segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mercuriando...


Posso " mercuriar" um pouco?
Esse Mercúrio ( ou Hermes, mensageiro dos deuses, com asas nos pés) é o regente do meu signo, Virgem e do meu ascendente, Gêmeos. Esse rapazinho me faz pensar o tempo todo e falar pelos cotovelos.
Nesse recolhimento que me impus esse final de semana, dei um tempo a ele. Falar até que falei bastante, com os queridos Cecília e Walter, que vieram jantar aqui na sexta e com Newton que passou aqui ontem pra dividirmos uma " pasta e vino". Mas pensar mesmo, isso dei um parada.
Hoje começa a semana rotineira, contas, neta, horários rígidos e quem sabe o planejamento de uma viagem de férias, merecidas para o Gil que anda até as tampas com as aulas.
Desde ontem, com a leitura, pra mim obrigatória, das " Meditações de Marco Aurélio", me sinto mais tranquila, menos triste e desanimada. A vida está aí, com suas cores, sabores e movimento, eu que trate de aproveitar cada segundo dessa incrível experiência que nunca se repete...
Meu horóscopo diz que Vênus está fazendo um sextil com meu sol, resumindo, dias mais felizes, mais equilibrados e com afetos bem comunicados. Muito bom.
Depois de uma semana de enormes tempestades, aqui vou eu, de novo no jogo, mercuriando coisas novas, textos, contos, pensando até mesmo em organizar um livro pra ser publicado. Vamos combinar, se até o Paulo Coelho ( com o perdão de algum fã dele), publica e é bestseller, porque eu, mercuriana da gema, não posso me arriscar? Vai que dá certo?

domingo, 28 de junho de 2009

Tomada de consciência (Marco Aurélio)


Se estás perturbado por qualquer coisa exterior, o sofrimento não se deve à
coisa em si mesma mas à avaliação que fazes dela; e isto está em teu poder
anular em qualquer momento...
( Marco Aurélio- Meditações- Livro 8)

Andei pensando bastante. Fiquei em silêncio esses últimos dias e fui reler Marco Aurélio.
A citação,acima, me trouxe enorme paz, entendimento e foi mesmo resposta a tantas questões que estavam me atormentando. Se algo, alguma coisa, fato, palavra, gesto, me magoou, me fez sofrer, não está nisso a fonte da minha mágoa e sim de " como" chegou até mim e pode me atingir...
Fui então atrás do " porquê" da tristeza e decidi, seguindo conselho de Marco Aurélio, " anular" esse efeito sobre mim.
Cada um é como é, com seus defeitos, fraquezas, qualidades e valores e certamente não cabe a mim querer modificá-los. Posso, no máximo, "anular", deixar de lado, ignorar o que me incomoda e passar muito melhor sem isso...

Papo muito cabeça prá domingo? Pode ser, mas compartilho isso tudo (ou pouco se preferirem) num domingo cinzento, que adoro.
Está sendo um momento de tomada de consciência.
Sei que vou ter dias mais felizes. Tudo agora em seu devido lugar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Década esquisita





O rapaz era esquisito e a moça, bem, essa parecia meio " fake", de plástico.
Ambos a cara da década de 80, conhecida como a década perdida e seus idolos bizarros... Michael Jackson e Farah Fawcett...
Nos dois a busca meio doida por uma estética datada, que parou no tempo.
Nele, doentia, absurda, onde já se viu coisa igual? Até branco virou! Nela, o sorriso de 70 dentes, perfeitos, impossíveis de serem reais e uma vida nem tão perfeita assim.
Ambos morreram ontem.
Ela, um câncer terrível encerrou uma vida idem, que nem de longe parecia com a de uma " Charlie´s Angels" ( ou Panteras, se preferirem). Casamentos infelizes, alcool, decadência, filho único na cadeia por uso de drogas...
Ele, um coração de 50 anos, exausto, falido, destruído por escândalos e processos, parou.
Não deixa de ser melancólico, quase patético. Dois ídolos, antes belos, jovens, talentosos e seus tristes fins.
Tá certo, morrer nunca é muito legal mesmo, me perdoem os espiritualistas, mas algumas mortes me parecem menos legais ainda...
Gosto de " Thriller", me encanta ver Michael dançar (como poucos) e cantar (com pique e energia) naquele clip. Tenho esse disco e acho que ali tem canções muito, muito legais. Nunca gostei das "Panteras", acho meio bobo, meio sem enredo, apenas uma série criada para realçar a beleza de 3 jovens mulheres.
Estranha essa década de 80, criou e anda matando seus mitos de forma idem...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Guima



A cabeça da gente é uma só e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total".
( Guimarães Rosa)


Hoje, quinta, só o "mestre Guima" fala...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Portas fechadas


Maria já tinha passado por poucas e boas.
Melhor, muitas e ruins...Se olhasse prá trás e tivesse que criar uma imagem para sua trajetória, seria certamente a de uma montanha-russa! Foram tantos sobe-e-desce que milagre era não ter " ensandecido", desatinado, perdido o fio!
Não era má pessoa, bem ao contrário, mas possuia um traço perigoso, uma enorme ingenuidade e segurança que a fazia enxergar coisas que não existiam. Ou pelo menos não existiam como ela imaginava.
Era afetiva, fisicamente afetiva, gostar significava tocar, cheirar, estar junto, no colo, de mãos dadas. Os longos abraços, os segredos cochichados nos ouvidos, os olhares profundos e penetrantes nos olhos daqueles que amava invariavelmente eram confundidos com jogos de sedução, flertes descarados, sinais abertos para possíves avanços.
Situações constrangedoras aconteceram: mal entendidos, julgamentos precipitados, principalmente vindos de outras pessoas que, talvez, por suas limitações emocionais, medos de seus corpos ou afetos mal resolvidos, acabaram afetando e muito a serenidade e harmonia da vida de Maria.
Um dia ela se cansou disso e como não soubesse ser de outro jeito ou desconhecesse onde se buscam travas e amarras para conter sua forma de ser, resolveu parar. Fechou a casa, trancou as portas e as janelas, não mais procurou os amigos nem prestigiou as festas.
Maria fechou o corpo e com ele o seu coração para o mundo dos adultos.
Os animais, as crianças e os inúmeros vasos de flores é que, hoje, tem o seu absurdo, incontrolável e intenso afeto. Esses afinal nunca se enganam...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

o passado e as amigas


Foi então que o círculo agora está completo. Minha grande amiga, alter ego de tantos anos, Cris Magro, está de volta! Depois de longa temporada nos EUA, com direito a filho nascido lá, ele resolveu voltar... " back to where you once belonged.." já diziam os Beatles.
Sábado último ela veio me ver...Gente, rimos tanto, mas tanto que pensei que iria cair da cadeira! Relembrando fatos, coisas novas, piadas contadas pelo "Major" Newton, foram horas muito, muito divertidas.
Sinto que, apesar de tantos problemas, dores, perdas e desilusões, a vida tem sido muito generosa comigo. Poder ter, de novo, minhas velhas e queridas amigas dos tempos de adolescente, ao meu lado, vale como um presente, um apoio, a mão de Deus!

Recapitulando:

Dina- mais de 20 anos juntas, tivemos nossas meninas, criamos, vendemos roupas, inauguramos shoppings, nos separamos de maridos e ainda sobra muito o que conversar e rir.

Lia- meu norte, meu grilo falante, desde nossos 10 anos de idade a mesma cumplicidade, a mesma sintonia fina e ela segue tomando conta de mim e dos meus destrambelhos.

Nancy- minha alegria, meu samba pela madrugada, sempre a música e as festas permeando nossas vidas. Com ela não tenho tempo para me lamentar nem chorar, só para as coisas boas.

Neusa- minha astróloga favorita, a mesma visão do mundo e das coisas do oculto, a fé e a força quando eu vacilo.

agora Cris Magro- loira, lindos olhos azuis, as risadas arianas, o dom do humor escrachado, as memórias das nossas contravenções e os dias de rock e birita.

Posso querer mais?

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo. (Guimarães Rosa)

O coração andava silencioso fazia tempo.
A vida? Bem, isso seguia acontecendo, numa sucessão meio automática, gente vinha, ela ia, festas aconteciam, comemorações variadas, dias iguais mas, o coração mesmo, esse andava silencioso. Ela até que se habituara a isso, afinal depois de tantos meses conturbados, permeados de ansiedade sem fim, não deixava de ser um alívio essa calmaria.
Claro, por essa tremenda falha típica dos ocidentais, ela associava essa tranquilidade a uma não-vida, uma pasmaceira tediosa, sem acreditar que muitos sobressaltos e paixões são, em geral, mais danosos que felizes. Tinha momentos que, auge da paz, ela se sentia meio morta, vivendo uma vida por viver, sem graça ou colorido. De qualquer modo, considerando tudo isso como um bem ou mal, ela já se habituara ao silêncio do coração.
O fato é que ela parecia ter sido feita de matéria semelhante à dos ventos e furacões e um belo dia sentiu de novo, não sem se espantar, o coração dar um novo salto. Bastou um olhar mais demorado, uma frase não pronunciada mas que, justamente por isso falou mais coisas que todas as outras, para se ver, de novo, envolvida em grandes sensações e sentimentos.
Ela soube então que os dias de harmonia estavam terminados e como marinheiro experiente tratou de realinhar as velas e o leme, dirigindo seu navio, direto e certeiro ao encontro da tempestade.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Deixa acontecer...




Estava ouvindo, pela enésima vez, o Cd do Toquinho cantando coisas dele e Vinícius. Achei essa canção, um samba, ótima, letra melhor ainda.
Não deixaria de compartilhar aqui com vocês, mesmo porque tenho a impressão que muita gente vai se identificar com a letra.
Enjoy it, people!


Deixa Acontecer
Vinícius E Toquinho

Composição: Vinicius de Moraes/Toquinho

Ah, não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder.
Se vem do coração,
Não tem jeito, não,
Deixa acontecer.

O amor é essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida,
Nos fere, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente,
Nos enche de Força e de luz.

Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer.
Ah, sendo por amor,
Seja como for
E o que Deus quiser

terça-feira, 9 de junho de 2009

Segunda sem Sofia




Ontem foi meu primeiro dia sem Sofia...Ela, como contei dias atrás, começou sua carreira acadêmica e iniciou o mini-maternal.
Que coisa estranha...O dia foi loooooonnngooooo! As horas não passavam e eu me assustei o dia todo: nossa, é hora da mamadeira, é hora da fruta, agora começa o Hi5, programa que ela tanto gosta, mas em seguida percebia que ela não estava aqui. Num determinado momento tentei a velha e boa receita consumista e me mandei para o Shopping. O que comprei? Um casaco de frio azul marinho, cor do uniforme, para Sofia.
De noite não aguentei, fomos, eu e Gil, dar com os costados na apartamento do Dani só para ver nossa neta!
Não está fácil, gente. Cada canto, vaso de flor, disco, ainda exala a alegria e a bagunça dessa pequena que roubou, definitivamente, nossos corações.
A casa está enorme. Silenciosa. TV e som desligados. Estranhamente tudo está em ordem e não tropeçamos mais em brinquedos, biclicletinhas e bonecas. As almofadas permanecem exatamente como as coloquei, nos sofás. O cadeirão, triste e abandonado, fica na cozinha sem utilidade. Como eu, meio sem utilidade sem você, Sofia.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Surpresas...



Nunca gostei muito de surpresas..
Festas surpresa então, acho um pavor!
A gente está com a cara desarrumada, o espirito idem e assim, do nada, a casa está cheia de gente ( arrumada!), festiva e eu fico, invariavelmente, com cara de paisagem ( inútil)...Mais ou menos como se estivesse saindo de, por exemplo, algo bem prosaico: compras no supermercado e caisse direto dentro de um trio elétrico! Não dá!
Tá certo, isso de certa maneira contraria o que as pessoas amigas pensam sobre mim, a rainha da improvisação, mas até para improvisar tem um limite!
Existem, entretanto, surpresas que gosto, pois são mais sutis, menos assustadoras. Ver amigos que não via faz tempo. É muito bom isso, sermos surpreendidos pela evidente qualidade das pessoas, do quanto gostamos delas, apesar de estarmos meio distantes.
Tive, nessa semana que passou uma dessas surpresas boas: a visita do Ruy, primo por opção, que chegou aqui trazendo uma nova amiga e fez com que as horas voassem...Seu charme, intelecto, humor e talento musical são sempre surpreendentes e deixou o nosso sábado muito, muito melhor!
Não que não soubesse quem é o Ruy, mas por perceber que sempre é uma enorme alegria estar com ele, rir das suas estórias e causos, me emocionar com as canções cantadas numa voz tão maravilhosa. Ruy, como diria Caetano, você é totalmente demais! Beijão.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sofia vai prá escola


Sofia, depois de quase 5 meses aqui em casa na maior parte do dia, vai para escola.
Muito bom, criança tem que conviver com criança, ser adequadamente estimulada, aprender a dividir espaço, atenção, brinquedos..
Escola maternal é uma coisa bacana, lúdica ( no sentido exato do termo) e necessária. Sei que vai se dar bem, tem temperamento alegre, expansivo e adora movimento.
Aqui, na casa que montei pra ela também, vai ficar uma avó com o coração quebrado, racionalizando até não poder mais, a ausência, o silêncio e a rotina que será muito mais cinza sem tanta luz.
Hoje vou recolher os brinquedos, entregarei os pacotes de fraldas, as mantas que a agasalhavam enquanto dormia serena na minha cama.
Sofia vai pra escola. Vou começar a esperar os sábados, já que pretendo " roubá-la" nesses dias, contando as horas, os minutos.
Os vinis da Xuxa, que ela tanto gosta, ficarão aqui, no mesmo lugar. Como meu coração, bobo, frágil, que só se ilumina diante do sorriso aberto, lindo e cheio de paz de Sofia.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

14 minutos...






Li hoje, quarta-feira, que, segundo algumas especulações de técnicos, o Air Bus da Air France que se acidentou no Oceano Atlantico provavelmente atravessou enorme turbulência por aproximadamente 14 minutos, antes de cair.
Fiquei pensando muito sobre isso.
Ontem, nesse blog, falei do tempo, aquele que passa pela gente (idade) sem que percebamos. Hoje e aqui escrevo sobre um tempo, de novo, mas os tais 14 minutos vividos de uma forma terrível...
Aqueles que já passaram por situações limite e sobreviveram prá contar dizem que a vida inteira passa como um filme.
Me pergunto: o que eu veria nesses 14 minutos? Fico imaginando, qual parte do filme estaria em minha tela mental? Ele todinho, sem cortes ou censuras? Em partes, só as boas? Momentos, vividos ou perdidos? Últimas impressões, talvez marcadas pela certeza de que são realmente as últimas? Não sei...
Foi ai que extrapolei e pensei: o que pode nos acontecer em 14 minutos? Tomarmos uma decisão que muda toda a trajetória da vida? Atitudes que uma vez acionadas não podem mais reverter um resultado? Ou, mais simples, um beijo roubado, proibido e que vai destroçar para sempre um coração? Interessante...
Ok, tudo é relativo, ensinou mestre Einstein, tem gente que vai viver 90 anos sem decidir nada, sem interferir em nada, ao sabor do destino e se ajeitando de acordo com o que a vida lhes apresenta. Outros, mais loucos, ousados e curiosos, talvez vivam uma vida inteira em dias, meses, horas ou minutos... em 14 minutos...
Já vivi quase 54 anos, matematicamentes cronometrados e sei, tenho certo isso, que em muitas ocasiões vivi toda uma existência em muito menos que 14 minutos...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Boemia....ah?! quem? eu???





Tem que respeitar o tempo.
Não apenas o " tempo", esse das previsões (andar de camiseta num dia frio como o de hoje é gripe certeira,) mas o tempo que temos, melhor, que já vivemos.
No caso, a idade.
Nos dias, ou noites, da outra casa, fazer festa de 12 hs, emendar almoço no dia seguinte e mais algum outro programa no domingo, eu tirava de letra!
Foi pensando assim, ou ainda, não pensando direito,que decidi acordar as 7 da manhã desse sábado passado, churrasco no almoço marcado com amigos ( e performance da Tocam prá Cacete)...
Queria que meu dia rendesse, levar filha em workshop de RP, ir ao super, organizar a casa, louças, talheres, saladas, ajeitar o arroz Biro-biro, trilha sonora, etc incluindo regar as plantas ( uns 30 vasos!) e deixar nosso espaço um brinco!. Até me atrevi a marcar cabeleireiro para transformar meus cabelos na cortina de seda brilhante, mas aí o bom senso e um certo cansaço ( apenas 11 da manhã!) me fizeram deixar pra lá.
Começa a função, muita conversa, música, emoções de todos os tipos, regado a muita cervejinha gelada e, letais, caipirinhas!
Resumo da ópera, ou do churrasco, a festa rolou até as 23,30hs e eu, desde as 21, apagada dormindo no sofá ( gente, será que ronquei???)
É pessoal, a coisa está feia. Da velha boemia, que parece " não me tem de regresso", tá ficando essa velha amiga que, se bobear, dorme igual criança..
Queridos, um super obrigada pela festa maravilhosa, minhas desculpas e vergonha pelo " apagar" antes da hora...

Ps- Ah! recebi os beijos que me deixaram ao irem embora, viu?