endrigo, Aznavour...O povo da MPB e bossa nova idem, tá bom, todos envelhecem com charme, com elegância, mas envelhecem.
Os meus ídolos do rock, jamais! Jerry Lee Lewis ( a quem assisti anos atrás, meio bebaço, lógico!), Eric Clapton, Stones ( embora as más línguas os chamem de " uva-passas do rock"!), Berry, esse pessoal, como se diz " quebra mas não verga"...
Adorei! Essa antiga mágica, o rock, funcionou e me tirou de um desânimo terrível!
Para quem, como eu, ama essa música, Berry representa o desafio inicial,aquele que apontou um caminho até então desconhecido e inexplorado...Seus fãs estão entre todos os famosos que deixaram e deixam sua marca: Lennon, McCartney, Johnny Winter, Hendrix, Richards, pois foi através desse negro alto, cheio de personalidade e classe que encontraram seu som, sua criação, seu trabalho.
E outra, ver um velho senhor de 82 anos, cabelos brancos, boné de marinheiro, camisa vermelha estampada, empunhando a " velha arma", uma Gibson ( e depois uma maravilhosa Fender verde) com a mesma irreverência e talento dos bons anos do rock, é inesquecível como aprendizado, prazer e lição de vida.
Amei! Se pudesse passaria a noite dançando com Johnny B.Goode, Roll Over Beethoven e sei que assim não envelheceria jamais!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

quase 54...




Estou quase nos 54. Anos, dias vividos, escolhas feitas, caminhos trilhados a partir disso.
Tenho marido(o terceiro!), 3 filhos, 2 enteados ( filhos oblíquos!), 2 noras, 1 genro,2 netas ( uma à caminho..rs).
Como me sinto? Em alguns momentos bastante perplexa com esse povo todo ao meu lado, pois me vejo ainda muito jovem, quase menina, instável, emocional, com medos e sonhos...Em outros, sinto a idade da Terra, um distanciamento de tantas coisas que fazem o dia a dia das pessoas...
Ás vezes durmo menina, sonho com meu herói ainda não conhecido, vagueio por rotas novas e interessantes, e depois acordo madura, séria, preocupada com o rotina, com o tanto que depende de mim...Outras vezes é justamente o contrário.
Quase 54, mas espera aí, outro dia tinha 14, dançava em Woodstock, subia a Rua Augusta e tomava sorvete na Ouro Fino! Ou tinha 20 e olhava os dois meninos que de mim haviam nascido, com surpresa e encantamento, ou tinha 35 e recomeçava a vida, esperava outro filho, filha, linda! Mas tenho quase 54, os pequenos viraram grandes, enormes, muito maiores que eu, meus bebês já são adultos...O bebê que vem aqui agora me chama de "vovó" e muitas vezes olho e procuro: quem será que ela está chamando?
Coloco uma saia mais curta, ok ser magra tem suas vantagens, mas não é mais a mesma imagem que enxergo refletida no espelho...Algo não soa bem, não fica bem e demoro a perceber o quê é...
Mantive ainda, nesses muitos anos, a rotina de ouvir música bebericando algo, mas agora percebo que estou fazendo uma viagem ao passado com a minha incrível trilha sonora...e junto com as muitas canções chega uma enorme nostalgia, um nó na garganta e a sensação do paraíso perdido...
Tenho quase 54 e sabe, tem uma coisa que faz muita, muita diferença: já faz um tempo que não chamo alguém pela palavra " mãe"...Ouço essa palavra milhares de vezes pelo dia, mas usada para me chamar...Agora sou a mãe, a que atende, acolhe, briga e orienta, mas não tenho mais a quem chamar assim...
Tenho quase 54 anos e estou assim, menina-mulher, moça-velha, sonhadora-realista e mãe.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Woodstock 40 anos...




Eu tinha 14 anos e esse momento do tempo é o que me deixou mais marcas. Ali, julho de 69, numa fazenda distante 3 hs de Nova York, toda uma geração pode se expressar, cantar, dançar, amar e mudar o mundo! Sem violência, sem armas, sem líderes patéticos, apenas jovens e músicos...
Woodstock fomos nós, meninos e meninas, ao som de música da melhor qualidade: Hendrix, Joplin, Crosby, Stills, Nash, Joe Cocker, Winter, Dylan, Santana e tantos outros maravilhosos que mostraram ao mundo cinza e sem graça que havia um caminho melhor...
Nunca mais fomos os mesmos depois disso, nem o planeta. Ali se plantou a consciência em cada um de nós, a convicção de que as mudanças tem que vir de cada um, que todos somos igualmente responsáveis pela vida, pela Terra, pelo mundo que vivemos...
Sem hipocrisias, sem meias verdades, sem consumismo desenfreada, sem um código de valores herdado que, como roupa velha, não nos servia mais...
Aqui estou hoje, aos 54 anos, ainda vivendo os ideais desses 3 dias e que foram de toda uma geração. Ouço a mesma trilha sonora, única, impar, jamais superada dos nossos ídolos de então.
Coisas ruins vieram depois desse inesquecível 1969, anos de guerra, de medos, de crises, de aids, preconceitos, destruição, música ruim.
Nós, os jovens enfeitados com colares, óculos amarelos, jeans e roupas indianas, sobrevivemos a tudo isso. E continuamos acreditando na superação de todo mal, na liberdade de expressão, na arte, no planeta e sua sustentabilidade.
As flores, que colocamos, nesse verão, nos nossos cabelos, permanecem, como ainda é viva a esperança, a alegria, a justiça, a paz e o amor.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Prá sempre....sempre acaba




Todos os que me conhecem sabem que gosto mais do Cazuza do que do Renato Russo. O primeiro me parece mais instigante, mais brilhante e menos depressivo que o segundo. A " raiva" de Cazuza me é mais interessante, sem julgamentos de valor ou trabalho ( pra não criar maiores polêmicas..rs).
Existem, entretanto, letras do Renato Russo que são muito lindas pois falam de sentimentos e sensações que me são facilmente entendidas.
A canção " Por enquanto", gravada pelo Legião ou pela Cássia Eller ( maravilhosa) é uma dessas:

Mudaram as estações e nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre,
sempre acaba!

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí então estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

O trecho em negrito é o que me fez escrever aqui, hoje, nesse micro espaço onde me permito e permito que me falem de verdade...
Dias bons, de enorme convívio e amizade estão terminando... Uma grande parte de nós, de um modo ou de outro, por um motivo ou por outro, certo ou não, está se afastando, tornando a frase de Renato Russo, profética. " O prá sempre, sempre acaba"...
Há uma nostalgia, um silêncio, um vazio que agora deixa espaço para reflexões e entendimento de tudo que fomos, somos e estamos nos tornando...
Uma pena. Fico com outra frase do poeta " mas nada vai conseguir mudar o que ficou", como lembrete de ainda uma suave esperança, de que todas as nossas boas memorias tenham força suficiente para nos trazer " de volta prá casa"...

Ótimo final de semana.

http://www.youtube.com/watch?v=XVVmAG0RXmo ( video de Cassia Eller cantando essa canção)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HOJE É DIA DO CÃO!




Logo cedo achei numa revista antiga, que vem na Folha de São Paulo aos domingos, uma matéria muito, muito legal da secção " bichos".
Um casal, morador de rua " adotou" uma pracinha abandonada em plena zona sul, Mirandópolis, e vencendo a desconfiança inicial dos moradores das casas e prédios vizinhos, praticamente recuperou, graças a muito trabalho, limpeza e capricho os jardins e bancos da tal praça. Hoje, usada por toda a vizinhança, é motivo de orgulho do casal. O interessante é que, tempos depois, atraído pelo perfume do arroz sendo cozido ali mesmo, sobre dois tijolos, surgiu um lindo cão negro, logo também adotado pela dupla e que agora, com o imponente nome de Lobão, é o pet de toda a rua! Come ração ( de primeira!) doada pelos admiradores, tem banho semanal garantido no petshop da região e ainda conta com a visita diária de um veterinário, que mora ali! Não é o máximo? Numa cidade gigante como a nossa ainda existe esse tipo de união, de amizade, de afeto entre moradores de tão distintas classes sociais e um animal sem dono!
Dei a revista para Luiza minha filha, levar e ler no trajeto do trabalho e na porta de nossa casa, esperando o táxi que a levaria, vimos surgir os dois " bernaises", maravilhosos, gigantescos, do meu vizinho, em seu passeio matinal!
Os dois cães, peludos, fofos, com cara de bicho de pelúcia (que destoa do seu porte imenso) vieram nos cumprimentar abanando seus rabos e lambendo nossas mãos!
Como está na moda dizer esses são " sinais muito auspiciosos" para um dia que se inicia!
Cães, de raça, belos, mimados, com dogwalker e um outro, viralatas, igualmente lindo, nascido sem lar e criado nas ruas, também cuidado e amado por seus muitos donos!
Coisas da vida...Coisas de Sampa, só tem que ter olhos para ver e coração para se emocionar.
Bom dia do cão para você!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dia de Marte



Segunda foi de doer!Que aura estranha tem esse dia! Será que voltar da preguiça do final de semana pega?
Quando começamos a namorar, eu e Gil, meu marido, reservávamos as segundas-feiras só para contravenções, ou seja, ele não dava aulas e eu organizava tudo para sumirmos por essa cidade. Era muito divertido! Saíamos antes do almoço e só dávamos as caras à noite: cinema, motéis, restaurantes, passear pela city, tomar café no centro velho, enfim, farra até dizer chega!
Com o passar dos anos, responsabilidades aumentadas com a nossa mega família e estrutura, as segundas-feiras ficaram iguais, ou seja chatas, como o normal.
Mas hoje é terça, graças a Deus e acho que tudo vai ficar menos pesado e desagradável.
Terça, Martes em espanhol, é dia em homenagem ao deus da guerra, força inicial na astrologia, energia que move e faz acontecer.
Marte indica boa energia vital, entusiasmo, capacidade de conquista, impulsividade, audácia, gosto por aventura, ousadia, espírito empreendedor e pioneiro. Confere boa vitalidade e energia física e sexual. Boa fertilidade. Marte adora os esportes e adora competir, querendo chegar sempre em primeiro lugar. Tem necessidade de canalizar as energias de forma física. Em mau aspecto Marte indica gastos impulsivos e excessivos em busca de prazer imediato. Pode cometer ações de violência para defender seus bens e agir com excessos por questões de dinheiro. Existe o perigo de perdas financeiras e despesas forçadas. O caráter expressa uma teimosia excessiva e um espírito vingativo e ciumento. A força bruta é usada em detrimento da razão.

Ares ou Marte, era, segundo a mitologia grega filho de Zeus com Hera, deus da guerra e de todas as artes bélicas, apaixonado por Vênus, esposa de Vulcano. Era também pai de Rômulo e Remo, portanto ligado diretamente á fundação de Roma.
Muito legal, não?
Boa terça ou martes prá vocês!

domingo, 9 de agosto de 2009

Modas e modos





A coluna de hoje, domingo, de Danuza Leão, na Folha- Cotidiano, fala de moda, of course, mas vai além, fala de modismo, de certo comportamento que cria uma espécie de " ditadura das celebridades". Aliás, a autora, com muito humor, explica o que são essas " celebridades", tipo de pessoa que está sempre em revistas de besteirol mostrando suas casas, viagens,cães, spas, carros, etc. De jogadores de futebol à modelos-atrizes(!), esse pessoal consome marcas, grifes, como jeito de se manter sempre em evidência, pouco importando se vão ficar parecidos com " torcidas uniformizadas" de alto luxo e se os tais itens realmente combinam com eles!
Durante os muitos anos que vivi nesse mundo-indústria ( sorry, puristas, mas a moda é indústria sim! e que gera muito dinheiro) vi acontecer de tudo. Sempre houve gente séria, aplicada que enxerga potencial economico em se criar roupas e acessórios, pessoas que buscam adaptar ao seu jeito de ser ao que está em uso e, claro, a peruagem de plantão, essa sempre imbatível em suas atitudes.
O mais interessante de se trabalhar num meio como esse é a oportunidade de perceber o que as pessoas pensam em relação a elas mesmas, isso é, quando pensam.
A busca de uma imagem " moderna", chique, em sintonia com seu tempo em geral desconsidera " quem e o quê" na verdade se é. Pouco importa minha vida, meu olhar sobre o mundo, minhas medidas nem sempre tão generosas ou meu tipo físico e mental, o que a grande maioria busca é ser " capa de revista", usar antes de todo mundo o que Paris ou Milão decretou como " na moda".
No tempo em que vivi de moda, profissionalmente, tive acesso a tudo de bom e caro que existia, mas mesmo assim nunca abri mão dos grandes magazines, do Bom Retiro, das criações divertidas na Benedito Calixto, das lojinhas indianas escondidadas nos centros de Sâo Paulo. Gostar de Caetano, dos Beatles, de luz, de amigos, de ler, de criar, inventar, tudo isso reflete no que sou e não há como desconsiderar quando formo a imagem externa que quero passar aos outros. Marron está na moda? Sorry, odeio, já nasci marron. Saltos de plataforma idem? Nem pensar, tenho 1,60, ficam medonhos! E assim vai...
Ah! uma última coisa, minha querida prima Cynthia, dona da marca Ventura, sempre fez uma moda " indiana" (sua confecção é feita na Índia), mas sob a perspectiva ocidental e a criatividade dela. Naquelas lindezas, cheias de cores e charme, Cynthia cria não peças " temáticas", fantasias, mas uma roupa interessante,usável, que funde dois mundos de maneira harmoniosa. Desde muito tempo uso as roupas da Ventura com alegria e orgulho( afinal é minha prima!), agora com esse marketing " Caminho das Índias" começo a topar com figuras inacreditáveis nas ruas, usando sáris, milhões de pulseiras, colares, mega brincos e outros quetais que decididamente não tem nada a ver com elas!
No final é isso, tem que se conhecer bem, ter uma opinião sobre si mesma, saber o que deve e o que não deve, ser honesto consigo mesmo, mas principalmente, tem que ter modos prá se viver na moda.

( para Cynthia que não precisa de mkt de novelas prá ser sucesso!)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A coisa promete...





Na Folha de São Paulo de hoje, sexta-feira, tive o desprazer de ler a sequencia de bate-bocas entre aliados e desafetos do senador Sarney. Que coisa mais lamentável!
Conteúdo, linguagem, expressões usadas por ditos senadores da república são dignos de representantes da mais baixa categoria e de gente sem a menor educação!
Nem em botecos " pés sujos" se vê coisa parecida!
Fico muito chateada com isso tudo, principalmente com a evidente cara de pau e descaso com que pretensos representantes do povo, de nós, portanto, se comportam.
Defende-se não uma idéia, um posicionamento político ou mesmo uma visão, mas interesses pessoais, situações que cheiram mais a " cumplicidade" que ideologia. Como sócios num mesmo crime, mafiosos, cada qual cuidando do que lhe traz mais, esses senhores, nitidamente com " rabo preso" em antigas ou novas maracutaias, se digladiam diante da platéia do povo brasileiro, sem vergonha ou pudor algum.
Agora, aqui, cá entre nós, como se explica o silêncio e aparente indiferença do mesmo povo, que colocou essa gente lá?

Outra noite, com meu querido primo e jornalista Ruy Fernando Barbosa, relembramos os anos de ditadura militar, as perseguições a tantas pessoas, ele inclusive, e episódios que envolveram meu pai, então senador. Foram aqueles, dias de heróis, onde as regras eram muito claras: ou contra ou a favor da violência, da repressão, da violação do estado de direito pleno.
Pelo caminhar da coisa toda agora está só faltando o senhor Sarney acabar dizendo que, ao lado dos verdadeiros democratas e patriotas, também foi vítima do governo militar! E pior, colocar no plenário do senado, testemunhas indignadas e coléricas para confirmar!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O que faz você feliz?



Se assiste TV deve ter ouvido essa chamada " O que faz você feliz", nos anúncios do Pão de Açúcar.
Ontem fiquei pensando nisso e resolvi propor um pequeno exercício ( que estou fazendo, eu mesma, agora): listar coisas que nos deixam felizes!

-Prato de macarronada, com bastante molho à bolonhesa e queijo parmesão
-Sol entrando, através dos galhos do flamboyant, pela minha janela.
-Silêncio do começo da noite
-Livro de Vargas Llosa e Érico Veríssimo
-Música dos Beatles
-Banho quente
-Amigos
-Cozinhar para quem gosta de comer
-Risada da Sofia
-Depoimentos no orkut
-Cartas todas, inclusive as de amor
-Declarações de amor
-Vasos de flores
-Sopas
-Pão quente
-Presentes com embalagens cheias de fitas
-Juquehy no verão
-Aperitivar domingo de manhã em Santelmo, Buenos Aires
-Dançar
-Confissões entre amigas
-Festas na casa dos amigos
-Pensar num presente especial para alguém idem
-beijos da Sofia
-Colo de filhos
-Prato de saladas
-Cerveja bem gelada com MPB tocando

Não é divertido? Tenta, vai descobrir muitas coisas, muitas vezes pequenas, que podem te deixar muito mais feliz!
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Estou assim...





http://www.youtube.com/watch?v=o2d2llB4oIQ

In my Life...( Lennon- McCartney)

There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.


All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.


But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.


Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.


Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.
In my life I'll love you more.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O que escrever?




Conversando outra dia com minha amiga Dina sobre textos e literatura, veio a seguinte questão: até onde dá para escrever.
Explico, será que pessoas e situações muito ligadas a nós, a mim no caso, estariam retratadas e não seriam facilmente identificáveis? ( e isso poderia trazer inúmeros problemas?)
Muitas vezes, eu disse à amiga, isso me aconteceu e, de certa forma, travou meu texto.
Como relatar, meio de verdade, meio como fantasia, experiências, sensações, sentimentos que sempre envolvem alguém outro? Como falar de algo que nem sempre pode ser entendido num mundo cheio de convenções e normas? Como desnudar o coração, falar de amor, de paixão e medos sobre aquele que não é, no momento, o que dorme e acorda do teu lado?
Tá certo, tem sempre o recurso da ficção, de se criar uma personagem aparentemente sem nenhum traço de semelhança comigo, mas o que ela fala e pensa e sente sou eu?!
É mais ou menos como, entre amigos, um deles te pergunta o que você pensa sobre ele...Nada fácil responder...quantos de nós omitimos, deixamos passar calados algumas verdades que, de antemão sabemos não serão bem recebidas?
Um paradoxo isso tudo.
Lembrei de Jorge Luiz Borges e até citei para Dina uma frase que diz mais ou menos assim: eu não crio personagens, tudo que escrevo é, de certa forma, autobiográfico...
Todas as personagens que eu criei, todas as estórias em que se enfiaram, as dores, alegrias e descobertas por que passaram falam muito de mim mesma, não tem jeito.
Tomo cuidado, fico atenta, mas sei que no muito que não escrevi, por não poder, está a fábula inteira...
Fico me policiando, me autocensurando, mas percebo que, por conta disso, não consegui contar tudo.
Doido, não?